Artur
Meu mundo simplesmente parou.Eu não conseguia assimilar as coisas. Iria ser pai. Ser pai aos 17.Não,eu não vou mentir.O meu mundo naquele instante desabou.Não tive aquelas reações que nem algumas pessoas iriam ter.Uma pessoa normal ficarei feliz recebendo essa notícia, mas eu não. Eu sabi que uma bebê iria atrapalhar meus sonhos,meus planos,o meu futuro e os meus estudos.Um bebê nesse ponto da minha vida iria estragar muita coisa.
Mas eu vou assumir.Foi minha consequência,nossa consequência e eu vou pagar por ela.Eu vou ter a maturidade de assumir um filho e aceitar esse novo fato na minha vida.
-Venham ver a Clarie.
Seguimos ele até o quarto da Clarie.
108. Por que será que ela só fica no quarto 108? Não tenho as melhores lembranças desse número.
Abri vagarosamente a porta, e lá estava ela. Dormindo feito um bebê, com o soro ligado em suas veias. Um sorriso de orelha a orelha apareceu no meu rosto. Di nada tudo pareceu estranho,feliz.Iria ter um filho com a mulher da minha vida.Com a mulher que eu demorei anos para assumir que ela é minha.
-Parabéns, papai.
-Dá pra acreditar? Vou ser pai, Isa-ela sorriu e voltou seus olhos de volta para a Clarie.
-Lembra quando a Clarie te obrigava a brincar de casinha? Você era o papai. A boneca era a filhinha.E a Clarie era a mamãe.
-É... Agora vamos brincar disso de verdade.
Isa olhou o relógio e espantou-se com a hora.
-Artur, as duas últimas aulas são importantíssimas. Eu preciso ir. Qualquer coisa me liga, beijos.
E foi embora.
Sentei na poltrona que ficava ao lado da cama. Eu não tinha olhos para outra coisa, a não ser para Clarie que dormia feito anjo. Meu celular começou a tocar, e eu olhei no visor quem era. Mãe. Agora estou ferrado.
Ligação on
Eu: Oi mãe...
M: Oi mãe?! Eu estou aqui quase arrancando meus cabelos de preocupação e você me responde com um "Oi mãe"?
Eu: Estou no hospital, mãe.
M: Que diacho você está fazendo no hospital? E por que você está no Rio de Janeiro?
Eu: A Clarie passou mal e como você sabe, o pai dela está viajando e a empregada de atestado.
M: Valei-me Deus! O que aconteceu com minha garotinha?
Eu: Passou mal.
M: Mas qual foi o motivo dela passar mal?
Eu: Porque ela simplesmente estava com a glicose baixa.Hipoglicemia.
M: Vou com seu pai aí.
Eu: Não, mãe. Ela está bem. Muito bem.
M: Passa pra ela.
Eu: Está dormindo. Pelo visto já está no décimo sono.
M: Me liga assim que ela acordar, ok?Meu filho eu estou tão preocupada. Você saiu dirigindo e ainda é de menor.
Eu: Mãe, dia de semana não tem quase nada de movimento. E você sabe muito bem que eu sei dirigir.
M: Por pouco eu não tiro seu celular e seu XBOX. Dessa vez deixa passar. Levou roupa?
Eu: Sim, mãe.Já estava impaciente. Muito impaciente. Prazer, Artur Impaciente Aguiar.
M: Ok, até mais. Se cuida.
E pela glória do senhor, ela desligou o celular. Respirei fundo, como uma forma de alívio, e dei uma olhada na Clarie.
Ela começara a se mexer na cama. Estava acordando. Se espreguiçava, e mal conseguia manter seus olhos abertos por conta da claridade do sol e da luz do quarto.
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O Idiota Do Meu Primo [Concluída]
Teen FictionMarrenta, complicada e grossa: esses são os melhores adjetivos para representar Clarie. Essa garota apronta poucas e boas com as pessoas que vivem ao seu redor. Todos acham que ela tem uma personalidade forte, mas na verdade ela é possui seu lado se...