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Olá, boa semana! Aproveitem a leitura, não esqueçam de curtir e comentar.
Um beijo.

APARECEU VOCÊ PARA MUDAR A MINHA SORTE.

A vida tem dessas coisas, é muito engraçada. Na maioria das vezes nos prega peças, na maioria delas nada engraçada, a manhã da pós de uma crise é caótica, como uma ressaca absurda, uma rebordosa, que nada mais é do que é uma condição que ocorre após o consumo excessivo de álcool ou droga, ou no caso dela um esgotamento físico ou mental causado por uma crise violenta de pânico, ansiedade e/ou esquizofrenia.

Na manhã seguinte, Valentina não acreditou no que viu. Luiza estava deitada ao seu lado, abraçando-a pela cintura. Sorriu e virou o rosto para a sua mesa de cabeceira. E o sorriso sumiu. Agora ela sabia o porquê dela estar ali, maldita, maldita seja aquela doença. Mas ela não ia chorar, nunca mais ia chorar por causa disso. Se levantou devagar, sem que Luiza acordasse, pegou os remédios e os guardou no lugar de sempre. Foi até a cozinha e fez um café forte. Seria preciso.

— Hey, bom dia! — Luiza saudou ao chegar a cozinha.

— Oi Luiza! Você já vai? — Perguntou sem olhá-la.

— Não, eu ainda quero esse café aí, e acho que teremos um conversa não é?

— Mmm... é! — finalmente se virou para encará-la. — aqui seu café. — entregou uma xícara cheia pra ela e foi com a sua xícara também cheia e carregada de coragem que ela iria precisar. Luiza a seguiu e sentou no sofá de frente para o dela. A de olhos verdes respirou fundo... — Me desculpa, eu não tinha a intenção de te ligar, eu não estava bem... Ai Luiza, é isso me perdoa.

— Eu só tenho uma pergunta antes, você tem se medicado? — perguntou calmamente.

— Sim. — disse simplesmente.

— Tudo bem, se você diz... — bebeu boa parte do seu café forte e aclarou a garganta se pondo de pé. — Eu tenho que ir, você sabe o Leonardo... A Milena. — fez uma pausa – enfim, realmente preciso ir.

— Está certo, dê um beijo nele por mim. — também se colocou de pé. — Obrigada. — disse e diminuiu o espaço entre elas para logo a abraçar. — mesmo, muito obrigada.

— Por nada, como forma de agradecimento se cuide. É a única coisa que eu te peço, evite de beber, Valentina. Se sabe que não pode, por favor. — saiu do abraço e beijou os cabelos dela. — tchau. — deu com as mãos acenando e foi em direção à saída.

No mesmo dia a arquiteta entrou em contato com Renato, que marcou uma conversa para o dia seguinte em um encaixe de última hora, ela precisava de um norte. De uma virada de chave, algo do tipo. E o dia passou praticamente voando, Valentina sentiu vontade de ligar para o irmão, mas ao mesmo tempo alguma coisa a freava, e ela adiou a tentativa. Trocou mensagens com os pais, que foram até o apartamento naquela noite com o jantar, Catarina e Marcos não fizeram perguntas, muito embora não fosse necessário uma vez que a casa ainda estava do mesmo jeito da noite anterior, alguns livros espalhados, porta-retratos quebrados. E ainda assim não forçaram nada, conheciam a filha.

— Eu tive uma crise noite passada. — Falou quando já estavam no café pós jantar. — Por isso a casa assim, não tomei remédio e bebi um pouco além da conta. — Deu de ombros e franziu o cenho.

— Filha! — Catarina exclamou pesarosa, culpada — Viu Marcos, eu sabia que não deveria ter acatado a vontade dela de ficar sozinha. Você está bem, Valentina? Se machucou?

— Me perdoa filha, desculpa por não ter estado aqui. — O pai disse com os olhos rasos d'água.

— Não! Eu não preciso perdoar vocês, ninguém tem culpa! Eu bebi porque quis, eu não tomei remédio porque eu quis. Vocês não tem culpa de nada... Eu vi o Léo, a Luiza. Acho que foram muitas emoções em único dia. Tudo está muito recente, amanhã eu vou conversar com o Renato, acho que vamos antecipar as terapias, não sei, não sei de muitas coisas. — Riu pelo nariz e recebeu um carinho conjunto dos pais em seus braços. — Mãe, e o Igor? — Completou mudando de assunto.

Inconstante.Onde histórias criam vida. Descubra agora