OS DOIS POLICIAIS estão segurando a quarta xícara recheada de café. Eles fizeram da delegacia sua casa, usam o sofá duro para deitar e comem as refeições que suas esposas prepararam.
Tudo começou com um desaparecimento. No início pensaram que a garota havia fugido dos pais ou até se aventurado com um garoto.
No entanto, o sangue encontrado na casa dos Winters começou a encher sua mente de suspeitas.
Desde então, eles sentem que estão em um labirinto, correndo e correndo, mas nunca encontrando nada substancial.
Uma coceira no fundo de suas mentes dizia o motivo disso, mas eles sabiam que seriam estraçalhados ao fazer qualquer movimento prejudicial à elite.
Ao pensarem em Lilian, pensaram em suas filhas.
Os traços infantis ainda eram visíveis em seu rosto, não importa o quanto ela gostasse de disfarçar com maquiagem.
Após semanas sem uma pista concreta eles recebem uma ligação no meio da noite. Então o corpo da garota é encontrado no fundo de um rio.
Uma nova onda de determinação se apoderou de seus corpos.
Poderia ter sido minha filha. Eles pensavam.
Arthur coçava seu bigode enquanto analisava o vídeo de todos os depoimentos, nada parecia fora do normal, nenhuma ponta solta.
Andrea Winter, a garota tinha um bom álibi, as câmeras a registrava subindo as escadas e descendo alguns minutos depois.
Mas, após anos de serviço prestado ele tinha um faro açudado para detectar erros, a forma como a um corte na imagem e minúsculos erros nas imagens sugeriam a modificação desta.
Winter
É a filha do seu chefe, nunca poderia realmente comprovar sua suspeita, isso resultaria apenas na perca de seu emprego. Isso não poderia acontecer, tinha uma família para sustentar.
Arthur dá outro gole no café fumegante, o líquido amargo desde pela sua garganta; assim como uma profunda compreensão:
O verdadeiro culpado nunca seria pego.
Seus ombros caíram. Seus olhos foram para o sofá com seu lençol e travesseiro.
Talvez esteja na hora de voltar para casa. Pensa.
Ele escuta a porta do seu escritório abrindo.
Philipe, seu companheiro de equipe, entra com uma caixa nas mãos.
— Outra noite sem nenhuma pista? — Philipe pergunta.
Arthur não responde, ainda sentia o gosto amargo da realidade.
— O que está segurando?
— Alguém deixou isso na porta, encontrei quando fui fumar.
Arthur mordeu a língua, odiava quando seu companheiro diminuía anos de vida ao cigarro.
Philipe abriu a caixa.
Há um gravador e um pendrive.
Assim que o gravador é ligado, uma voz vagamente familiar ecoa pelo pequeno cúbico.
Uma confissão.
Alexandra.
Arthur se lembrava da garota e a forma como ela parecia distante durante todo o interrogatório, como se tivesse sido sugada para outra dimensão.
O pendrive mostrava as câmeras de segurança do quarto de Andrea, câmera que não se sabia à existência, a cena do assassinado de Lilian se desenrolava em frente de seus olhos.
Nesta mesma noite é encontrado o corpo das duas estudantes, ambas foram levadas para suas famílias e foram realizados os enterros.
Taylor ficou além da destruição com mais duas mortes quebrando seu espírito.
O polícia de bigode olhou com pena para o garoto, e ele se questionou se a verdade era sempre boa.
Infelizmente, a responsabilidade de contar tudo para o garoto recaiu sobre seus ombros. Precisava fazer isso antes que a notícia fosse divulgada no jornal local.
A conversa foi longa, mas devastadora.
O grito que escapou pelos lábios de Taylor quase partiu o coração de Arthur.
Andrea manipulou tudo, destruiu tudo.
A última peça cai.
Taylor morreu naquela mesma noite com um tiro de bala alojada no coração.
O veneno do beijo que ele deu à morte foi fatal.