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18 de abril de 1916

Favreuil, França

A trincheira de primeira linha


"Olá, fogo!"

"Foda-se! Não estou guardando nada para esses bastardos alemães!"

"Soldado Shelby! Não se atreva!"

Arthur estava vomitando como um animal raivoso, fios de saliva saindo de sua boca, um tom vermelho em suas bochechas imundas de lama, sangue e outros fluidos corporais... Ele não iria morrer na França!

Ah!!”  Ele deu um grito de guerra.  "Para mim, irmão!"

Ele saltou da trincheira e começou a disparar sua metralhadora para todos os lados, sem nenhum alvo em mente.  Apenas a luz da arma que lançava faíscas nos projéteis se iluminava nas nuvens escuras de fumaça e poeira flutuante.  Nem mesmo a lua brilhou sobre eles.  Abandonou-os como o maldito sol!

Ele correu, gritando e xingando todos eles.  Uma fenda atrás dele, perto demais para ser confortável, fez com que ele se virasse e encontrasse uma figura encapuzada sorrindo sob o manto.  Seu rosto se contorceu em confusão antes que eles o agarrassem e ele sentisse como se seu corpo estivesse sendo dilacerado.

Uma hora antes...

"Eu posso fazer isso, Arthur", John resmungou.  "Eu sou o menor. Eles nem me verão."

"Não vou perder você, John-Boy. Pense em Martha e nas crianças."

“É para eles, irmão”, John sorriu para ele.  "Eu faço isso por eles."

"Tommy?"

"Tommy terá uma esposa e um filho, ele ficará bem."

Botas pesadas caíram na lama e uma caixa grossa e pesada caiu na frente deles.  "Soldado, você está pronto para aplicar essas bombas pegajosas?"

"Senhor sim senhor!"

"Seja rápido, soldado. Não quero ver você explodir."

"Senhor!"  John se levantou, pegou a caixa e enfiou-a na bolsa.  Arthur fungou, seu bigode se contraindo - ele precisava fazer a barba - ele tinha um mau pressentimento sobre isso.

"Vamos, soldado."

Arthur se levantou e puxou John para um abraço apertado.  Ele beijou sua cabeça.  "Não morra, sim? Preciso de você aqui, John-boy."

"Eu sou rápido pra caralho", John piscou, um palito pendurado entre os lábios.  "Nenhum bastardo alemão vai tirar o melhor de mim, irmão."

Arthur observou-o sair da trincheira e logo seu corpo desapareceu de vista.  Ele sentou-se novamente, encostado na parede lamacenta.  Billy se aproximou: "Ele vai ficar bem, Arthur. Não posso matar você, Shelby. Nove vidas e tudo. Deve ser magia cigana, hein?"

John estava tentando ficar quieto, sua respiração saindo ofegante e lenta.  Ele estava furioso ao fazer isso.  Ele subiu rapidamente por cima de um muro de pedra quebrado, rolando do topo e caindo na lama o mais silenciosamente que pôde.  Ele estava desconfiado da nitroglicerina nos tubos.  Se for muito abalado, não restará nada dele para se recuperar.

"Vamos, John", ele sussurrou para si mesmo.  "Apenas seja rápido. Rápido e silencioso. Como fazer amor com Martha... Não quero acordar as crianças."

Ele cheirou forte e então marcou - "Oi! Porra!"  Ele ergueu as mãos para todos os alemães que o cercavam, com armas apontadas para ele.  "Merda."

"Du, geh runter! Auf die verdammten Knie!"

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