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"Escolher ser ruim com a pessoa errada é como acender um fósforo perto de um barril de pólvora - as consequências podem ser explosivas e mudar tudo em um instante."


Haviam se passado mais de duas horas, e Dahyun continuava na mesma posição. Deitada no chão de seu quarto, ela olhava para o teto fixamente enquanto lentas lágrimas desciam nas laterais de seu rosto.

Sua cabeça doía como um milhão de marteladas, e seus pensamentos não paravam por um minuto sequer. Estava confusa, algumas coisas não faziam sentido para ela, assim como outras faziam até demais.

De todas as suas vontades naquele momento, ela só queria voltar no tempo e evitar ter escrito todas aquelas coisas idiotas.

Ter se entregado tanto para ela.

Mas tendo total convicção de que não era possível mudar nada do que já se tinha feito, chorava ainda mais.



Depois do ocorrido na festa de Chaeyoung, Dahyun ficou totalmente perdida. Sentia como se a gravidade aumentasse cinquenta vezes mais, dando-lhe a sensação de dor a cada um de seus passos.

Estava sufocando em envergonhada e triste pela situação dolorosa que passara dentro daquela quarto, sentindo repulsa a cada movimento enquanto colocava suas roupas.

Não queria que suas amigas a vissem, não aguentaria ter que encará-las e ainda ter que dar-lhes algum tipo de explicação embaraçosa, decidindo assim, sair cuidadosamente pelos fundos onde havia somente uma garota fumando um cigarro, e reparando bem em como a coreana chorava, perguntou se estava tudo bem. Recebendo em resposta, apenas um aceno positivo e mentiroso.

Ela só queria chegar em casa, tomar um banho gelado e demorado, mesmo sabendo que não iria limpar-se do que realmente gostaria de apagar de si e, não havia tempo ou interesse de explicar como se sentia à ninguém.

Dahyun sentia nojo do próprio corpo, do cheiro forte de Momo que estava em sua pele, das marcas de suas mãos, e da voz ríspida e cortante dela. Não aguentava mais as palavras da Japonesa bagunçando a sua cabeça. A palavra ' patética ' rondava toda ela fazendo-a querer chorar desesperadamente, por saber que sim, realmente havia sido patética em ter acreditado que Hirai poderia ser alguém diferente do que todos falavam que ela era.

Momo definitivamente não era como a descreveu ou imaginava ser. Dahyun havia inventado-a em sua mente da forma que talvez desejasse que no fundo a morena fosse, da forma que pudesse explicar todo o seu comportamento grotesco, mas acabou descobrindo o quão ruim ela poderia ser e como conseguiu ultrapassar o que os outros falaram sobre a sua crueldade.

Provando injustamente o quão fria poderia ser.

Em pensar que há qualquer tempo, Kim a defenderia e tentaria ver o seu lado bom inexistente, apesar de todas as palavras pesadas que citavam quando se tratava da garota. Mesmo com tantos boatos, e às vezes em que flagrou brigas da mesma, se recusava a acreditar que toda aquela maldade fizesse mesmo parte dela. Acreditava que sua marra só poderia estar ali por autodefesa ou medo, não conseguindo enxergar o quanto estava errada todo esse tempo por pura ingenuidade sua.

"O amor é cego, burro e inconsequente. Ele não é como nos filmes que Dahyun costumava ver, nem tão pouco como nos livros que costumava ler. Ele era um poço de mentiras que ela nunca mais desejava entrar, acabando por transformá-lo em ódio, dentro de um coração antes considerado tão doce."

[...]


Uma semana depois...
Segunda-feira - 10:43 AM.

― Dada...filha ? ― Dahyun escutou a voz de sua mãe do outro lado da porta, com um prévio aviso de que estava entrando. ― Tem uma garota aqui querendo ver você. Eu tentei explicar sobre você não estar recebendo visitas, mas ela insistiu  que não iria embora até que você a recebesse. ― a porta foi se abrindo devagar até que a mulher estivesse totalmente dentro do quarto.

Kim resmungou se virando para a porta com os olhos vermelhos e inchados de mais uma noite qual ela tivera passado chorando. Aquela cena partia o coração de sua mãe, ainda mais porque a mesma não sabia o que havia acontecido com a sua filha. Já tivera perguntado muitíssimas vezes, mas nunca obteve uma resposta certa. Era como se Dahyun estivesse sempre tentando enrola-la para não contar a verdade, mas também não mentir para sua mãe.

― Quem é?!

― Eu não consegui reconhecer o rosto, mas é uma menina muito bonita, e parece conhecer você... Eu digo para subir ? ― ela esperava pacientemente pela resposta lenta de sua filha.

Na realidade, Dahyun estava muito confusa. Sua mãe conhecia todas as suas amigas, sabia o nome e endereço de cada uma delas. Se tinha alguém lá fora e não era alguém que sua mãe conhecia, ela com certeza não sabia se era uma boa ideia dizer se esta pessoa poderia subir ou não.

― Essa menina além de bonita, ela parece perigosa ?!

Foi a única coisa plausível que se passou pela cabeça da garota, que se sentou na cama um pouco assustada e pensativa com quem poderia ser. Naqueles dias em que ficou em casa, só suas amigas mais íntimas foram visitá-la, e nem todas tiveram permissão para subir até seu quarto.

Estava nítido a vergonha que ainda sentia, e só aumentou depois de todo o boato ter se espalhado rapidamente pela universidade.

" Dahyun escritora sexual... "

― Oh meu Deus. Então é isso ?! Você está fugindo de alguém, Kim Dahyun?! Por isso está chorando todos esses dias e se alimentando mal?! ― a senhora Kim perguntava desesperadamente enquanto gesticulava aceleradamente. ― Você está se envolvendo com agiota ?!

" Porra! "

― Não!! Mamãe, não é isso!! ― grudou as mãos no rosto, sem saber ao certo o que fazer com aquela suposta sementinha plantada na mente de sua mãe. ― Quer saber, mande subir. Deve ser alguém que você só não conhece lá da universidade. ― abriu um longo sorriso forçado. ― E por zeus, mãe, eu não estou me envolvendo com agiotas.

Desconversou vendo sua mãe olhar  desconfiada e aliviada ao mesmo tempo em sua direção.
Por dentro, Dahyun estava morrendo de medo, mas parecia uma boa ideia comparado a ter que responder todas as milhares de perguntas de sua mãe.

Independente de quem fosse, ela imaginava que nada poderia falhar se caso corresse perigoso, pois bastava gritar que sua mãe correria para lhe salvar, certo ?!

" Errado. "


Depois de mais algumas tentativas falhas de arrancar alguma coisa a mais de Dahyun, a senhora Kim resolveu descer e dizer para a suposta amiga de sua filha subir e ensinou-a em qual porta deveria entrar. A mesma agradeceu por toda a gentileza, não tardando em subir as escadas até o quarto da coreana.

E lá estava ela; ainda de pijama em sua cama, os cabelos estavam presos em um coque frouxo e delicado, e assim como o esperado, em seu rosto a expressão mais espantada e pálida existente. Exatamente como garota imaginava ela iria estar quando a visse ali.

― Oi, Kim. Nós podemos conversar ??


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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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