Capítulo 62 | Princess Was Captured. Again.

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Estranho
Você me beija e minha boca estranha
O seu carinho parece que arranha
O seu abração é tão solto, não consegue me prender
Onde eu desconheci você?

Estranho - Marília Mendonça

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HACKER

Muitos meses atrás

     Puxei a cortina das janelas, cobrindo a vista da madrugada da Itália provida pelo 7° andar do hotel. Então percebi que o tecido estava parcialmente rasgado.

Como todo o caos restante do quarto. Mas não me recordo de como a cortina se intrometeu nessa destruição.

Não fazia diferença.

Encontrando um difícil ponto firme da mesa quebrada, destravei a maleta posta sobre ela, abrindo-a com um quase silencioso click. Me atentei a realizar cada mínima ação com absoluta quietude, e estava sucedendo nisto.

Coletei a pistola, juntamente ao silenciador, implantei o objeto e o ajustei apertado no cabo do revólver.

Carreguei a arma com um pente composto por uma única bala.

Engatilhei.

Encarei o objeto uma vez, então virei-me, caminhando 2 passos a frente e apontando a mira da pistola para a cabeça da mulher adormecida na cama.

Margot estava de costas para mim, debaixo das cobertas, dormindo profundamente sobre o travesseiro, os negros cabelos espalhados sobre a fronha branca, o rosto sereno, respiração perfeitamente regulada, batimentos calmos e costas relaxadas. Nem mesmo nos sonhos que poderia estar viajando em intenso sono visivelmente relaxante, não sabia que havia uma bala prestes a ser disparada contra seu crânio.

Do homem com quem, há horas atrás, fez sexo por todos os cantos desse quarto.

Ergui o queixo, e determinado, movi o indicador sobre o gatilho.

Estava na hora.

Após oito anos.

Eu finalmente, finalmente, me livraria daquela mulher.

Inocente mulher, querida por todos, amada por muitos, mimada pela família, protegida pelos pais, uma boa pessoa. Tão boa.

Meu dedo vacilou sobre o gatilho, tentado a apertar antes do que eu previa, quando meus dentes se apertaram na mais odiosa fonte da minha força primitiva.

Mas Hazel estava morta.

Minha cabeça se estreitou, a mandíbula contraindo, o peito se estufando.

Hazel foi morta.

Por um instante, acreditei mesmo que houvesse apertado aquele gatilho com o maior sabor degustante de satisfação e vingança que já provei, nunca antes pressionado meu dedo num selo de morte com tanta força. Realmente acreditei.

Até perceber que não havia feito, mas interrompido o ato no último milésimo antes que a bala tivesse voado, quando ela se mecheu na cama, mudando a posição e virando-se para meu lado, a cabeça dormente apoiada na mão direita, a esquerda, espalmada sobre o travesseiro.

A aliança de ouro em seu anelar brilhava sob a fresta de luz que entrava pela cortina rasgada.

Subitamente, a minha se fez notável em minha mão esquerda, o arco apertando meu dedo mais do que me agradava.

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