Conforto

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Ornella retornou mais rápido que pode. Pela primeira vez ela viu o quão vulnerável podia ser um homem ao ouvir os barulhos chorosos que Niklaus fazia. Não era choro de raiva nem de birra, era choro de mágoa e de dor, era como se aquele abraço que Nadya havia lhe dado tivesse desencadeado lembranças que ele queria esquecer, ou necessidades que ele queria ocultar.

Desde cedo a vampira mais nova havia percebido que o garoto não lidava bem com figuras de autoridade, isso se deu porque, bem, ele mordeu a mão de Nadya quando ela ordenou que ele saísse do chão. Porém, isso se espelhava em figuras de autoridade através do medo, de não saber o que a grande mulher faria com ele. Mas agora, sua mãe estava mostrando de fato que não tinha interesse em fazer nenhum mal ao menino, muito pelo contrário, ela estava determinada a cuidar daquele homem como se fosse um dos bebês vampiros daquele local. Isso explicava a mamadeira de vidro cheia de sangue que a vampira ruiva mais nova estava levando novamente até o grande quarto.

- Aqui, mãe. - Ornella anunciou sua chegada observando o Niklaus esfregando os olhos e se sujando com sangue enquanto tentava limpar as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Seu lábio inferior e seus ombros tremiam, fazendo com que a expressão de preocupação de Nadya ficasse ainda mais atenuada.

- Oh, eu agradeço, filha. - disse a grande mulher vendo que talvez o sangue morno acalmasse aquele bebê, porque ele não passava disso ali, um bebê vampiro que precisaria de muita atenção da parte dela. Não seria fácil porque ela nunca teve que cuidar de um homem antes, mas em seu coração ela sentia que Niklaus precisava dela. - Vem aqui, vampirinho, vamos tentar nos acalmar agora, tudo bem?

- Não... - Niklaus chorou sentindo um soluço escapar novamente de sua garganta.

- Sim, precisa se acalmar, depois podemos conversar mais para saber de onde vem todo esse chorinho, mas agora, eu preciso que você abra a boquinha... - Nadya manuseou o pequeno que estava sentado em seu colo com facilidade que chegou a assustar Niklaus, pois ele se viu sendo deitado nas pernas de Nadya, enquanto uma das mãos dela o segurava em suas costas na dobra e a outra estendeu para pegar algo que a filha entregava. - Sshhh... pronto, vai ficar tudo bem, querido, vai ficar tudo bem. - a grande mulher começou a balança-lo de um lado para o outro como se ele fosse um maldito bebê humano e isso fez com que o sangue se acumulasse nas bochechas do híbrido que tentou se afastar dela.

- Me solta!

- Não, pode parar com isso, Niklaus. - ordenou a grande mulher vendo o choro começar a ter pontadas de birra de constrangimento. - Vai se acalmar e quando você se acalmar eu vou lhe dar um novo banho.

- NÃO! - Niklaus gritou sentindo a mulher o apertar ainda mais contra seu corpo. - NÃO!

- Você está todo sujo de novo, vai precisar de um banho. - Nadya explicou suspirando vendo ele, talvez sem perceber, bater as pernas irritado tentando impulsionar seu corpo para fora do colo dela. - Criança...

- Eu não sou criança e eu não devo obediência a você! Eu exijo que me solte agora mesmo! - apesar da lágrimas ainda escorrendo teimosamente pelo seu rosto, Niklaus não deixou de praticamente rosnar para Nadya que parecia bem pouco preocupada com seus ataques de raiva. - ME LARGA!

- Não, não vou lhe soltar e você pode começar a se acostumar a ficar no meu colo porque estou observando que você precisará muito disso. - determinou a mulher ruiva robusta trazendo a mamadeira de vidro para perto do vampirinho que arregalou os olhos quando notou o item na mão de Nadya. - Agora abre a boca para mamar um pouco e se acalmar antes do banho, vamos, lindinho.

- Você só pode esta zombando de mim! - esbravejou Niklaus se debatendo mais forte. - Está querendo me humilhar! - Nadya estalou a língua, como podia ser tão desconfiado? O quanto de mal fizeram para aquele menino que uma simples mamadeira podia fazê-lo pensar que era uma forma se humilhação?

- Nada disso, eu quero que você se acalme.

- Com isso?! Eu não vejo como isso possa me acalmar sendo que não sou uma criança! EU NÃO VOU ACEITAR ESSA DROGA! - retrucou Niklaus rapidamente vendo Nadya aproximar aquela coisa de seu rosto, sua única ação não pensada foi bater forte na mão da mulher fazendo com que aquela mamadeira de vidro voasse diretamente no chão e sujasse tudo de sangue ao se estilhaçar.

- GAROTO! - Ornella abriu a boca em choque, como ele podia ter feito aquilo? E ainda por cima batido na mão da sua mãe?!

- Ornella. - Nadya chamou a atenção da sua filha sabendo o que passava na cabeça dela e da revolta que começava a crescer. - Está tudo bem.

- Mas mãe, ele te mordeu e te bateu, ele está dando ataques de birra o tempo todo!

- Se falar isso novamente eu vou arrancar a sua língua! - Niklaus ameaçou a menina apontado com ódio para ela quando apenas ouviu um suspiro vindo de Nadya que o ajustou em seu colo novamente com muita facilidade e o sentou. - Eu quero descer! - esta naquela posição era ridículo, Klaus agradecida todo o momento por aquelas mulheres não saberem quem ele era e não ter alguém que ele conhecia ali, ser subjugado daquela forma tão facilmente era uma mancha enorme na reputação do híbrido.

- Eu não me importo com o que você quer, Niklaus, eu me importo com o que você precisa. - disse a grande mulher com dureza em sua voz levando uma mão até o queixo de Niklaus o obrigando novamente a fazer contato visual com ela. - O que você fez agora foi muito feio, mocinho, muito mesmo.

- Quer, por favor, parar com essa sua brincadeirinha ridícula? - Niklaus estalou. - Isso já foi longe demais, e não pense se quer por um segundo que eu vou permitir que você me trate como um dos seus bichinhos de estimação!

- Você está agindo como um garotinho bem petulante! - pontuou Nadya sentindo Niklaus aquecer afastar o rosto de sua mão.

- Eu sou o híbrido original! Eu sou o monstro que os outros monstros tem medo, sua bruxa maldita!

- Ah, é mesmo? O que eu vejo na minha frente é um menino que está implorando por mais umas boas palmadas para aprender a se comportar.  - Nadya se levantou da cama puxando Niklaus com ela e o deitou de barriga para cima, pegando o vampirinho praticamente de surpresa. - Que coisa mais feia essa cena toda que você está fazendo... - as grandes mãos de Nadya foram até os botões da calça de Niklaus e começaram a desabotoa-los mas não antes das pequenas mãos do bebê vampiro voarem ali para ele defender seu pudor.

- NÃO! NÃO, VOCÊ NÃO VAI ME DESNUDAR NOVAMENTE!

- Sim, eu vou e pode tirar essas mão do caminho. - decretou Nadya dando duas palmadas para afastar as mãos de Niklaus das suas e foi rápida ao desfazer os botões e puxar a calça para baixo. A ação fez Niklaus gritar de constrangimento. - Não precisa de gritos, criança, eu já vi isso aqui e não é nada demais.

E lá estava ele, deitado de novo e nu de novo, debaixo do olhos atenciosos da grande mulher que o segurou pelos dois calcanhares e virou seu corpo para ficar de barriga para baixo e ele logo sentiu sua bunda arder com três fortes tapas que ela lhe deu bem ali.

PLAFT*** Nãooo

PLAFT*** Pare!

PLAFT*** Pare!!

- Ornella, traga mais uma mamadeira de sangue para ele, vou banha-lo novamente e depois ele vai mamar tudo para de acalmar ou vamos ter outra conversa desagradável como essa até que ele aprenda. - Nadya ordenou a sua filha vendo o vampirinho começar a se debater para sair de seu aperto novamente. - Niklaus...

- TIRE AS MÃOS DE MIM!

PLAFT*** PARE!

- Chega, Niklaus, chega!

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⏰ Última atualização: Apr 29 ⏰

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