Xeque-mate | PARTE 2.

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Notas iniciais da autora:
Antes de ler o capítulo, caso você, caro leitor, não se lembre de como o anterior terminou, é extremamente necessário que volte na parte 1 do capítulo e releia ao menos os parágrafos finais, para que assim consiga compreender o ritmo da continuação sem se assustar.

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CAPÍTULO 65 - PARTE 2

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— O que diabos é tudo isso?

Margot jogou os braços para baixo, paralisada e chocada quando adentrou a cozinha da casa onde mantinha seus soldados e deparou-se com a mesa farta de ponta a ponta com uma linda refeição.

Alejandro foi o primeiro a sorrir, mesmo vacilando, quando estapeou as costas de Dario e tossiu, para lembrá-lo de algo. Dario reajustou a postura, caminhou até Margot e, de suas costas, retirou um buquê de rosas vermelhas e estendeu para ela.

Marcos, ao lado de Margot, encarava os amigos tão confuso quanto ela. Aparentemente, eles não o chamaram para participar de seja lá o que fosse aquela viadagem. Não que já não estivesse acostumado a ficar excluído das paradas.

— Feliz aniversário atrasado! — Santiago anunciou, puxando as palmas. Os outros prosseguiram o coro de parabéns com entusiasmo, deixando Margot meramente constrangida. Ela não esperava por aquilo.

Mesmo assim, pegou o buquê, deixou que Martín segurasse sua mão e a levasse com cavalheirismo até a mesa. Mesmo com tanta comida, somente ela se sentou, enquanto os outros a deixavam vermelha com a cantoria. Ruben serviu sua taça de vinho e Javier empurrou Marcos quando ele tentou também se sentar à mesa, já esfregando as mãos famintas. Ao que Margot pôde escutar, seu amigo levou um esporro pela má educação e retribuiu com uma série indignada de xingamentos.

— Por quê fizeram tudo isso? — Ao fim dos parabéns, ela finalmente perguntou, contendo o sorriso idiota. — Não é obrigação de vocês me agradar…

— Não é obrigação, fazemos porque queremos. — Alejandro explicou, sempre sorridente para ela. — Preparamos este jantar para demonstrar o que sentimos. Queremos que saiba que respeitamos você. Que somos gratos pelo que tem feito por nós. Que desejamos toda felicidade para uma mulher tão incrível como você é, senhora. Desejamos paz e prosperidade, que você possa conquistar tudo o que luta para alcançar, e que um dia, não precise mais esgotar suas forças lutando. Não precise mais ser uma guerreira. Apenas uma mulher inteira e feliz.

Os outros concordaram.

— Queremos que essa batalha acabe. — Javier anunciou. — Queremos que todos nós possamos descansar, mas queremos, em especial, que você vença. Temos família, pessoas que amamos, e sabemos que a vida tirou isto de você. Nos conhecemos há pouco tempo, mas saiba que a senhora já soma para nós. Faz parte da nossa família. E família é o que protegemos acima de qualquer coisa. Sempre será assim.

Ela não queria se deixar ser seduzida por toda aquela demonstração de afeto, não queria perder para as emoções. Então engoliu a fragilidade que subiu à garganta e desviou o olhar para o vinho em sua frente, suspirando fundo antes de assentir, sem saber o que dizer.

Sentiu a mão de Marcos em seu ombro, olhou para cima. O amigo poderia ser orgulhoso e amargurado na maior parte do tempo, é verdade. Mas naquele momento, tinha olhos tão genuínos quanto os de uma criança.

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