Quando o ano virou

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Tema 6: Beijo calmo/suave

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— Tá quase na hora, pessoal! — Empanada gritou, aparecendo na sala com uma garrafa de champanhe na mão. Richas vinha atrás, segurando algumas taças nas mãos, tentando não derrubar nenhuma delas como fazia todos os anos.

A casa da família Emicê TW estava mais vazia do que geralmente naquela virada de ano. Tina e a esposa estavam viajando, a família de Philza não passaria com eles naquele dia, e Tubbo estava na casa do novo namorado com Sunny; desse jeito, eram apenas Pac, Fit e as crianças – ou melhor, nem tão mais crianças assim. Ramón, Richas e Empanada estavam todos com 18 anos, e Rosa entrava na pré-adolescência.

Dez anos haviam passado desde o dia que Pac tomou a decisão impulsiva de deixar um pote de comida na casa do vizinho e, desde então, muita coisa havia mudado. As crianças mais velhas estavam indo para a faculdade, Rosa mudaria de escola, e eles haviam vendido o apartamento para comprar uma nova casa com mais espaço e um grande jardim. Mesmo assim, muita coisa permanecia igual: Empanada, Sunny e Rosa ainda eram um trio de melhores amigas, Richarlyson ainda corria por horas sempre que tinha a chance, Fit ainda cozinhava para Pac quase todo dia.

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Fit e Pac estavam parados no canto da sala, abraçados, esperando para comemorar mais uma virada de ano juntos. Pac estava com a cabeça deitada contra o peito do marido, apenas observando enquanto Richas e Ramón conversavam em libras e Empanada sentava junto de Rosa para mostrar algo no celular. Fit, parado nas costas do marido, segurava a cintura dele de leve, sem apertar, apenas enlaçando o outro com os dois braços.

— Cinco, quatro... — Rosa e Empanada, empolgada, ficaram de pé no sofá. Pac e Fit riram, já acostumados com a empolgação excessiva das garotas para a virada do ano, enquanto os meninos apenas reviraram os olhos em sincronia, prontos para abrir a champanhe.

Pac virou nos braços de Fit, enlaçando o pescoço dele com as mãos. O professor puxou a cintura do marido mais para perto, os olhos castanhos grudados nas írises que, pela iluminação, sempre pareciam amarelas.

— Três... — Os adolescentes falaram em uníssono.

— Dois... — Pac sussurrou, abrindo um sorriso.

— Um... — Fit completou. De maneira automática, o mais alto inclinou-se em direção do mais baixo.

Quando os fogos altos explodiram na praia próxima e os filhos começaram a gritar na sala, desejando feliz ano novo uns aos outros, Pac ergueu levemente os calcanhares, encontrando os lábios de Fit no meio do caminho.

Os beijos também continuavam iguais. Sempre suaves e calmos, sempre tomando todo tempo do mundo.

Como se nada mais importasse. 

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Nota da autora:

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Em todos os universos te beijei (e te amei)Onde histórias criam vida. Descubra agora