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Ao mesmo tempo que odiava estar em casa, amava ficar sozinha e quietinha no meu canto.
Minha relação com minha mãe não era das melhores, quase não conversávamos ou nós víamos, o que era estranho já que moramos na mesma casa.

Após sairmos do quiosque, Grego e cabelinho nos deixaram no meu apartamento. Entrei dentro de casa e vi minha mãe sentada no sofá lendo uma revista, assim que a mesma ouviu a porta abrir se virou em minha direção me vendo com Manuela. A mesma sorri em forma de complemento e Manuela faz o mesmo a comprimento com um “Boa noite”.

Puxei Manuela para meu quarto. Enquanto esperava ela terminar o banho fiquei sentada em minha cama mexendo no celular.

-Vi você é o Grego no maior papo hoje, enquanto estavam no mar.

Manuela fala enquanto estávamos deitadas, já havíamos tomado banho e agora estamos assistindo uma série.

-Estávamos conversando coisas aleatórias.

Respondi.

Manuela vira para mim arqueando a sobrancelha.

-Apenas conversando coisas aleatórias? _- Fala sarcástica_-  Vocês estavam de mãos dadas na maior intimidade lá. Pode soltar o papo, o que está rolando entre vocês dois?

Sua voz parecia curiosa, uma curiosidade misturada com um tom de indignação.

-Está rolando nada entre nós, para de surtar. Eu estava com medo das ondas, então fiquei segurando a mão do seu irmão. Só por isso mesmo.

Respondi dando os ombros.

-Se não está rolando, ainda vai. Ainda quero te ver como minha cunhada.

-Só quando nevar no Brasil você vai me ver como cunhada, Manuela.

Manuela não me responde nada, apenas solta uma risada irônica. Me fazendo voltar toda atenção a série que estávamos assistindo.

Grego

Assim Assim que eu e Cabelinho deixamos Manuela e izabele em casa, recebi uma chamada de Soares.

-Visão Grego. Você precisa vir pro morro o mais rápido possível, parceiro. Temos que tomar a carga hoje, ou já era.

-Visão,Soares. Marca um 10 aí, já estou indo. Hoje que nós toma o que é nosso,cria.
(Grego)

-E hoje,Cabelinho. _- Respondi com um sorriso comemorativo no rosto.

Já estava estressado com esse lance da Carga, e agora sabendo que estava o mais rápido de tê-la de volta a mim, me deixava aliviado.
Havia muito tempo que não tinha invasão no morro, ou algum ataque de alguma facção rival, o que me fazia querer ficar mais na linha com a segurança do morro. Dobrei os turnos dos homens, e comecei a deixar os armamentos abastecidos.

Entrei em um acordo com um italiano, que era responsável pelas melhores armas do mercado. Armas que nem ao menos os policiais poderiam ter acesso sem uma autorização direta do serviço de Intendência, que cuida das armas do exército. Armas que eu negociei para serem exclusivas da minha facção, armas onde só se encontrariam no morro do Vidigal.

Assim que cheguei ao morro, fui direto para a salinha, onde resolvemos todos os assuntos do morro.

-Visão chefe. _- Soares me deu um toque.

-Não irei repetir minha fala novamente, então todos prestem atenção. _- Falei firme. _- Seguinte, quero meus melhores homens nesta missão. Terão três grupos, Cabelinho vai estar comigo para resgatar a carga, junto com dois atiradores de guarda, para nos dar cobertura. Na contenção estará Soares, com mais três atiradores. Enquanto o piloto de fuga nos espera.

Encerrei minha fala dando um trago em meu baseado.

-Espero que todos tenham entendido. Em meia hora, quero todos prontos na barreira. Peguem os melhores armamentos e coletes.

Encerrei a reunião.

Quando eu entrei no mundo do crime era um moleque ainda, que não tinha tanto conhecimento de como os negócios funcionam. Aprendi na marra a como lidar com isso. Quando assumi esse morro, estava inseguro para caralho de como lidar com isso tudo, entrei no meio de uma guerra, e aprendi a lidar com a mesma.

Eu assumi querendo justiça pelo meu coroa,que morreu com um tiro nas costas pela milícia.
Eu queria justiça, porém a maneira que eu achei de realizá-la foi pela vingança.

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Espero que tenham tido uma boa leitura♡

Não se esqueçam de curtir, e de interagir comentando o que acharam do capítulo.

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