Capítulo 1: Prelúdio

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Avisos:
-Abuso mental
-Transfobia
-Violência
-Crise de ansiedade

⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

Antes de darmos introdução neste prelúdio, eu gostaria que vocês, queridos leitores, imaginassem a seguinte cena, vocês estão dentro de uma belíssima limousine, há três pessoas com vocês - duas a sua frente e uma à sua direita - e vocês estão bebendo champagne, o teto solar está fechado devido ao forte temporal que chovia lá fora, mas vocês estavam a uma velocidade dentro dos padrões exigidos pelas leis de trânsito. De repente tudo parece estar em câmera lenta e o carro começa a capotar, a pessoa a sua direita foi arremessada para o outro lado do carro e as duas à  sua esquerda se chocaram com tanta força no teto que perderam a consciência, e então, há apenas o preto.

A maioria das grandes e boas histórias começam com um trágico acidente.
Essa história não começaria diferente. É claro, não foi exatamente trágico. quero dizer, algumas pessoas morreram e tudo mais, mas, não iremos todos? De qualquer forma eles nem eram boas pessoas e estão em um lugar definitivamente pior agora.

Ainda sim foi um acontecimento dramático, inesperado e bastante brutal que ocorreu por, digamos, uma série de acontecimentos tão insignificantes separadamente que ninguém poderia ter dado a importância necessária antes que fosse tarde demais, o que talvez tenha sido, karma? Uma forma do universo castigar essas pessoas por todas as coisas ruins que eles fizeram durante toda a vida?
Para mim, uma humilde narradora onisciente dos fatos, isso foi um claro sinal do universo, de que talvez uma mudança seja necessária. Mas uma mudança de que? Você meu caro leitor, me pergunta, e pra te responder essa questão, voltaremos algumas horas no passado para entender como chegamos ao fim, que deu início a tudo isso.
Exatamente 11 horas atrás, às 08:33 do dia 23 de junho de 2023.

Castor era o motorista particular dos Black a 25 anos consecutivos, ele gostava do seu trabalho, ele tinha férias remuneradas, plano de saúde, carteira assinada e ele ainda tinha tempo pra ir a academia 6x por semana, fora seu salário que pagava seu aluguel e despesas tranquilamente. O único problema era a patroa, mulher estranha e grossa, ele a conheceu quando ela tinha 15 anos e era uma verdadeira baranga em ascensão, principalmente quando ela decidia que 'quando tudo tinha que estar perfeito, tudo tinha que estar perfeito!', pobres crianças que tem essa louca como mãe.
Algumas semanas atrás ele notou que a limusine estava fazendo um barulho meio estranho quando ele tentou frear, sua primeira reação foi bufar, tentar explicar isso para Walburga Black sem que ela tivesse um ataque furioso por "coisas trouxa nunca pararem de dar problemas" seria um saco, então ele ignorou isso por um tempo até que barulho ficou mais alto. Ele poderia deixar isso assim mesmo, afinal seus patrões não sabiam como os carros funcionam, mas poderia ser uma coisa séria e se Walburga percebesse... bem, digamos que ele não gosta das dores de cabeça que ele sente quando ela grita, nem das dores de cabeça remanescentes que vem depois dos gritos dela.

Foram longos e cansativos 27 minutos de um discurso interminável sobre, "tudo", que ela achava terrivelmente inconveniente, o que para Castor era, basicamente, ele, Ela nunca gostou de "trouxas" e ele trabalhar para a família a tanto tempo era praticamente uma ofensa, ela nunca o mandou embora apesar disso, o que possivelmente deve-se ao fato de que seria ainda mais inconveniente ela ter que procurar outro motorista "trouxa".

– Apenas me garanta que tudo estará em ordem para hoje a noite, eu fui clara? – 'porra se ela te pega desfocando na frente dela você vai estar muito ferrado!' pensou Castor.

– Sim minha senhora! – 'amaldiçoada seja, sua mocreia... espera ela não pode ler mentes né?'

– trouxa insolente. – ela murmurou, não baixo o suficiente para que ele não ouvisse, mas Castor suspeita que ela queria exatamente isso.

Blacks in the houseOnde histórias criam vida. Descubra agora