O momento chegou.
Margo se senta a mesa junto a Luanne e Rubens.
Ela começava a bater os dedos sobre a mesa, quando Rubens inclina o corpo indicando que irá falar algo.
-É tudo incrível! Sério. Nunca pensei estar aqui novamente- Um sorriso é esboçado mas seu semblante se fecha rapidamente. - Mas você não é a mesma de antes.
- As pessoas mudam filho. Ninguém quer morrer sem ter progresso algum. - A voz era calma. Parecia selecionar as palavras mais inofensivas para escapar rapidamente de um possível beco sem saída.
-Vamos conhecer o jardim. Na verdade é uma horta, mas podem imaginar o que quiser. Acho que mal podem imaginar como ela está agora. Luanne? - Sorrindo ela se direciona a eles com o olhar para uma porta que indicava o acesso a ele.
Rubens começa a se sentir um tolo direcionando a dizer algo tão óbvio. O nervosismo o consumia. Ela estava tentando dibra-lo. Os olhos tremiam. Sentia como se houvesse uma agulha em centímetros de distância de seus olhos, prestes a cega-lo. Pensa que tudo pode ser em vão se não pensar em algo rapidamente.
-Isso tem haver com papai?
- Sim. Você sabe como eu sofri. Pelo menos deve entender, certo? Luanne com certeza me entende!
-Mas por que a casa tão limpa só agora. Porque reviver esse momento mais uma vez, fazendo algo que detestava desde quando eu era criança?
- Rubens, Luanne está aqui. Não faça ela rir de você. Ela provavelmente deve estar rindo da sua cara agora.
Luanne permanece neutra. Parecia parcialmente distraída. Mas não conseguia deixar de escutar o que estavam dizendo. Fingia para os dois que estava em outro mundo, pensando em outra coisa. Felizmente para ela, isso funcionou.
Eles ignoram-a e retomam o diálogo que parecia estar cada vez mais perto de uma luta de adagas.
- Eu não me senti bem com quem eu era. Procurei ser melhor no que eu não fui.
-Me diga agora- ele insiste. O punho cerrado sobre a mesa.
Margo súplica com os olhos para que pare.
Rubens por sua vez a pressiona aumentando a voz.
- Você esconde algo, suas farsas cairão sobre mim uma hora ou outra. Eu percebi desde quando eu e Luanne entramos nessa casa.
O olhar implora para que cale a boca.
-Esconde algo de mim. Por isso que nunca me pediu para te visitar. - Rubens vai juntando os acontecimentos como se fosse um quebra-cabeça.
O olho de Margo está molhado em lágrimas que começam a aparecer.
-Queria que eu fosse embora e sumisse da sua vida para viver a sua. Não diga para mim que mudou de repente e já resolveu tudo que não fez a tanto tempo. Pelo seu visual e pela casa já foi um grande passo. Parabéns!
-Não. Por favor. Não é isso! - Margo finalmente o rebate, isso a fere. Ela não consegue conter as lágrimas e elas rolam em seu rosto.
-Não é isso. Nunca quis que pensasse assim. - Sua voz já estava rouca, com um caroço audível na sua garganta que parecia a sufocar.
-O que quer que eu pense, comportando dessa maneira?
-Podemos por favor ir para a horta. Luanne, vamos? - Ela busca o olhar de Luanne com desespero.
Rubens cede. Sua adrenalina foi acumulada para a fazê-la chorar. Agora sente o corpo todo tremendo, com raiva de si. Perdido. Refletindo se foi a melhor decisão a ser tomada.
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O Caso de Rosalinne Orssow
Horror"Lembro- me bem do dia traumático que vivi. Eu tinha um pouco menos de 8 anos. Como qualquer criança, eu gostava muito de brincar. Sempre em uma rua perto da minha casa, me encontrava com amigos que moravam por perto, onde em frente à essa rua havi...