12 - Cicatrizes do Passado

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Park Mi-Jin

Quando chegamos na sala de aula, o professor estava de costas para a porta, imerso em um livro que parecia ser um material preparatório para a aula. Fechamos a porta com cuidado para não fazer barulho e avançamos lentamente pela sala até os nossos lugares.

‒ Demoraram muito, meninas! ‒ O professor falou, sem se virar, sua voz carregando uma mistura de desaprovação. ‒ Vou deixar passar dessa vez.

‒ Obrigada, professor ‒ respondeu Ha-lim, com um tom agradecido, enquanto nos dirigíamos para nossos lugares. No entanto, os olhares curiosos do nosso grupo estavam fixos em mim, curiosos para saber o que tinha acontecido.

‒ O que aconteceu com a Hyeon-ju? ‒ Ji-so perguntou, sua expressão preocupada.

‒ Não quero falar sobre isso ‒ respondi com frieza, evitando contato visual e me afundando na cadeira. A inquietação em minha mente era perceptível, e eu podia sentir os olhares dos outros se encontrando, enquanto Ha-lim os repreendia discretamente.

Sentada ali, na sala de aula, meus pensamentos estavam longe do presente. O incidente na enfermaria com Hyeon-ju havia mexido profundamente comigo, trazendo à tona memórias há muito tempo guardadas que eu preferia esquecer. As palavras do professor ecoavam como um zumbido distante, enquanto eu permanecia absorvida na turbulência interna que as lembranças haviam despertado.

Flashback
𝟺 𝚊𝚗𝚘𝚜 𝚊𝚝𝚛á𝚜

Era um dia como outro qualquer na escola, estava na hora do intervalo e Mi-jin estava no beco dos fundos, cercada por seus amigos, mas sua mente estava em outro lugar. Ela tinha acabado de desabafar com eles sobre os acontecimentos na casa de seus pais. A discussão com sua mãe tinha sido intensa, uma explosão de emoções que há muito tempo estavam guardadas. Mi-jin estava exausta de ser a pacificadora da família, de sempre calar sua própria voz para evitar confrontos. Mas naquela noite, ela se recusou a ficar em silêncio, deixando transbordar todas as suas frustrações e mágoas.

‒ Vamos pra sala. ‒ Ha-lim, sempre a voz da razão entre o grupo, quebrou o silêncio tenso ‒ Amiga, vem?

‒ Vão vocês, vou ficar aqui ‒ Observava a fumaça do cigarro desaparecendo lentamente, sentindo-se esgotada demais para argumentar qualquer outra coisa.

‒ Qualquer coisa inventamos uma desculpa para o professor. Fica bem, amiga! ‒ Disse Ji-so e Mi-jin assentiu, seus olhos refletindo determinação misturada com tristeza.

Mi-jin forçou um sorriso fraco, grata pelo apoio de seus amigos, mesmo que não pudesse compartilhar profundamente sua dor com eles. Seus amigos concordaram em silêncio, reconhecendo que era melhor deixar Mi-jin sozinha por enquanto. Enquanto seus amigos se afastavam, deixando-a sozinha no beco, Mi-jin fechou os olhos, respirando profundamente o ar fresco da tarde. Apesar da turbulência interior, ela se sentia grata pela presença e apoio de seus amigos.

Min-jin estava sozinha, ela avistou uma garota passando pelo início do beco, depois voltando, claramente perdida. Ao se aproximar da tal menina, Min-jin notou a sua expressão confusa e perecendo que estava em busca de algo. Ela continuava a se aproximar, chamando a atenção da garota, quando ela se virou parecendo surpresa.

‒ O que você está fazendo aqui atrás da escola? Parece perdida ‒ Disse Mi-jin, tentando quebrar o gelo.

‒ Ah, oi ‒ A garota mostrava alívio por ter encontrado alguém que pudesse ajudar ‒ Bom, acho que recebendo bilhetes estranhos de admiradores secretos, aparentemente.

‒ Este foi o bilhete? ‒ Perguntou Mi-jin, dando uma olhada rápida no papel que a garota lhe entregou.

‒ Sim. Diz para eu ir até a quadra de tênis se quisesse descobrir quem é "meu admirador secreto". Mas eu suspeito que seja apenas uma brincadeira de mau gosto de algum idiota da escola.

Um amor reprimido ✰Aʟʟ Oғ Us Aʀᴇ Dᴇᴀᴅ✰Onde histórias criam vida. Descubra agora