Meu mundo desabou, de repente não havia mais nada a minha volta. Não, não podia ser verdade. Não era! Era apenas um pesadelo, só podia ser. Isso, era um pesadelo e eu iria acordar a qualquer momento.
Então senti o Matt me abraçar e ouvi minha mãe chorar, no mesmo estado de incredulidade que eu. Foi aí que percebi que não era um pesadelo; era a mais pura e dolorosa realidade inaceitável.
-Sei que não é fácil ouvir esse diagnostico. Mas quanto mais cedo começarmos o tratamento, maiores serão as probabilidades de total recuperação. (Doutor Willian)
Depois que nos acalmamos o doutor Willian nos explicou como era a leucemia e como tratar. Expliquei que não estava desposta a fazer alguns tratamentos. Ele demorou um pouco para aceitar mas, por fim o convenci.
Saímos do consultório e fomos para casa. Ninguém disse nada o caminho todo.
Em casa
Chegamos às 12:00h. Mamãe foi preparar o almoço na cozinha e o Matt e eu ficamos no sofá da sala de estar (mas na verdade era tudo o mesmo cômodo. A única coisa que separava a cozinha da sala era um balcão).
-Você está bem Anna? (Matt)
-Não.
Eu estava odiando aquilo. Pela primeira vez em minha vida eu realmente odiava algo – e muito. Não, não, eu definitivamente não queria aceitar tal doença.
-Não me basta-se a perna cheia de pinos, descubro que tenho leucemia. Na verdade na há palavras para dizer o quanto estou péssima!
Digo e logo em seguida sinto Matt se afastar de mim. Olho para ele e vejo que o machuquei
– joguei toda a culpa pra cima dele sem ele merecer.
-Desculpa Matt, não é culpa sua. Se não fosse por você, se eu não tivesse lhe conhecido com certeza eu não teria descoberto que estou doente tão cedo. Você só tem me ajudado. Me perdoa?
Digo me aproximando dele.
-Tudo bem Anna, não precisa pedir desculpas. Sei que é difícil lidar com isso.
Sinto uma certa dor em sua voz ao dizer isso.
-Como?
-Minha mãe morreu de câncer no cérebro.
-Desculpa Matt, desculpa eu não sabia.
-Tudo bem, você não tem culpa. Só quero que saiba que vou estar ao seu lado, vou cuidar de você e vamos sair dessa juntos, okay?
-Okay.
Digo ao abraça-lo.
-O almoço está pronto.
Fala mamãe ao se aproximar de nós. Ela fez macarrão com queijo, salada de alface com tomate e limonada.
Durante o almoço conversamos sobre como contar para meu pai que eu estava com câncer no sangue.
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Tudo Por Mais Um Dia
RomanceSeria o amor capaz de vencer a morte? Seria tal sentimento tão forte a ponto de sustentar uma vida? Ou, ate mesmo, ceifa-la com sua ausência? Tal sentimento provavelmente é apenas um grito no vazio para alguns. Mas, acredite, o amor tem poder! V...