Esvaziando

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— Eu tenho mesmo que ficar com isso?! — Resmungo tocando na bolsa de gelo. — Tá ardendo! — Rosé se aproxima e bate de leve na minha mão.

— Deixe de besteira, não está ardendo! — Resmungo sentindo a loira pressionar, com cuidado, a bolsa de gelo em meu nariz.

Estávamos em sua casa. Eu havia tomado banho e usava as roupas da loira impiedosa, me sentia estranhar por está usando essas roupas caras de marca, parece que eu estava roubando as mesmas, quando na verdade Rosé havia me dado, alegando que ficavam melhores em mim.

— O que vocês querem fazer agora? — Rosé pergunta chamando nossa atenção.

Dou de ombros ficando quieta na minha. — Podemos assistir algo. — Minnie sugere se ajeitando na aconchegante e enorme cama.

— Vem aqui. — Rosé me chama do outro lado da cama, eu estava sentada na ponta.

Olho para a loira com dúvida porém logo engatinho até ela. — Oi. — Paro a sua frente.

— Deite aqui. — Bate no meio de suas pernas. Rosé estava encostada na cabeceira da cama enquanto tinha suas pernas esticadas.

Respiro fundo encarando a manta da cama. Nunca havia ficado tão próxima assim de Rosé ou de Minnie, sempre fui muito na minha. Não temos nenhum tipo de demonstração de amor em nossa amizade, o máximo que temos é um "senti sua falta" quando uma de nós não vai a escola.

— Vamos lá, deixe de coisa. Apenas deite aí. — Minnie fala enquanto revira os olhos.

Ainda em silêncio me acomodo entre as pernas de Rosé descansando minha cabeça em seus seios. Rosé pega a bolsa de gelo da minha mão e com delicadeza a pressiona contra meu nariz. Sua mão direita passa sobre minha barriga me abraçando.

Respiro fundo me sentindo segura e confortável nos braços de Rosé. Sentindo o quentinho de seus braços me pergunto como nunca quis experimentar essa aproximação antes.

Meu coração se acelera assim que vejo um desenho animado passar na televisão, a qual Minnie estava mexendo, porém logo volta ao normal assim que o canal muda. Estou me sentindo estranha, eu sei que estou estranha. Depois do que aconteceu na sala de Jennie Kim me sinto tão vulnerável e frágil, é como se ela tivesse despertado um lugar em mim onde eu apenas quero chorar e deixar as coisas se resolverem sozinhas, sem ter que me preocupar com nenhuma responsabilidade.

Nunca me senti assim, vulnerável e exposta. Jennie Kim com sua pose de durona e séria quebrou toda a marra que eu achava que tinha. Jennie Kim me assusta, tudo nela me assusta, desde sua seriedade até sua estranha preocupação. Jennie Kim me confunde, ela dá a entender que não gosta de mim, mas parece se importar comigo. Tudo bem que tem uma grande diferença entre como ela me trata e como trata as outras pessoas, porém não posso deixar de pensar que ela se importa comigo, afinal, ela falou isso mais cedo, não falou?!

Estou confusa e odeio isso. Odeio está me sentindo submissa a Jennie Kim. Odeio está com vontade de estar em seus braços sendo cuidada por ela, afinal, eu nunca precisei ser cuidada por ninguém, eu sei me virar!

— Ei, Lisa! Está chorando?! — Rosé pergunta tirando o gelo do meu nariz.

Me senti na cama. — Não, eu não estou chorando. — Minha fala sai baixa e fanha. Abaixo minha cabeça para que nenhuma das duas vejam meu estado.

— Lisa. — Escuto Minnie me chamar porém me recuso a olhar para ela, não quero que me achem fraca.

— Lis... — Meu coração acelera ao escutar Rosé me chamar por um novo apelido. — Você sabe que pode se abrir conosco. Você não precisa ser essa garota forte sempre, você pode ter seus momentos de vulnerabilidade conosco. Não vamos lhe jugar, você sabe disso. Somos apenas nós três. Sou eu e Minnie, suas melhores amigas. — Rosé alisa minha coxa. Mordo meus lábios nervosa pela aproximação.

Minha pequena encrenqueira - Jenlisa Where stories live. Discover now