Cigarette Daydreams

II: IX

1 de julho de 1919

A guarnição

Small Heath, Birmingham

Tommy estava a caminho de um jogo de futebol em Saint Andrew's com seus irmãos quando entrou na Guarnição. Solaris expulsou todos de casa durante o dia, e Polly e Ada ficaram com ela. Ele não queria deixá-la. Não com ela tendo cólicas. Os bebês estavam chegando, foi o que sua tia Hesper disse quando passou por aqui depois de ser chamada pelo flu nas primeiras horas da manhã. Solaris estaria em trabalho de parto talvez hoje ou amanhã ou mesmo em uma ou duas semanas, mas os bebês chegariam este mês. Não havia nenhuma dúvida sobre isso.

Os gêmeos, Hesper enfatizou o quão preocupado estava com o fato de Solaris ter a chance de outro parto prematuro, sempre chegavam um ou dois meses antes da data prevista.

Solaris ficou irritado com sua "preocupação e hesitação" e disse a ele para dar o fora antes que ela começasse a lançar maldições. Ele sabia quando abusava da sorte, então saiu com inteligência.

Tommy sempre manteve um olhar atento ao ambiente, mesmo em um lugar aparentemente tão descontraído quanto o pub. Sua mente estava sempre trabalhando, calculando e traçando estratégias, mesmo nos momentos mais simples. Ele estava sempre procurando por uma sugestão de problema potencial. Enquanto observava as pessoas no bar cuidando de seus negócios, ele não pôde deixar de sentir uma sensação de desconforto. Havia algo no ar, uma tensão que ele não conseguia identificar. Tommy sabia que não devia ignorar seus instintos, então ficou de olho em todos ao seu redor, procurando por qualquer sinal de problema.

A nova garçonete chamou sua atenção, ele imediatamente percebeu a energia nervosa nela. Ele fez uma nota mental para ficar de olho nela, caso ela fosse mais do que parecia. Se ele fosse outro homem, ele poderia tê-la criticado, dizendo que ela estava claramente tramando alguma coisa. Mas, por enquanto, ele decidiu se juntar a Arthur e John no aconchego.

"Devíamos tomar um bom e velho rum", Arthur aplaudiu. Tommy levantou-se e foi até a janela do quarto e abriu-a.

"Rum, uma garrafa", ele ordenou.

A garçonete ficou ali, com os olhos focados nele enquanto ele pedia uma garrafa de rum.

Houve um momento de comunicação silenciosa entre ela e Harry, com Harry sussurrando algo para ela que fez seu olhar mudar ligeiramente de apreensão. Ela estava olhando para ele agora com um leve olhar de pavor e ele se perguntou se ela era apenas arisco por natureza. Ficou claro que havia uma tensão tácita pairando no ar. Tommy, por outro lado, parecia observar a interação com grande interesse, acendendo um cigarro e observando a conversa entre a garçonete e Harry.

"Você prefere branco ou escuro?" Ela perguntou.

Ele simplesmente respondeu com um casual "Não me importo". Havia uma sensação de distanciamento em sua voz, como se ele tivesse coisas maiores em mente do que o tipo específico de rum que estava bebendo.

Quando a garçonete voltou com o rum e os copos, ela mencionou que Harry havia dito que era por conta da casa. Houve um lampejo de surpresa em seus olhos, talvez pelo gesto inesperado ou talvez pela generosidade de Harry.

E então, do nada, a pergunta de Tommy quebrou o silêncio tenso. "Você é uma prostituta?"

A garçonete sobressaltou-se ligeiramente com a pergunta inesperada, surpresa com a franqueza dela. Mas havia um brilho travesso nos olhos de Tommy, uma sugestão de sorriso brincando em seus lábios, mas tudo o que a garçonete viu foi alguém sendo um idiota. Ela não sabia que isso era divertido para Tommy.