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Oi pessoas! Voltei, estou muito grata pelas mensagens que eu recebi e digo que me sinto melhor. Espero que vocês gostem e comentem muito nesse capítulo! Um beijo.



DE TODO O AMOR QUE EU TENHO, METADE FOI TU QUE ME DEU.

Desde de que a Luiza foi viajar, eu tenho estado 80% vivendo pro Léo. Apreensiva com tudo e qualquer coisa, mas também ao mesmo tempo feliz de poder viver esses dias só com meu filho, como se a gente estivesse nos reconhecendo. No entanto, a culpa materna fala mais alto e eu, como já tínhamos combinado, decidi ficar esses dias na casa dos meus pais para ter uma ajuda com ele, visto que os horários da escola não batem com os meus horários de trabalho. E três adultos cuidando de uma criança, é muito melhor do que uma mãe sozinha e nervosa com medo que alguma coisa dê errado.

O Léo é uma criança muito boazinha, é um parceiro, topa tudo, mas como toda criança sente falta da mãe, e essa é a parte que mais me deixa não triste, mas desconfortável... Afinal de contas ele também é meu filho, inclusive saiu da minha barriga. Mas eu entendo que, devido às circunstâncias da minha condição, ele tenha maior contato com a Luiza, apesar de já ter passado bastante tempo do início de tudo. Na verdade mesmo, eu acho que a minha insegurança deixa ele inseguro, o que pra mim faz todo sentido.

Mas nós estamos indo muito bem! Temos vivido dias legais, no primeiro dia ele chorou bastante não por eu estar aqui, mas sim pela falta da Luiza como um todo na nossa rotina, porém depois ele entendeu que a mamãe voltaria logo, e que eu tenho estado aqui pra ficar com ele e ajudar no que precisar porque eu também sou a mãe dele, e ele sabe disso, mas como eu falei acredito que a minha insegurança passe pra ele a ponto dele ficar desconfortável.

O meu maior medo está sendo ter alguma coisa sozinha com ele, mesmo que ainda aqui na casa dos meus pais, por isso, não só por isso, eu tenho feito tudo que eu posso, tomando todos os medicamentos, fazendo as terapias, tentando estar o mais tranquila possível. No entanto, tem sido bom e tem dado certo o que é o principal. Hoje eu consegui sair um pouco mais cedo e fui buscá-lo na escola e o meu coração se encheu de alegria, porque ele abriu um sorriso muito lindo, que eu confesso que me quebrou, era tudo o que eu precisava.

— Mamãe, você veio! — Ele correu de braços abertos para que eu pudesse receber também com os meus braços abertos e deu uma risada linda. Não existe tábua de salvação, mas o sorriso de um filho depois de um dia de trabalho intenso e estressante pode se assemelhar a uma. — Eu te amo mamãe, que bom que você veio!

— Eu também te amo, meu amor! Gostou da surpresa? — Ele assentiu e começou um carinho nos meus cabelos. — Vamos pra casa da vovó?

— Mamãe, a tia disse que você era muito bonita! — Já estávamos no caminho e como de costume ele estava tagarelando da cadeirinha e simplesmente soltou essa, que eu tinha sido elogiado pela professora. — Ela também disse, que a mamãe Lu é muito bonita. Mas que seu olho verde é lindo...

— Nossa e vocês estavam falando de mim assim, do nada? — Ele confirmou sorrindo. — Uau então eu estou famosa nessa escola, agradece o elogio a tia amanhã diz que eu mandei um abraço.

— Sabia que um amigo disse assim o Léo tem duas mamães, e eu disse que tenho duas mamães, duas vovós e dois vovôs, igual todo mundo. — O temido dia do questionamento da dupla maternidade chegou cedo demais, mas meu filho é esperto, inteligente e se saiu muito bem.

— É filho e como você se sentiu? — Encarei ele pelo espelho retrovisor e ele estava como se nada tivesse acontecido, e talvez não aconteceu mesmo e eu que estou temerosa demais — Foi tudo bem, você ficou chateado com isso? Conta pra mãe que a gente pode conversar!

Inconstante.Onde histórias criam vida. Descubra agora