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MARIA'S POINT OF VIEW casa do gabe 3 de dezembro, 1 a

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MARIA'S POINT OF VIEW
casa do gabe
3 de dezembro, 1 a.m.

boy 

SE EU PUDESSE cavar um buraco até chegar no núcleo da terra e me jogar dentro, já teria feito isso com certeza.  Nunca senti tanta vergonha na minha vida, a não ser naquela vez quando eu fiz xixi nas calças na frente da turma toda quando eu era pequena.

Argh! Que raiva!

Que raiva!
Que vergonha!

O que eu faço? Viro pra frente de novo? Vou embora? Grito mais uma vez?

Meu coração está tão apertado que uma hora ou outra vai acabar explodindo

Estamos em silêncio há exatos trinta segundos, eu e esse homem aqui atrás de mim. Gabriel disse que estava sozinho, apenas ele e o cachorro que ainda não vi até agora. Como ele não me avisa que tem um cara aqui? E pior, um cara que tem acesso ao meu quarto.

— Não vai me responder? Quem é você? — Sua voz aumentou mais um pouco, parecendo que ele acabou de acordar, dado o tom rouco.

Mas, espera aí... Quem sou eu?

— Quem é você?! Sou prima do Gabriel, e eu não me lembro dele ter me dito que tinha um amigo aqui. — Ouvi o homem soltar um suspiro pesado, o som dos pés molhados entrando em contato com o chão me fez querer olhar para trás. Mas não tinha como, né?

— Maria Fernanda? Garota, 'cê pode virar. Eu não estou pelado não. — Quando ouvi meu nome ser pronunciado por sua boca, quis cavar um buraco ainda maior. Ele deve me conhecer, certo? Gabriel deve ter falado de mim. Perfeito, ele falou de mim para esse cara, mas não falou desse cara para mim.

Me virei com os braços cruzados, as roupas apoiadas em meu ombro.

— Desculpa, eu não queria ter te conhecido assim. Eu sou o Arthur. — O cara estendeu a mão para mim, mas não consegui erguer minha cabeça. Minha cara deve estar toda vermelha, igual a um tomate.

Apertei sua mão, ainda sem olhar para o rosto dele.

— Prazer. — Respondi de forma simples.

Decidi erguer minha cabeça e me vi cara a cara com um garoto. Não era um "cara", era um garoto que parecia ser um pouco mais velho que eu. Quem é esse menino? Ele tinha cabelos escuros que pareciam ter sido cortados recentemente, uma pele pálida e lábios avermelhados. E estava de toalha, ufa.

— Você é meio envergonhada, né? Só não conta pro Gabe que a gente se viu aqui, senão ele vai ficar enchendo o meu saco, beleza? — Ele saiu do banheiro, mas não foi embora pela mesma porta pela qual entrei; havia outra porta em frente à minha.

Sentimentos Reprimidos - arthur fernandes [ Em Pausa]Onde histórias criam vida. Descubra agora