Tinha muitas coisas que Satoru Gojo odiava.
De cabeça, conseguia listar algumas: ouvir "não" (como se alguém conseguisse dizer não a ele), café sem açúcar, rigidez, álcool.
E Suguru estava, rapidamente, entrando na lista — da maneira mais controversa possível.
Não era só pela sua chatice — sempre com alguma reclamação: "como você é arrogante!", "Gojo, ouça a Yaga", "não, não é o momento de você usar sua Expansão de Domínio!". Ele era irritante; parecia um acidente prestes a acontecer, trágico e terrível, e você, por mais que seu corpo quisesse, não conseguia desviar o olhar.
Era exatamente por isso que tinha um prazer quase sádico em provocá-lo, em falar Suguru lentamente apenas para observar seu corpo tensionar, com uma carranca ainda pior.
Então, é. Satoru não gostava de muitas coisas. Ele sabia o que era desprezar, odiar e detestar.
Até Geto apresentar-lhe um novo tipo de raiva.
A primeira vez que sentira-se dessa forma foi algumas semanas após as aulas iniciarem.
Seu primeiro dia de aula foi horrível, afinal, ele estava acostumado a ser deixado sozinho ou ser venerado por todos ao seu redor. Por isso, quando chegou atrasado e recebeu olhares desaprovadores de seus colegas enquanto Yaga dava-lhe uma lição de moral, Satoru pensou que sua vida não podia piorar. Claro, piorou no instante que Suguru, de todas as pessoas, abriu a boca para chamá-lo de arrogante.
Claro, a convivência melhorou um pouco depois de uma semana. Suguru era irritante, difícil de se lidar, mas, no fundo, sentia que tanto ele quanto Shoko poderiam ser bons amigos seus: eram completamente diferentes de todos que tinha conhecido até ali.
Ainda assim, Shoko e Suguru tinham um vínculo um pouco diferente. Desde o primeiro dia pareciam ter se dado bem, os dois compartilhando aquele senso de humor seco. Constantemente eram vistos juntos, fumando pelo pátio. Gojo, às vezes, observava-os de longe. Em outros momentos, resolvia se aproximar, ora indo até os dois para provocá-los — principalmente a Geto —, ora apenas passando reto, com um sentimento amargo de não pertencimento que fingia não notar.
Por isso, mal conseguiu disfarçar sua surpresa quando, em uma sexta-feira preguiçosa, Shoko escorou-se na sua mesa durante o intervalo da aula, sem realmente fazer contato visual com Satoru, pois estava mais interessada em seu telefone.
— Você vai a Shibuya hoje à tarde comigo e Geto — ela avisou. — E se vocês me infernizarem, vão voltar cada um sem um dedo.
Uma ameaça vazia, claro.
Satoru piscou, estranhando o convite. Com o canto de olhos, viu Suguru sentado em sua mesa, olhando para o quadro com mais intensidade do que o necessário.
— Tá — respondeu lento. — Já que vocês querem tanto minha ilustre presença...
Ao seu lado, Suguru bufou.
Claro, logo ficou evidente o real motivo dele ter recebido o convite de Shoko: ela precisava de braços extras para carregar suas sacolas de compras.
Satoru estalou a língua, de cenho franzido, observando Shoko entrar em mais uma loja. Já tinha perdido as contas de quantas foram naquele dia.
— Ela não se cansa, não? — murmurou, dessa vez decidindo não segui-la.
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you drive me wild // satosugu
Fanfiction"Tinha muitas coisas que Satoru Gojo odiava. De cabeça, conseguia listar algumas: ouvir "não" (como se alguém conseguisse dizer não a ele), café sem açúcar, rigidez, álcool. E Suguru estava, rapidamente, entrando na lista - da maneira mais controve...