Febre

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Artur

Saí daquela praia um pouco arrependido pelas palavras rudes que saíram da minha boca,mas ao mesmo tempo feliz por ter falado algo que eu queria dizer a séculos.Agora eu precisava pensar na Clarie,e explicar de uma vez por todas esse mal entendido,porque eu não consigo ficar nem sequer um minuto sem falar com ela.Ao chegar em frente a sua casa,lucrei ar e disquei seu número do celular.

-Alô?-ouvi uma voz baixa do outro lado da linha.

-Cla..Por favor,abre pra mim para que possamos ter um conversa civilizada.

-Vai ter uma conversa civilizada com a Marília!Só abro essa porta pra você pegar suas coisas e dá um fora da minha vida!Irei cuidar do meu filho sozinha em um apartamento e você nunca terá o direito de tocá-lo-ela foi ríspida nas suas última palavras.Agora estava chateado.

-Você não tem o direito de tirar o meu filho.Eu irei assumi-lo e nós iremos formar uma família.Eu sou o pai da criança-meu tom já estava grosso.

-Pra mim você apenas deu o seu espermatozoide e pronto-ela cuspiu essas palavras ofendidas que me fez ficar muito irritado.

-CLARIE ABRE A PORCARIA DA PORTA!-gritei e ela desligou o celular.
Quando ela falou em tirar o meu filho de mim,eu fiquei desesperado pela sua egoísta decisão,Clarie precisa saber que não fez esse filho sozinho e não vai criar sozinha.Fiquei insistindo,apertando a campainha e gritando pelo nome.Todo mundo que passava por aquela rua percebia que eu estava fazendo papel de trouxa.
Depois de quase 20 minutos insistindo,eu desisti e já estava quase indo embora para algum lugar,porém escutei o portão se abrir.

-Só abri porque não estou aguentando mais essa campainha no meu pé do ouvido.

-Vamos conversar...-tentei ser o mais amigável possível,mas foi em vão.Ela não me respondia de forma alguma-Precisamos resolver esse mal entre a gente.
Fechei o portão e ela andou pisando duro para seu quarto.Segurei seu braço para ela não escapar.

-Me solta!-gritou.

-Não.Quando você vai se tornar uma mulher madura?-gritei

-Quando você vai se tornar um homem confiante?

Eu respirei fundo.Não queria perder o restinho de paciência que me faltava.

-Olha,vamos agir como pessoas civilizadas.Vamos conversar-ela me olhou nos olhos e eu pude ver suas Scleras vermelha-Senta aqui-pedi pra ela sentar ao meu lado no sofá.

*************
Após contar tudo sem deixar nenhum detalhe escapar,ela já estava mais calma e aliviada,mas ainda possuía mágoa e medo.

-Por isso que você estava tão estranho?-eu assenti com a cabeça-E você tem ainda a cara de pau para mentir pra mim.

-Foi necessário.

-Necessário nada.Poxa Artur,eu tô chateada.Cara,me deu uma vontade de te estrangular...

-Shiuuu-coloquei o dedo indicador nos seus lábios-Me perdoa,por favor?

Ela pareceu um pouco pensativa.

-Não sei Artur.Eu não sei nem se o nosso namoro vai dar certo daqui em diante....

-Ei-abracei-lhe-Eu fiz isso pelo seu bem.Ou eu iria a esse encontro com a Marília ou ela poderia fazer algumas coisa com você.Esquece isso,por favor.
Ela suspirou ainda insatisfeita.

-Eu vou comprar pizza.
Ela abriu um sorriso.

-Por isso que eu te amo.
************
Já estava anoitecendo.Estávamos no sofá assistindo a 4°temporada de Once Upon a Time pelo notebook e a Clarie estava bem quieta mais do que o normal.

-Tá tudo bem?-indaguei,olhando pra ela que estava encolhida no meu lado.

-Um pouco de frio-ela falou as palavras pausadamente.Eu fui até o seu quarto e peguei seu cobertor.Achei estranho,porque estava fazendo um calor enorme no Rio de Janeiro e ela estava se tremendo de frio.Peguei o termômetro também para checar sua temperatura.
Desci as escadas e ela estava encolhida e tremendo.

-Acho que você tá com febre-toquei na sua testa que estava pegando fogo.Coloquei o termômetro debaixo de sua axila e esperei apitar.

Clarie

Deus,eu estava morrendo de frio por fora,mas por dentro parecia que eu tinha feito uma visita ao sol.O Artur colocou o termômetro debaixo de minha axila,e não demorou nada pra o mesmo apitá-lo indicando que eu estava com 39°C.O Artur arregalou os olhos olhando pra o termômetro e foi até a cozinha a procura de Paracetamol.

-Toma-o Artur me deu um copo de água e um comprimido.Eu bebi o mesmo-Clarie,você está com muita febre.Vamos tomar um banho gelado.
Eu torci o nariz.

-Eu não,tá muito frio.

-Mas isso vai melhorar a sua febre.Seu corpo irá voltar a temperatura rapidinho-ele me puxou e eu fui até o meu banheiro.Tirei minha roupa e liguei o chuveiro.

-Meu Deus-gemi quando a água gelado entrou em choque com meu corpo quente.Tomei uma ducha de 10 minutos e logo sai do banheiro toda enrolada em umas duzentas toalhas.

-Tá melhor?-Artur me perguntara.Ele estava sentado na minha cama mexendo no celular.

-Sim.Mas estou com o corpo dolorido,necessitando de uma massagem urgentemente.

-Isso é uma indireta,Dona Clarie?-ele arqueou a sobrancelha.

-Sim.Uma indireta bem direta.
Ele riu

-Ok,como sou legal,vou te fazer uma massagem na hora de dormir-dei um selinho nele em forma de agradecimento.

A campainha tocou e o Artur foi atendar.Optei por vestir um moletom e uma legging,como sempre.Desci as escadas por causa do maravilhoso cheiro de pepperoni invadindo minhas narinas.

-Meu Senhor me ajuda!Que cheiro bom!Cinco pedaços é meu.

-Nem pensar.Você só vai comer um.Já tá muito gorda.

-Ah,dane-se.



O Idiota Do Meu Primo [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora