CAPÍTULO IV | CINEMA

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ESTAMOS CONVERSANDO

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ESTAMOS CONVERSANDO. 

Ele está olhando para mim,

Eu estou olhando para ele.

Como a raposa é atraída pelas chamas, eu sou atraída para Taylor.

Embolados em lençóis grossos e com canetas cheias de chocolate trocamos histórias sobre cada fase da nossa vida, o que foi difícil para mim, pois passei boa parte dos anos anteriores obcecada por ele.

Então, com uma criatividade aguçada contei mentiras tão vestidas de verdade que se contasse por tempo suficiente poderia eu acreditar nelas.

Passei a ansiar pelo tímido sorriso que escapava de seus lábios toda vez que exagerava na história.

Consegui, por aqueles breves momentos, ofuscar a tristeza em seus olhos.

Por que não poderíamos ficar presos assim para sempre? Me pergunto, amargurada.

Na mesma semana Andrea planejou uma saída ao cinema, mas cancelou poucos minutos antes. Curiosamente, ficou apenas Taylor e eu.

Compramos pipocas amanteigadas e nos sentamos na última fileira, somos os únicos no lugar.

— Acho que chegamos cedo demais. — Ele diz, se acomodando ao meu lado.

Me concentro na pipoca, tentando afastar minha mente da sua presença inquietante; mas ignorar Taylor é como ignorar o sol. Impossível.

Assistimos quase todo o filme em silêncio, mas quando estava próximo do fim ele de repente vira o rosto em minha direção e diz:

— É o pior filme que já assisti.

Riu.

— Tenho que concordar.

Observo seu rosto envolto na escuridão, apenas iluminado pelo telão do filme.

Nossos olhos encontram os lábios um do outro,

Nossas respirações se entrelaçam,

Nossos mundos se colidem em uma dança perfeita.

As chamas nos engolem, lambendo cada pensamento e inundando o corpo de emoções.

Quando nos afastamos, amargos com a necessidade vital de ar, meu corpo tremia e o desejo ainda pingava.

— Alexandra... — Meu nome escapa dos seus lábios.

Quando nossos olhos se cruzam não encontro nenhum resquício de arrependimento.

Capturo seus lábios de novo e de novo...

Meu coração flutuava, todo o peso dos últimos dias extinto.

Mas eu deveria saber melhor, a felicidade é tão efêmera quanto o tempo.

Andrea: Encontraram o corpo.

AS MENTIRAS DE ANDREAOnde histórias criam vida. Descubra agora