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*11:35Nova Iorque, NY, EUA∙*
*The Pond at Central Park*

 

                              YOU POV

    Me sento na cama, sentindo a cabeça latejar, a garganta seca e uma sensação ruim de cansaço, estou um pouco confusa, não me lembro direito da noite anterior, só alguns flashes, mas me lembro nitidamente de Cate, na verdade estou pensando nela agora, em como ela me faz sentir, mas não me impesso de perceber que ela não está aqui agora, ela simplesmente foi embora, será que aconteceu algo? Não sei onde ela está, só me lembro de deitar na cama exausta e cair no sono.

    Me levando de uma vez, sinto tontura e vejo tudo preto na minha frente, tento me acalmar colocando a mão na cabeça, me recupero e vou até o banheiro, vejo a imagem do meu corpo nu no reflexo do espelho, estou marcada de chupões e algumas mordidas, nenhuma marca dói ou me incomoda fisicamente, mas elas estão marcadas em mim como uma tatuagem, pensar nesses ematomas superficiais me incomoda um pouco.

    Tomo  banho com calma, me lavando delicadamente, sinto a água descer pelo meu corpo, relaxando minha pele. Me preparo para o dia, disposta a enfrentar o que quer que esse dia tenha me reservado, me dirijo até a cozinha, o cheiro do café fresco causa uma atimosfera familiar e reconfortante, me sinto bem dentro de casa.

   Chego no trabalho, o ambiente também familiar e reconfortante, meus alunos me comprimentam me desejando um bom dia, estou feliz por compartilhar meu dia com minhas crianças favoritas, me encaminho para a sala dos professores, comprimento Sandra que me olha com um olhar sugestivo e até um pouco malicioso.

  - Você vai me contar como foi a noite anterior? - ela me questiona, arqueando as sobrancelhas - pelo jeito que você está, ela te deu um trato em tanto.- Sandra ri e sinto minhas bochechas queimarem.

- não aconteceu nada demais Bullock, nós só fomos jantar e só isso, nada demais - tento tirar o foco da conversa de mim, mas Sandra está muito interessada em saber sobre meu encontro com Cate

- Você não sabe mentir, dá pra ver a marca no seu pescoço e você está com cara de quem transou a noite toda.

- SANDRA- me encontro totalmente vermelha agora, ela com seu jeito exagerado acabou chamando atenção de quase todos para nós- estamos no trabalho, não é hora de falar sobre isso, se controle. Não quero ser responsável de alguma criança escutar suas barbaridades e sair repetindo na escola- gesticulo com as mãos enquanto ela dá de ombros.

Ela ri mais uma vez, minhas bochechas ainda estão quentes e ainda sinto o olhar de alguns sobre nós duas. Me despeço de Sandra, quero sair daqui o quanto antes, vou para a minha sala, todas as minhas crianças estão lá, sentadas em suas carteiras.

    O primeiro tempo de aula é tranquilo, dou uma pequena atividade para as crianças e converso com todas, a hora do intervalo chega. Dou meu último tempo de aula e vou para casa.

    O ambiente silencioso me faz sentir uma paz inconfundível, no conforto da minha casa, eu suspiro profundamente sentindo o ar invadir meus pulmões, pego meu celular com a esperança de encontrar alguma mensagem de Cate, sem nenhuma notificação dela. Como ela pode passar uma noite comigo e simplesmente desaparecer? Penso em mandar mensagem para ela, para saber se ela está bem, se aconteceu alguma coisa.

  
*Olá Cate, está tudo bem? Você saiu tão de repente e não deu mais notícias.

  Dígito e leio a frase mais um milhão de vezes, ainda exitante eu aperto o botão de enviar e deixo o celular de lado, não querendo me importar muito com aquilo.

 

   CATE BLANCHETT POV:

  Me sento na mesa do escritório, caneta na mão e o meu diário na minha frente, eu apenas o encaro, procurando palavras para expressar o que eu estava sentindo e pensando, mas as palavras não apareciam na minha mente, estava vazia, não tinha nada ali e eu estava agoniada com essa infertilidade mental, desde que passei aquela noite com s/n não consegui escrever, toda vez que olho para o diario minha mente fica nebulosa e tudo desaparece, e só consigo ouvir a voz dela, sentir seu cheiro impregnado nos meus sentidos, e sentir o calor da pele dela, há! A pele dela, ela era incrível, era quente e macia, eu só pensava que poderia queimar no calor dela, sentir minha pele derreter com a sua e assim nós duas nos  tornar uma só, poderia listar tudo o que estou sentindo, poderia listar as suas características e trejeitos, eu sabia de tudo sobre ela, e poderia escrever sobre isso. Mas me faltam palavras e sobra sentimentos.

   Penso em desistir de escrever, de parar com toda aquela palhaçada e rasgar todas essas folhas até não sobrar mais nada, o vibrar do meu celular em cima da mesa me tira dos meus pensamentos, olho a barra de notificação e vejo o nome de s/n.

*Olá Cate, está tudo bem? Você saiu tão de repente e não deu mais notícias.

   Leio sua mensagem diversas vezes, pensando se realmente valeria a pena responder.

  *Eu estou bem, só precisei resolver algumas coisas. Nada muito sério.

Envio a mensagem sem pensar muito, ainda meio inerte com o assunto do meu bloqueio criativo, me arrumo na cadeia, procurando uma posição mais confortável, fecho os olhos e volto para o momento em que coloquei minhas mãos em s/n, lembro de sua voz, como se ela sussurrase no meu ouvido, bem ali ao meu lado, me recordo de cada detalhe de seu corpo em êxtase embaixo do meu. Sinto o corpo relaxar e o coração bater, sinto o pulsar do meu peito em todos os lugares, até na cabeça, vejo seus olhos escuros e mergulho neles, me vejo em um buraco negro olhando para suas orbes castanhas. Abro os olhos e finalmente as palavras surgem, como se alguém ditasse elas para que eu escrevesse, naturalmente, deslizo a caneta sobre o papel.

   *Respiração pesada, corpo suado, ela estava com os cabelos bagunçados enquanto se agarrava em mim, praticamente desesperada. Eu não sei formular muitas palavras para expressar o que eu senti naquele momento a não ser expectativa, queria escutar seus gritos mais uma vez, de um jeito diferente talvez. Só queria minhas mãos apertarem seus pontos de pulsação até eles pararam, queria seus olhos medrosos olhando no fundo dos meus, queria sentir o calor que era por dentro de sua pele, me enfiar debaixo dela e me acomodar em seu ser e ficar ali para sempre. S/n me fazia sentir coisas estranhas, sentimentos novos e um pouco confusos, mas ao mesmo tempo me despertava sentimentos velhos, como os que eu tinha na infância quando sentia vontade de apertar o pescoço de qualquer animal. Eram sentimentos tão familiares, faziam parte de mim.*

  Largo a caneta em cima da mesa e respiro fundo, me levanto e deixo meu escritório.

  Enquanto estou na minha sala de estar só consigo pensar em o que vou fazer agora, como vou prosseguir. Vou continuar com a minha mesma vontade que tinha quando a conheci? Nada é muito claro agora na minha mente, não consigo pensar muito bem como antes, minha mente se prendeu nela. Penso em sua mensagem de mais cedo, não dei respostas e a mensagem continua ali. Pego o celular indo diretamente para o seu contato.

  * Tive alguns compromissos, perdoa-me pela minha partida repentina*

É a única coisa que escrevo para ela, e em seguida vejo outra mensagem, de Sarah dessa vez.

* Como foi a noite? Não esconde nada de mim, eu sei que você passou a noite na casa dela*

A mensagem é acompanhada por emojis com expressões maliciosas, rio com sua petulância pela mensagem indiscreta.

* Não tenho apenas uma palavra para definir a noite, precisaria de muito mais para eu conseguir te dizer*

* Na minha casa as 19:30, não se atrase e traga uma das suas garrafas de vinho super caro*

  Rio mais uma vez com a mensagem de Sarah, mesmo com  meus dilemas, desafios e dificuldades, Sarah sempre está comigo para qualquer coisa, me sinto grata por ela.

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Desculpa a demora para atualizar aqui, tô sem ideias para continuar essa história.

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⏰ Última atualização: Aug 01 ⏰

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Diário De Uma Psicopata ( Cate Blanchett/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora