13 - Zumbis em Hyosan

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Park Mi-Jin

Fomos para o refeitório. Continuei quieta enquanto todos falavam do que tinha acontecido. Minha mente só conseguia focar na Hyeon-Ju. Se eu encontrar quem fez aquilo com ela, juro que essa pessoa vai sofrer nas minhas mãos.

‒ Cara, coitada da Hyeon-Ju. O que será que aconteceu com ela? ‒ Ji-so perguntou, se virando para Ha-lim.

‒ A Hyeon-Ju tentou morder todo mundo que estava ajudando ela ‒ Ha-lim respondeu, com uma expressão confusa. ‒ Também disse que queria matar todos. Não entendi muito bem.

‒ Nossa! ‒ Ji-so exclamou, chocada.

‒ Ela sentia calor mesmo com a temperatura baixa ‒ continuou Ha-lim. ‒ Tentou morder todo mundo, inclusive uma menina do segundo ano que estava lá. Ela só se machucou um pouco, nada grave.

‒ Se não ela ia ficar maluca da cabeça que nem a Hyeon-Ju. Talvez seja raiva ‒ Joo-sung sugeriu, parecendo pensativo.

‒ Joo-sung! Garoto! ‒ Ha-lim repreendeu, dando um tapa leve na cabeça dele.

‒ Ué, pode ser verdade ‒ ele murmurou em defesa.

Eu queria ignorar tudo, mas não ia ser fácil, ainda mais quando era sobre Hyeon-Ju. Ela foi uma das minhas melhores amigas, e mesmo depois de todas as merdas que ela fez, eu ainda me preocupava.

‒ Parecia que ela tinha enlouquecido de vez... ‒ soltei sem pensar, atraindo a atenção de todos. ‒ Aquela não era a Hyeon-Ju que eu conhecia. Seus olhos estavam vermelhos, iguais aos olhos do...

‒ Lee Jin-su ‒ Ha-lim completou, rapidamente.

‒ Isso, igual aos dele ‒ Assenti, confirmando.

‒ Espera, do que vocês duas estão falando? ‒ Joo-Hyuk perguntou, confuso como todos os outros. Suspirei antes de explicar.

‒ Naquela noite no hospital, quando eu e Ha-lim fomos ver o Jin-su, os olhos dele estavam vermelhos. Ele me olhava estranho, dizia coisas como "vou matar todo mundo". As mesmas coisas que a Hyeon-Ju falou na enfermaria. E ela também tinha um cheiro estranho.

‒ O mesmo cheiro do professor de ciências! Ai, meu Deus! Jin-su também tinha esse cheiro ‒ Ha-lim falou de repente, parecendo surpresa na fala ‒ Cheiro de cadáver.

‒ Mas isso não faz sentido. Não pode ser coincidência ‒ Joo-sung argumentou, tentando racionalizar.

‒ Ela disse que o professor injetou algo estranho nela ‒ Lembrou Ha-lim.

‒ Tá todo mundo comentando que o professor sequestrou a Hyeon-Ju e levou ela pro laboratório, mas ela conseguiu escapar ‒ Joo-sung acrescentou.

‒ E se ele está se vingando dos alunos que fizeram mal ao filho dele? ‒ Joo-Hyuk sugeriu ‒ Talvez por isso ele fez o que fez com a Hyeon-Ju, já que ela andava com os valentões que zoavam o Jin-su.

‒ Isso é besteira ‒ Digo não concordando com nada do que tinha acabado de ouvir.

‒ Pensando por esse lado, até faz sentido ‒ Ha-lim admitiu, embora com hesitação.

‒ E você acredita nisso também? ‒ perguntei, cética, encarando Ha-lim ‒ Quem te disse essa porra Hyuk?

‒ Colega da minha irmã, a Na-Yeon ‒ Ele respondeu.

"Aquela pirralha fofoqueira", pensei comigo.

‒ O quê?!

O grito de I-sak ecoou pelo refeitório, chamando a nossa e a atenção de quase todo mundo que estava ali, sua amiga, a mesma menina que estava na enfermaria mais cedo, parecia envergonhada com sua atitude e a puxava para se sentar. Mais uma vez, a atenção estava direcionada para algo que não me interessava. Sem dizer uma palavra, me levantei da mesa. Ha-lim me observou com aquele olhar preocupado que só ela tem. Ela sabia que eu odiava situações barulhentas assim.

Um amor reprimido ✰Aʟʟ Oғ Us Aʀᴇ Dᴇᴀᴅ✰Onde histórias criam vida. Descubra agora