03| Não é por você, acredite

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Na biblioteca da escola, eles fuçaram uma quantidade significativa de seguidores do perfil que se tornava cada vez mais popular, furando a bolha da escola particular de elite e atraindo curiosos de idades, gêneros e regiões diversas

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Na biblioteca da escola, eles fuçaram uma quantidade significativa de seguidores do perfil que se tornava cada vez mais popular, furando a bolha da escola particular de elite e atraindo curiosos de idades, gêneros e regiões diversas.

Aquilo já estava fora de controle. E Gigi sentia o pavor tomar conta de seu corpo com o rumo que as notícias cabeludas tomavam. Foram explanados casos amorosos entre funcionários, traições, violência física e verbal e mais um tanto de coisa que Gigi se recusava a acreditar que algumas delas tinham um fundo de verdade. Era enjoativo demais pensar que por trás da fachada de colégio modelo da região existia tantos casos que certamente virariam notícia no jornal local.

Ela chacoalhou a cabeça, largando o celular e enterrando o rosto nas mãos. Benjamin a observava de soslaio, fechando o notebook para fazer uma pausa.

— Não estamos fazendo isso não tem nem vinte minutos e você já quer descansar? — Ela fez careta.

— Nós não tivemos progresso algum, então é melhor uma pausa do que se frustrar mais. — Deu de ombros. — E, além do mais, eu não posso ficar muito tempo com a cara enfiada no computador, meu oftalmologista me recomendou.

— Até parece que você segue os conselhos dele.

— Nem sempre, mas hoje eu fiquei com vontade de cuidar da minha saúde, sabe?

— Você é um belo de um preguiçoso, isso sim.

— Preguiçoso, talvez. Belo, com certeza. — Mexeu exageradamente as sobrancelhas, passando uma mão pelos cabelos em uma imitação barata de parecer qualquer galã adolescente.

Ela suspirou, ignorando aquela encenação tosca de Ben, deitando a cabeça de lado sobre a mesa. Mal descansou e sua mente vagava, pensando em algo melhor para aquela tarefa que era como procurar uma agulha no palheiro.

Benjamin a imitou, encarando-a com os olhos curiosos, nem parecendo que há menos de 24 horas os dois não suportavam estar na presença do outro por mais de meia hora. Pensar naquilo fez ele rir, deixando a garota ao seu lado levemente desconfortável.

— O que deu em você?

— Eu só tô descansando. Não posso?

— Pode, mas você pode fazer isso virando essa sua cabeça oca para o outro lado.

— O que foi, docinho? — Ele arqueou uma sobrancelha, provocativo ao sentir que estavam sendo observados. — Está com raiva do seu namorado?

— O que deu em você? — Ela torceu o nariz, se ajeitando na cadeira e ficando ereta. Cruzou os braços, criando um vinco entre as sobrancelhas quando ele ajeitava a postura e a fitava de volta, um sorriso de canto repuxando seus lábios. — Tá ficando maluco?

Ben negou com a cabeça, ainda com os cantos dos lábios se curvando para cima. Ele varreu a biblioteca com os olhos atentos, arqueando uma sobrancelha quando a sensação de estar sendo observado pareceu ainda mais verídica ao prestar atenção em um ponto específico do lugar. Ele pegou o caderninho de anotações de Giselle, escrevendo algo em uma das páginas.

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