Surpresa inesperada

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Clarie

Já se passaram dois meses que eu não via o Artur.Nós estávamos apenas conversando pelo Skype,Whatsapp.Era um começo de setembro,onde eu estava quase morrendo de estudar para o Enem que se aproximava.O Artur decidiu fazer vestibular para Engenharia Elétrica,enquanto eu decidi ser Arquiteta,por sempre possui uma amor incontrolável pela profissão e uma forma de fazer minha mãe orgulhosa:seguindo a sua profissão.Estou sozinha em casa,pois meu pai teve que fazer uma viagem a trabalho e a empregada-que costumo dizer que ela é a minha segunda mãe-teve que fazer uma cirurgia e só voltará domingo.Estou fazendo atividade de Física e Espanhol,até que uma náusea me domina por completo.Uma náusea fora do normal.Corri para o banheiro,e coloquei para fora tudo que havia comido no dia.Ou talvez na semana.Tentei me manter calma,afinal isto não se passava de no máximo uma virose.Fui até a cozinha,em busca do Dramin.Este remédio sempre foi tira e queda.
Tomei algumas gotinhas,juntamente com alguns goles d'agua e fui descansar um pouco no sofá.Mas nada desse enjoo passar.Era algo insuportável e persistente.Fiquei mudando a toda instante os canais de tevê,mexi no celular,li livros,porém nada era suficiente.
Senti uma forte dor no abdômen.Literalmente,a mais forte que eu senti em toda minha vida.

-Meu Deus-gemi-Me perdoe por todos os pecados,por ter comido o chocolate do meu pai, por ter colocado corante na piscina e dizer que foi minha priminha que colocou,por sair na aula para ficar mexendo mo celular,por ter obrigado aos meu primos arrumarem meu quarto,por ter...Ai!-essa dor não era de Deus.
Peguei meu celular que estava na mesinha de centro da sala e telefonei para a primeira pessoa que me veio em mente:Isa.
Isa faz faculdade de Psicologia aqui em Copacabana,e ela é a única pessoa que eu tenho mais próxima aqui.O resto moram em outro estado ou no interior.

-Quem incomoda?-ela falou com sarcasmo.Posso está morrendo,mas Isabela sempre dá um jeito de ser sarcástica em tudo.

-Isa...Acho que um dinossauro está comendo minha barriga-falei entre gemidos.

-Sério?!Preciso chamar a Globo para filmar este acontecimento tão espetacular.Cara,eu sabia que ainda existia dinossauros,ainda mais aqueles que comem barrigas de hu...-ela tagarelava tão rápido que me dava raiva.

-Isa!!!-gritei-Sério,estou sentindo muita dor na barriga e náuseas.

-O que é que eu tenha a ver com isso?

-Por favor,me leva pro hospital-falei num sussurro.Já estava fraca.

-Ok,me espera um minuto.
Não escutei mais nada.Eu apaguei.
Isa
Eu:Clarie?Clarie?!Miga,não estou a fim de brincar-falei,achando que era apenas uma das brincadeiras da Clarie-Clarie,sem brincadeiras,sério.Ok,eu paro de zoar-mas nem um sinal de vida.Comecei a ficar preocupada.
Como eu ainda terei 20 minutos de intervalo,não custava nada dá uma passadinha lá,porque era apenas 5 minutos de carro.Ao chegar,toco o interfone diversas vezes,mas eu não obtive resposta.Tentei ligar novamente para a Clarie,mas tudo foi para a caixa postal.O que será que este ser humano fez?A Clarie sempre teve ideias brilhantes para fazer pegadinhas,porém algumas vezes ela saia do controle e já deixou várias pessoas malucas.Lembro-me que a sete anos atrás,ela se fingiu que estava tendo uma convulsão para sair de uma bronca que levara da sua Tia Ivone.Obviamente todos nós ficamos preocupados com a situação dela,principalmente porque ela não parava de tremer.Depois de algumas horas do susto,nós ficávamos rindo.Ela realmente tem sangue de atriz.Voltei para o meu carro com a intenção de voltar à faculdade,porém neste instante lembrei das chaves reservas.Se eu estivesse em um desenho animado,com certeza apareceria um lâmpada na minha cabeça.O pai da Clarie costumava deixar as chaves reservas dentro de um vaso que decorava o muro da frente-muito bem escondidas,é claro.Torci para que ela ainda estivessem lá.Custei um pouco de tempo até encontrá-las,mas finalmente achei.Peguei o molho de chaves e apertei no controle que abria o portão.Corri até a porta de entrada e abri a mesma.Me assustei com a cena que eu vi:Clarie desmaiada no chão.E não,não era uma pegadinha.Ela realmente estava pálida,e na sua mão ela segurava um remédio.
Oh-Oh
****
-Isa,cadê ela?-Artur perguntou.Estava ofegante.Resolvi ligar pra ele,pois pelo que eu saiba,Clarie estava sozinha aqui e não iria poder ficar com ela,porque eu teria que fazer uma viagem da faculdade.

-Calma,Artur.O médico ainda não veio com notícias.
Fiquei acariciando as costas dele com a mão.

-E se for uma coisa séria?Tipo tuberculose?

-Poxa,Artur.Seja menos pessimista.

-Com licença-um médico na casa dos trintas veio até nós-Parentes da Clarie Aguiar?
Confirmei com a cabeça.

-Sim,sou o namorado-Artur disse.

-Ah-o médico abriu um sorriso para o Artur-Parabéns,você será papai.

O Idiota Do Meu Primo [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora