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De manhã, todos olhavam as outras malas, a procura de mais comida ou seja lá o que for, o que ajudasse estava ótimo.

Pessoas comiam cadarço de tamanha fome, comiam cigarros, pessoas com xixi Preto. Muita dor.

No meio do dia. Nando estava com sua irmã, a abraçando enquanto descansavam. Até que, Nando ouve um suspiro pesado, e quando olha para sua irmã, vê sua cabeça virando pro lado.

-Susy? - Nando a chama, mas não recebe resposta - Susy? Susy, respira. Não, não, não! Susana! Susana, por favor! Não, não! - Ele começa a perceber que sua irmã não estava respirando - -Martina! Martina, Me ajuda, por favor! Susana? Me ajuda aqui, por favor!

-O que aconteceu? - Pergunta a Turcatti mais nova se aproximando, vendo Nando desesperado.

-Ela não tá mais respirando. - Nando fala.

-Coloca as pernas pra lá. Me dá a cabeça. - Martina diz dando as ordens e tentando ajudar.

-Roberto, por favor! Ela não tá respirando, Roberto. - Diz Nando desesperado. - Susy, respira!

-Coloca ela aqui. - Manda Roberto.

-Me ajuda, Martina, vamos! - Nando nessa hora já chorava

-Ela não tá respirando - Martina fala, triste pelo amigo e pela amiga que se foi. Ela e Susy eram muito próximas, as duas sempre saiam juntas, uma ia na casa da outra, as duas amavam irritar Nando e Numa, juntas. Martina sempre vinha ver sua amiga, ver se ela tava bem ou não. Mas infelizmente, ela não conseguiu ajudar dessa vez.

-Susy! - grita Nando.

Coco Nicolich escreveu uma carta para os seus pais. "Queridos pais: estou escrevendo pra vocês depois de oito dias que o avião caiu.

Susana" Susy" Parrado- 20 anos

Nando estava abraçado com o corpo da irmã, chorando baixinho.

Estamos em um lugar divino, todo fechado por montanhas e com um lago no fundo, que vai descongelar assim que começar o degelo. Estamos todos muito bem. Nesse momento, somos 28 vivos. Hoje, morreu a irmã do Nando Parrado. Estou com muita saudade. E constantemente peço a Deus que, pelo menos, me deixe ver vocês só mais um dia."

Nando estava do lado de fora, enterrando a irmã, também estavam do lado de fora Marcelo, Martina, Numa, Roberto e Adolfo, olhando.

-Isso é um cemitério. - Disse Nando Parrado se virando para os amigos - Eu não vou ficar aqui.

..........

Dentro do avião, pessoas desesperadas.

-A minha barriga tá doendo!

-Eu sei querido, mas respira. - Dizia Liliana, segurando o rapaz, tentando acalmar o rapaz.

-Não consigo respirar. - O Mancho diz desesperado.

-Respira. Isso, respira. - Repetia várias vezes Liliana.

-Não consigo. Não posso.

-Pode, sim. Vai, respira.

-Tenho que sair! Tô ficando sufocado. - O menino se debatia nos braços da mulher.

-Não pode sair, Moncho. Olha pra mim. Você tem que se acalmar.

-Não quero morrer aqui. - Moncho fala desesperado.

-Você não vai morrer, Moncho! Calma.

Dia 9
21 de outubro de 1972

.........

-Se eu morrer, autorizo vocês a se alimentarem do meu corpo. - Dizia Adolfo. - Assim continuam vivos.

A sociedade da neve Onde histórias criam vida. Descubra agora