He's Arrived

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"Começou com um sorriso, aquele maldito sorriso "

- Não tem nada mais interessante? Sempre as mesmas histórias chatas...

Resmunguei, mais entretida em talhar o pedaço de madeira em minha mão, do que ouvir aquelas baboseiras. Minha irmã riu, tentando não olhar para a ruiva que estava usando de travesseiro.

- É a história de sua família, como pode não ser interessante?

Revirei os olhos, Alicent é alguém com a qual eu não faço questão de gastar energia

- Tanto faz, vou ir ver a rainha. Venha depois também, ou nossa mãe vai mandar te caçar.

Nyra me mostrou a língua, enquanto eu saia apressada, foram poucos corredor até minha mãe, que estava em seu quarto, sentada perto da janela observando a entrada do palácio. Me sentei no parapeito da janela, vendo as servas oferecerem algum chá para a rainha.

- Oi mamãe, vim te ver um pouco, se ficar por mais um minuto ouvindo história de gente que já morreu, vou acabar louca.

Ela riu, leve e divertida, enquanto eu colocava a mão sobre sua enorme barriga, onde está meu futuro irmão ou irmã.

- Só não gosta das histórias por que não falam de mulheres que lutem, não adianta negar mocinha.

Suspirei, ela me conhece mesmo

- Não entendo por que , nós também podemos empunhar uma espada, ou um arco e flecha – Olhei alguns guardas arrastando um homem bêbado para fora- Homens só são realmente bons em beber e trair.

Minha mãe me olhou com carinho, levando a mão até minha bochecha para um acariciar leve.

- Minha pequena dragão, nosso campo de batalha é o parto. Casar e ter herdeiros, isso é a nossa missão de vida.

Fiz um biquinho, chateada.

-  Daemon me entendia, ele me prometeu que eu poderia ser mais que isso.

De fato, meu tio Daemon foi o único que realmente se importou com minha vontade de ser mais que uma procriadora, ele convenceu meu pai de que eu deveria treinar lutas e aprender a combater, usou o argumento de que seria bom eu poder me defender caso algo acontecesse, mas sei que ele só o fez por que eu tinha chorado horrores em seus braços depois de alguém me falar que eu só serviria para ser a cachorra obediente de algum lorde.

Meu tio nunca passava muito tempo conosco, sempre em viagens e batalhas, e embora trouxesse presentes para mim e Rhaenyra todas as vezes, eu ainda sentia um pouco com suas idas, até que eu fiz nove anos e ele não voltou mais. Não sei o por que, mas me lembro de ouvir algo sobre ele e meu pai terem discutido.

- Seu tio é alguém pouco confiável para promessas – Ela percebeu meu incômodo e sorriu, se aproximando como se confidenciasse um segredo há mim – Fui informada que ele está vindo para o torneio, talvez passe alguns dias aqui, então você pode cobrar a promessa dele.

Quase instantaneamente eu sorri, animada pela primeira vez com toda aquela besteira de torneio.

- Agora vá se arrumar, pedi para os guardas informassem você primeiro da chegada de seu tio.

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