𝗖𝖺𝗉 𝟥 : 𝖥𝗈𝖼𝖺𝗅𝗈𝗋𝗌..?

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Durante todo o trajeto até a casa noturna, Neuvillette não pode deixar de se sentir ainda mais solitário.
Foi o caminho todo admirando o amor presente no ar daquela cidade, algo que já o inojova a um bom tempo. Eram casais sorridentes, famílias que admiravam a noite, crianças e suas altas gargalhadas de felicidade. Não era que sentia desgosto.. talvez sentisse somente inveja.

O carro parou, despertando o rapaz outra vez de seus pensamentos pessimistas. Wriothesley deixou o veículo primeiro, saindo logo atrás Neuvillette e Clorinde.
A casa era realmente iluminada e chique, da forma que seu companheiro havia descrito.
Pessoas adentravam a todo o momento, seus murmúrios eram altos e expontâneos.

Você está animado para ouvir Lady Furina? Sua voz é tão doce.. Parece um presente de Deus!

— Sim, um verdadeiro anjo! Sabe qual é a apresentação da noite?

— Mas é claro que é "La Seine!" ouvi dizer que ela foi chamada para a Broadway com essa música!

As vozes apenas despertavam ainda mais a curiosidade do maior, não que estivesse muito entusiasmado para algum evento casual como aquele.

— Hm.. É, agora eu entendo o motivo de você ganhar tão bem! — Exclamou Wriothesley, cruzando seus braços enquanto massageava a parte interna de sua bochecha com a própria língua.

Como um hábito recém-retomado de Clorinde, revirou suas íris roxas para o alto enquanto caminhava para a entrada do "Cabaré", como Wriothesley havia nomeado o lugar desde o início.

— Poderemos beber, certo?

— Que pergunta tosca, claro que não. — A mulher assinou algum tipo de ficha para o recepcionista, que logo liberou a passagem para que o trio adentrasse o local.

A primeira impressão que Neuvillette teve não foi tão ruim quanto imaginava, estava lotado! Duques, barões, políticos.. Rindo alto, bebendo sem rédeas e desfrutando da boa comida. Uma banda tocava perto do grande e iluminado palco.. Um Jazz proporcional que dava a vida para a ocasião.

Clorinde os levou até uma das mesas, aonde suas cabeças estariam sobre um radiante candelabro de cristal. Elegância? Adequada.

— Fiquem ai.. Vou falar com nossa cúmplice.

Ela se perdeu entre a multidão logo em seguida, no qual dava brecha á Wriothesley fazer seus comentários, na maioria das vezes, desnecessários.. Bem, aquele não era o caso.

— A sensação de nostalgia tomou conta do meu corpo desde que caímos no grande rio.. Fico imaginando se ainda seria assim caso a Guerra nunca tivesse acontecido. — Cruzou seus braços em seguida, levando o olhar até o palco enquanto jogava sua cabeça para trás ; se desfazendo na cadeira.

Neuvillette estranhou, pois teria de concordar. O sentimento era caloroso, mas sofrido para eles devido aos óbvios traumas que eu, narradora, cansei de descrever.
O aroma dos temperos que saiam da cozinha se espalharam por todo o salão, as vozes estavam cada vez mais altas a medida que as pessoas iam chegando.
Vestidos finos e jóias cintilantes, roupas de tecidos caros..
Neuvillette fechou seus olhos por um instante.

“ — Eu não estou linda, amour? Veja, mamãe! O novo colar que Neuvillette me deu! — Sua amada vibrava com um sorriso a cada ponta de seus lábios rosados, rodopiando pelo quarto enquanto seu belo cabelo azul dançava com a brisa que adentrava a Janela. ”

Clorinde voltou até a mesa, agora segurava uma bandeja circular na mão direta, colocando sobre a madeira dois copos de Whisky com gelo.

— Oras.. Pensei que não fossemos beber hoje. — O moreno gargalhou, não hesitando em agarrar a peça de vidro, o chacoalhando com cuidado.

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⏰ Última atualização: May 15 ⏰

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