Capítulo 17 - Para sempre seu

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[...]

Dinho entrou no quarto onde Liz estava internada sem fazer muito barulho. Ela estava acordada, o acesso venoso estava infundido em sua veia e o cateter de oxigênio a permitia respirar. Seu olhar estava distante para a janela fechada pela cortina branca do hospital. Sua expressão era de tristeza e era possível ver uma lágrima de dor escorrendo de seu rosto.

Dinho se aproximou da cama onde ela estava e pigarreou chamando a atenção da noiva que logo se virou para olhá-lo. Liz não demonstrou expressão alguma ao vê-lo, permaneceu com o olhar frio e distante, ela havia perdido muito sangue, o que a fizera entrar em um estado de confusão mental de curto prazo. O homem suspirou e abaixou o olhar tentando buscar por palavras para dizer a ela, mas nada vinha a sua mente.

— Ela está bem? — A voz fraca de Liz soou pela primeira vez no quarto — A nossa filha está bem? — Dinho concordou com a cabeça. Liz suspirou — Perfeito...

— Está melhor? — Ele levantou a cabeça e a olhou novamente — Como se sente agora?

— Cadê os meus irmãos? — Perguntou friamente ignorando as palavras do noivo. Ele franziu o cenho e entreabriu os lábios para dizer algo, mas nada saiu. Então ela novamente perguntou — Onde estão os meus irmãos? — Dessa vez ela diz de forma mais séria e bruta

— Estão lá fora, quer que eu chame eles? — Se dirigiu até a porta de costas para ela. Liz murmurou um "Uhum"

Dinho se retirou do quarto e seguiu até a sala de espera onde os quatro outros meninos aguardavam por notícias. Samuel e Sérgio se levantam ao ver a imagem de Dinho se aproximando

— Ela quer ver vocês — Se referiu aos irmãos de Liz — Perguntou por vocês

A expressão de Dinho demonstrava tristeza. Sérgio seguiu em frente, porém Samuel parou na frente do melhor amigo

— O que houve com você? — Perguntou preocupado — Parece triste... — Samuel segurou o rosto do amigo que suspirou

— Acho que ela está triste comigo... Eu devia ter dado valor para as dores que ela estava sentindo, deveria ter ido com ela nas consultas, é culpa minha ela estar nessa situação, eu não consigo dar o valor que ela merece — Dinho abraçou Samuel — Agora entendo a explicação da Diana por ter terminado com você, ela sabia que você ia se sentir da mesma forma que eu estou me sentindo...

Samuel piscou atônito e confuso enquanto retribuia o abraço do amigo. Ele finalmente havia entendido o motivo de Diana ter terminado com ele, ela não queria que se culpasse por não conseguir dar a atenção que ela merecia, sabia que ele sofreria da mesma forma como Dinho sofria. Ela o amava tanto que teve medo de vê-lo desistindo do seu sonho.

— Cara, vai ficar tudo bem — O mais novo se afastou de Dinho e o olhou nos olhos — Não é culpa sua... Não se preocupa — Samuel pigarreou — Vou ver a Liz, saindo daqui vou direto falar com a Diana — Ele seguiu as pressas até o quarto onde a irmã estava

[...]

Samuel saiu do hospital e dirigindo seguiu até a casa onde Diana antes morava com seu irmão. Ela estava sentada em seu sofá, ainda perturbada com tudo que havia acontecido, não sabia como digerir a situação direito, ver sua melhor amiga daquela forma não havia sido a melhor experiência da sua vida. Ela retornou para casa pela madrugada mesmo, Sérgio havia a deixado em casa e retornado para o hospital. Diana sabia que não tinha condições de ficar lá, ela odiava hospital, odiava o clima de lá, detestava com todas as suas forças ver agulhas e sangue.

Ela havia ficado traumatizada com tudo o que havia visto. Não conseguiu dormir e nem se alimentar. Samuel entrou na casa com a chave que Dinho havia o dado para casos de emergências, ele abriu o portão, o trancou e abriu a porta da sala se deparando com uma Diana em estado de paralização. O mais velho se aproximou dela e se agachou a sua frente esperando que ela o olhasse, mas ela não conseguia tirar os olhos na televisão que estava ligada em uma tela azul.

Wonderwall - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora