Sobre nós.

14°

Izabele.

Olhei para orelógio que apontava às 05:40 da manhã. O céu ainda estava escuro e o dia nublado, podia ver as gotas d' água caindo em minha janela.
Não estava acostumada com esse clima no Rio de Janeiro, sempre era um sol de rachar, até mesmo antes das 6 da manhã.

Fazia tempos que eu não ia para o morro ver meu irmão, Grego e Manuela. O que é estranho,já que eu estava me acostumando com a rotina de vê-los quase todo dia!

Desde da perseguição que ocorreu a cerca de um mês, Felipe começou a ficar muito mais protetor. Ao ponto de onde eu for, ter alguém que trabalhe para ele me vigiando.

Quando terminei de me arrumar para ir à escola,desci para pegar a Van que me levava. Que desta vez o motorista não reclamou dos meus atrasos, mas ficou surpreso, que eu estava indo a escola. Porque faltei quase duas semanas seguidas.

Assim que cheguei na escola vi Manuela de longe acompanhada de Grego, que assim que me viu arqueou sua sobrancelha, diferente de sua irmã que veio correndo em minha direção.

-Menina, jurava que você tinha morrido. Sei lá. Sumiu, não vinha mais pra escola e nem me respondia. O que rolou, hein?

-Relaxa, mana. Só tava dando uma de maluca mesmo, bateu uma depressão do nada! _- Respondi.

A mesma me olhou como se estivesse tentando ler meus pensamentos.

-Mais tarde quero ficar sabendo mais disso,Izabele. Sabia que todo mundo lá no morro tava perguntando de você? Principalmente minha mãe.

-Fazer o que se eu tenho essa essência cativante,né? Adoro sua mãe, morrendo de saudades dela! _- Respondo sorrindo.

Minha visão vai em direção ao Grego, que estava caminhando em nossa direção.
O mesmo estava com um semblante nada bom, de quem não dormia a dias.

-Meio-dia eu vou está aqui na porta da escola pra te buscar,Manuela. Ver se não fica de papinho na saída, tenho meus corre para cumprir. _- Grego fala sério para Manuela. A mesma apenas assentiu e Grego saiu sem ao menos nem olhar na minha cara.

Escroto do caralho, né? Abrigo no meio de uma perseguição para nem me dar ao menos um bom dia.

-Vai me explicar o porquê do seu irmão tá tão autoritário assim com você? _- Pergunto a Manuela enquanto entramos na escola.

-Grego tá muito neurótico por conta da PF, eles estão em peso querendo armar uma operação no morro. Pelo o que parece, muitas cargas estão sumindo.

-Não imaginava que as coisas estariam assim. _- Dei os ombros. Não era algo que me envolvia mesmo.

-Óbvio que você não imaginava. Sumiu do mapa. Mas, enfim. Vai lá em casa hoje? depois da aula? Podemos fazer algo. _- Ela fala enquanto andávamos em direção a sala de aula.

-Vou sim. Não tenho nada melhor pra fazer mesmo. _- Respondo dando os ombros.

[...]

Agradeço mentalmente quando ouço o barulho do sinal tocando,indicando que a aula havia acabado. Estou contando os dias para o encerramento do ano letivo, e eu finalmente me formar!