Alex:
-Cara, eu pegaria você fácil fácil.-Miguel fala do nada.
Ele é estranho. Não sei como eu ainda o considero meu melhor amigo.
-Sério. Você é galã.
-Pode ir parando com essas conversas. Sei que você curte esse negócio de ser passivo, mas comigo não rola.
-Diz que você também não me acha um gostoso?-Afina a voz, e toca no meu ombro. Me lança um olhar açucarado, colocando um dedo na boca e mordendo.-Sofia nunca vai saber do nosso caso, delícia. Eu até deixo você me engravidar.
-Sai fora Miguel.-O empurro. Ele gargalha. Esse filho da mãe.
-Falando sério agora, como você está com Sofia? Estão tendo alguma evolução?
-Estamos bem.-Não posso dar muita liberdade pra ele.-E só.
-Qual é. Eu ajudei a juntar esse casal, e agora você não quer me contar o que anda acontecendo? Não é justo, Alex.
-Nem tudo na vida é justo.-Pisco.
-Eu não aceito. Me conta logo. Por favor.-Me olha como um cachorro que caiu da mudança e ficou abandonado.-Eu nunca te pedi nada.
-Esquece.
-Quando estiver precisando de ajuda, nem conte comigo, seu falso. Eu não sou mais seu amigo.-Dito isso, começa a andar rápido na minha frente, numa forma de me obrigar a falar. Ele vai perder o tempo com essa birra idiota.
Tudo bem que me ajudou pra caramba, mas não obrigado a contar tudo da minha vida.
Como estou melhor fisicamente, já estou trabalhando no período integral. Minha mãe é óbvio que protestou, mas não adiantou de muita coisa. Estou inteiro e pronto para outra.
•••
-Não vai me dizer mesmo?-Me cerca, quando já estou finalizando e indo para o meu horário de almoço.-Você não era tão ruim assim, seu falso.