XIV

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20 de junho de 1917

Divulgação de localização não autorizada.




"Porra!"  Tommy gritou.  "Porra! Porra! PORRA!"

"Continue gritando, porra, Shelby! Acho que não ouvimos você da primeira vez!"

"Vou bater na sua cabeça com uma prancha, Giles!"  Tommy retrucou.  "E eu vou continuar gritando porra tanto quanto eu quero gritar porra!"

Danny bufou.

"Isso é muita merda..." Alguém murmurou.

"E não dá a mínima!"  Tommy rosnou.  "Peguem suas pás agora! Não temos tempo a perder com vocês, desculpem, filhos da puta, hein?!"

O coração de Tommy estava pesado de tristeza e preocupação enquanto ele lamentava a perda de mais um companheiro de armas.  Os túneis apertados e sufocantes da zona de guerra tinham ceifado a vida de dois novos recrutas sob o seu comando, cujos gritos de terror ainda assombravam os seus sonhos.  A lama e a escuridão pareciam estar se aproximando deles, levando-os à beira da loucura.

A guerra já se arrastava há demasiado tempo e Tommy ansiava que acabasse.  Ele estava cansado do medo e da perda constantes, cansado de ver seus irmãos de armas caírem um por um.  As ações desesperadas dos alemães apenas aumentaram o caos e o perigo da situação, fazendo com que cada momento parecesse uma luta pela sobrevivência.

Enquanto se encolhia na escuridão, ouvindo os sons de tiros à distância, Tommy não pôde deixar de se perguntar quanto tempo mais eles conseguiriam aguentar.  A guerra tinha afetado todos eles, física e emocionalmente, e ele temia que o fim pudesse chegar mais cedo ou mais tarde.  Mas apesar da exaustão e do desespero, Tommy sabia que precisava continuar lutando, por si mesmo e por aqueles que já haviam caído.

Ele sentia falta de seus irmãos, preocupado que ambos morressem a qualquer momento, agora que a situação estava ficando muito pior.  Os alemães estão ficando desesperados devido à interferência dos americanos – finalmente.

A última vez que soube, John e Arthur estavam indo para Flandres mais uma vez.  Ele não sabia o que estava acontecendo lá fora, tudo o que sabia era escuridão, lama, túneis e pás destruindo a parede, deixando-o louco.  A única coisa que o mantinha são eram as cartas, a última delas confundindo-o, mas cansada demais para pensar muito a respeito.

Solaris agora tinha uma irmã, Annabel Maia Black, nascida trouxa, de 11 anos e prestes a ir para Hogwarts.  Ela mesma estuda em seu próprio tempo devido a Phineas insistir para que ela fizesse algum exame com nome estranho, já que ela nunca mais voltou para a escola depois das corujas?  Tommy não entendeu nada disso.

O que ele entendeu foi que seu filho nasceria por volta de 17 de outubro, mas nasceu meses antes.  Devido ao bombardeio de Londres, o primeiro ataque diurno e ataque a Londres pelos Gotha Bombers.

Esta maldita guerra.

Ele não era um homem de oração, mas orava pela vida de seu filho e de sua esposa.  Que eles vivam, porra.

13 de junho de 1917

Londres, Inglaterra

O relógio bateu forte, o som reverberou pela casa enquanto o sino tocava para marcar a décima hora da manhã.  Solaris estava sentada à mesa de jantar, sua delicada xícara de chá chacoalhando no pires enquanto o líquido âmbar subia e descia pelas laterais.  Ao olhar ao redor da sala, ela percebeu que as pinturas e quadros pendurados nas paredes começavam a tremer, suas molduras batendo no gesso.  Seu coração acelerou ao observar o lustre acima de sua cabeça, os cristais tilintando em um ritmo discordante.

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