𝙏𝙝𝙚 𝙎𝙚𝙖𝙢𝙨𝙩𝙧𝙚𝙨𝙨 - 𝙎𝙘𝙖𝙧𝙡𝙚𝙩 𝙖𝙣𝙙 𝙒𝙞𝙡𝙡𝙞𝙖𝙢

𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 2

Scarlet pov
28/06/1999

Na manhã seguinte eu acordei, fiz minha higiene pessoal e fui para a escola. Não tinha muita novidade, tive aulas chatas, fiquei no intervalo sozinha mais uma vez, professores passaram novos deveres e eu voltei para casa.

- Sophia cheguei, tô morta de fome - disse entrando na cozinha.

- Que modos são esses Scar? - Cínthia me repreende.

- Perdão...

- Tem um lanche natural na geladeira Scarlet, pode pegar, o almoço ficará pronto daqui algumas horas, nem servimos a realeza ainda - Sophia diz

Eu vou até a geladeira e pego o lanche, agradeço Sophia e me despeço de quem estava na cozinha e vou em direção ao ateliê de minha mãe, mas ao chegar lá vejo que ela não está, deve ter saído para comprar materiais. Então decidi ir até os estábulos ver James.

Chegando no jardim eu vejo o carro da família real entrar, isso significa que William e Harry haviam chegado da escola. Assim que William desce do carro ele me vê, e acena em minha direção, eu faço uma reverência em sinal de respeito, afinal ele não estava sozinho, e vejo seu irmão mais novo o falar algo.

Chegando no estábulo vejo que James também não se encontra lá. Me sento em um pedaço de feno e fico conversando com os cavalos até um certo alguém aparecer.

- Olá Scarlet Miller

- Oi, vossa alteza

- Qual é, sem formalidades

- Eu prefiro não arriscar

- O que faz aqui? - ele se senta no feno ao meu lado

- Vim ver James, mas pelo jeito ele está fora, o que vossa alteza real faz aqui no estábulo sujo? Pode sujar seu suéter - dou uma risada nasal

- Muito engraçadinha você não é mesmo? - ele vira a cabeça de lado para me olhar e eu faço o mesmo. - Tão estranho, crescemos no mesmo lugar e nunca nos falamos, por quê?

- Não tá meio óbvio? Olha quem você é e olha quem eu sou - digo como se fosse óbvio e era.

- Mas saiba que eu sempre te observava - agora ele dá uma risada.

- Okay, isso foi estranho e talvez assustador.

- O que fez morando aqui todos esses anos? Não vi outras crianças além de você nem mesmo visitas suas.

- Bom... Até os 7 anos a maior parte do tempo passava com minha mãe em seu ateliê, lendo livros, fazendo caças palavras, jogando jogos de tabuleiro e cartas. Depois eu comecei a ficar mais com James nos jardins e estábulos, e fui me soltando, hoje em dia passo a maior parte do tempo aqui ou no meu quarto. Eu não tenho amigos, e minha mãe acha melhor eu não falar que moro no castelo por questão de segurança.

- Então, ninguém nunca soube que você ou sua mãe moram aqui? - aceno a cabeça positivamente - e seu pai?

- Eu não o conheci.

- Me Desculpe pela pergunta Scarlet, foi incoveniente da minha parte e...

- Tudo bem... Ele nunca me fez falta, eu tenho minha mãe, o James, a Sophia... E todos que eu preciso aqui - dou um suspiro. - E você alteza, como é sua vida aqui?

- Verdade nua e crua? Um saco, às vezes eu queria ter nascido em uma família normal.

William e eu ficamos conversando por horas e nem percebemos, na maior parte da minha vida eu sempre achei que William era um garoto arrogante e metido, mas nessa conversa com ele vi que ele é totalmente ao contrário do que imaginava, era um menino, doce, gentil e educado.

- Eu não acredito Scarlet, usando minha bisavó para assustar os outros - eu havia contado a William da vez que fingi ser o fantasma da Rainha Elizabeth, a Rainha mãe para assustar Cínthia, já que ela acreditava que a mulher assombrava o lugar. William chorava de rir.

- Eu usava ao meu favor, ganhei sorvete por uma semana - vejo a janela do estábulo - William já está tarde, é melhor você voltar, devem estar preocupados - ele olhou para mim e sorriu - o que foi?

- Me chamou de William - dei um sorriso sem graça - é verdade, faz horas que estamos aqui, é melhor entrarmos, você vem?

- Pode ir na frente

- Então... Até amanhã?

- Vou ver se minha agenda está vazia para você - digo com um ar convencida, ele sorri e dá as costas para ir embora.

William pov

- William? - assim que entro na sala principal ouço meu pai - William Arthur Philip Louis, onde se meteu todas essas horas? Estávamos loucos preocupados com você.

- Se acalme Charles, tenho certeza que William irá se explicar - diz minha mãe calmamente - você está bem filho? Por onde andou?

- Eu estou bem mãe...

- tem uma explicação por ter sumido a tarde toda?

- Tenho é que...

- É que ele estava com Scarlet Miller - meu irmão mais novo aparece na sala como um fantasma, eu havia me esquecido de que comentei com Harry sobre Scarlet.

- Scarlet Miller? Quem é essa?

- A filha da empregada, mas específico, filha da costureira - Harry abre a boca novamente.

- Harry faz o favor de calar a sua boca - eu me irrito

- William - minha mãe me repreende - Harry, vá para seu quarto.

Harry obedece minha mãe, assim que Harry sai da sala minha mãe está pronta para falar, mas meu pai a interrompe.

- Filha da costureira? Não acho adequado você se encontrar com os filhos dos empregados, não sabem suas intenções. Você sabe, você sabe que é o futuro desse país, não pode dar sua confiança a qualquer uma - fico indignado com suas palavras, não iria deixar ele falar assim de Scarlet.

- A Scarlet é a única "criança" que mora aqui além de Harry e eu. E Scarlet é uma boa pessoa, o senhor não tem o direito de julga- lá sem conhecê-la - termino de falar e não espero sua resposta, subo para meu quarto.

Algum tempo depois ouço batidas na minha porta e ela é aberta por minha mãe. Em seu rosto havia compreensão. Minha mãe era minha melhor amiga.

- antes da senhora começar a falar... Eu vou pedir desculpas para meu pai, mas entenda meu lado mãe, ele não conhece Scarlet, ela é uma boa menina, eu juro... Ela... - antes de eu terminar de falar minha mãe me dá um abraço.

- Eu acredito em você, William, realmente acredito filho. Seu pai e eu só estávamos preocupados. Tente ter mais paciência com ele.

- Desculpe deixá-los preocupados, a conversa estava tão boa que nem percebemos o tempo passar mãe.

- A é? Quer me contar mais dela? - minha mãe e eu nos sentamos na cama e ficamos um bom tempo conversando sobre Scarlet.

Ela me dá boa noite e vou dormir um tempo depois.

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