Das 6 às 7

6 da tarde

O céu acima do banco em que me sento, sorri em nuances com cores das quais eu gosto, e um calor suave abraça meu coração. Sinto-me pleno, em perfeita harmonia.

Tenho boas perspectivas para hoje, o banco do segundo andar da faculdade estava livre, é o melhor lugar pra se apreciar a vista, me sinto enérgico para com as atividades do dia, e ao mesmo tempo, calmo para lidar com as possíveis adversidades.

Em um instante de apreciação ao lindo crepúsculo, onde o sol se despede de mim, meu olhar se perde no seu, como uma folha ao vento encontrando seu destino.

Uma presença tão fugaz, enquanto eu assistia o seu caminhar, seus pés pareciam deslizar pela rua à frente.

Uma sensação desperta dentro de mim, ecoando no âmago do meu ser, como um eco suave de lembranças não vividas, um sussurro do seu nome nas dobras da minha alma.

Quem era a musa que atravessou meu caminho?

Seu rosto, como uma miragem, inspirou-me a esboçar em uma folha, um fragmento de sua beleza, que agora guardo como um tesouro precioso em minha carteira.

Sinto-me aventurando entre reinos desconhecidos, mas desta vez, possuo um mapa que me leva diretamente ao meu objetivo.

Este momento clamava por música, como uma tela em branco ansiosa para ser preenchida por notas e harmonias. Era um entardecer tão exuberante que pedia por uma trilha sonora à altura, uma melodia que ecoasse junto a beleza e a magia do momento.

No ímpeto da pressa, meu fone de ouvido escapa dos meus dedos, caindo em direção ao desconhecido. E então, por um capricho do destino, ele encontra seu caminho até você, no andar de baixo, como se a música que eu procurava encontrar ecoasse agora em seus passos, entrelaçando nossos destinos de uma forma inesperada.