Just One love and seven husbands

Noite de ano novo( parte 1)

31/12/23- Dezembro
.....

-Eu acho que é aqui Evelyn-Respondeu Harry encarando a tela do celular e o prédio em sua frente.

-Você acha ? Tem que ser aqui porque não aceito dobrar mais um passo!- Respondi impaciente e com dor nos pés de tanto andar.

-Deve ser aqui tá bom ? Agora chega de enrolar e vamos !-- falou animado me pegando pelo braço e me puxando em sua direção.

Depois de se identificar na portaria seguimos direto para o elevador que nos levaria para o andar da festa, naquela noite de ano novo a única coisa em que queria era desapegar do trabalho um pouco, não queria mais ouvir sobre projetos de engenharia.

Harry decidiu me levar para aquela festa em uma forma de comemorar meu aniversário de 34 anos, nunca fui de fazer muitas festas mas decidi dar uma chance, Harry Cameron nunca errava em escolher lugares para sair.

seguimos direto para o apartamento depois de nos identificar na portaria e fomos aproveitar aquela festa.
—------

Já estava virando a terceira taça de vinho que encontrei por lá assim que cheguei, comecei a aquecer para logo depois ir tomando outras bebidas, o ambiente era maravilhoso. Luzes vermelhas, músicas sensuais tocando por todo lado, bebidas e fora as pessoas dali…. Todas eram lindas!

Já haviam passado bons minutos em que eu havia chegado na festa, as bebidas daquela festa estavam maravilhosas!

Estava sentada em uma mesa próxima ao bar apenas curtindo a música, Harry estava conversando com um cara na festa e eu me encontrava apenas observando aquela interação. Pude analisar melhor o ambiente e as pessoas que estavam na festa até que de longe, notei uma silhueta feminina muito conhecida por mim.

Não é possível que ela esteja aqui.

Seu cabelo ruivo que agora estava em um tom mais clarinho caia sobre suas costas, as sardas desenhadas por todo corpo dela, a tatuagem de caveira mexicana no braço. Era Celia St James.

Celia estava de costas conversando com um grupo de amigas mas quando ela virou seu corpo, seu olhar se encontrou com o meu em uma intensidade fora do comum, mesmo depois de 6 anos eu ainda sentia aqueles olhos me rasgando por dentro, a cor azul que seus olhos carregavam foi o suficiente para fazer meu sangue ferver.

Eu odiava Célia como ninguém.

Nos conhecemos no mesmo curso de Direito na USP de São Paulo e desde aquele momento não me dou bem com ela, nossa convivência na época da faculdade era complicada.

Mas depois da festa universitária onde eu havia transado loucamente com ela, eu havia trancado o curso e me mudado para o Rio.

Fui embora dali sem falar com ninguém.

Minha cabeça explodiu de pensamentos na época, não sabia da minha sexualidade e ficava me questionando sobre Celia, tinha raiva de quando ela falava sobre outras mulheres que ela se envolvia naquela época e não entendia o motivo daquilo.

Depois de trancar o curso de Direito fui para a UFRJ cursar engenharia civil e criei minha nova vida ali no Rio.

Não falei com Celia e apenas segui com minha nova vida longe dela, longe de todas as dúvidas que tive naqueles anos.

Desde esse dia Celia e eu criamos uma linha tênue de amor e ódio que nunca mais foi quebrada, sempre tivemos personalidades distintas uma da outra e isso foi um dos principais motivos pelo qual nunca dávamos certo, o outro motivo era que ela era muito desinibida e pouco reservada.

Vivia sem se preocupar com nada e nunca pensava antes de fazer as coisas, sua impulsividade era o que me tirava do sério.

Muitas vezes na faculdade tínhamos que fazer trabalho juntas e aquilo me fazia se estressar mais do que qualquer coisa, Celia pensava de uma forma muito tranquila enquanto eu pensava cada detalhe do que deveria ser feito.