Fala aí galera, tudo joia com você?
O que estão achando da estória?Obs: Queria avisar aqui que a música citada foi lançada em 2018 mas não foi no começo do ano, mas fingiam que foi rs.
Espero que gostem :)
Ottawa, Canadá - Janeiro de 2018
Definitivamente era um mês do cão, mas ultimamente eu vinha sentindo que tudo era difícil, talvez fosse um ano difícil, ou quem sabe uma vida difícil.
Desde antes da minha formatura eu vinha mandando mais e mais currículos para quem sabe conseguir um emprego, eu não aguentava mais um dia na minha casa, naquele momento eu nem considerava aquele local como minha casa.
E sinceramente eu não queria abrir mão da área que eu sempre quis, mas com mais dias desde que me formei e o olhar zombeteiro que meu pai me lançava toda vez que perguntava "Então não conseguiu um emprego no seu tão querido jornalismo?" eu decidi abrir mão.
Não foi algo fácil, não foi algo bom, e com certeza não foi algo que me orgulhei, mas eu só tive aquela chance, então pela primeira vez usei o sobrenome Sinclair. Que aquele nome pelo menos me ajudasse em algo uma vez na vida.
Então quando no final daquele mês finalmente um jornal me chamou para uma entrevista, mesmo sendo um jornal de esportes, eu aceitei, porque cada dia que passava eu sentia que ia pro poço, cada vez mais fundo.
E foi assim que em uma terça qualquer eu me encontrava com meus amigos em um bar qualquer da região, porque nós iríamos comemorar, o emprego significava que eu finalmente sairia da casa dos meus pais, aquilo significava que eu finalmente ia ter algum sossego.
- Vamos lá Enid, pegue sua taça.- Observei Sal levantar seu copo, sorri feliz, fazia tempo que não me sentia daquele jeito. - Um brinde a nova aquisição da Fórmula Nation, um brinde a jornalista foda que é você.
Meu sorriso preencheu mais meu rosto quando todos os meu amigos levantaram seus copos, ou taça para fazer aquele brinde.
- A Enid! - Todos falamos em uni-solo, brindando e logo após dando o primeiro gole.
- Você cresceu muito rápido Nid, parece que foi ontem que te vi sofrendo bullying no colégio. - Yoko falou enquanto me abraçava de lado, sorrindo pra mim.
- Ei isso faz tempo, parei de comer terra faz alguns anos, sabe?! - Após dizer aquilo, mexi minhas sobrancelhas para cima e pra baixo, soltando um risinho.
Fazia muitos anos desde que Yoko teve que me proteger pela primeira vez, quer dizer, eu nem achava que alguém mais velha poderia ser legal comigo, depois dela empurrar duas garotas na areia viramos amigas inseparáveis.
Anos depois quando me mudei para Inglaterra choramos juntas, eu não queria ir para longe da minha família ou dos meus amigos, mas sabíamos que meu pai jamais aceitaria que eu fizesse algo que ele não queria.
Quando voltei para casa e tive os piores anos da minha vida, ela também estava lá, enxugou minhas lágrimas, quis quebrar alguns narizes e me fortaleceu quando eu pensei em desistir. Porque sempre fomos assim, a muralha uma da outra, eu sempre fui grata por ela, e ela sempre foi grata por mim.
Era uma irmandade, eu por ela, ela por mim e nos contra tudo e todos. Mais é claro que nossa amizade teve mais alguns adicionais.
Observei do outro lado da mesa Jaden e Hunter, aquele dois viviam sempre competindo, era engraçado ver dois juntos, a competição da noite era para ver quem daria PT mais rápido, claro que no final da noite ambos dariam um trabalho gigantesco.
- MEU DEUS, A NOSSA MÚSICAS, VEM NID.- Conan, falou enquanto deixava seu copo na mesa e me puxava para a pista de dança, fui feliz, pois não era toda balada que colocava uma girl band de kpop pra tocar.
Quando a música Egoistic começou a ser cantada eu me preparei pra coreografia, aquela música tinha uma batida envolvente e fazia meu corpo e de Conan se mover em sincronia. A arte do ofício de passar tanto tempo treinando, imagino eu.
Quatro anos antes
Londres, Reino Unido - Julho de 2014
Aquela era uma semana de ouro, estava oficialmente morando no meu logo lar, ainda me sentia meio triste por precisar tomar aquela decisão de mentir pra poder fazer algo que eu gostava.
Na manhã daquele dia minha mãe e meu pai haviam me deixado na frente do meu dormitório.
Por um momento quis rir, aquela era uma péssima ideia, nem eu mesma estava acreditando que ia dar certo.
Meu quarto novo tinha cheiro de produtos de limpeza, mas finalmente eu tinha conseguido limpar ele, fiquei sabendo que as ex-moradoras tinham deixado o quarto no semestre passado, só não imaginei que ia estar tão ruim assim.
- Viu, eu disse que dava tempo de limpar o quarto todo hoje.- Falei me virando para o computador, no facetime uma chamada aberta a algumas horas com meus amigos.
- Você é muito corajosa, eu jamais pisaria os pés nesse chiqueiro.
Rir com a fala da Yoko. Era verdade que eu também não quis entrar ali quando vi a situação do local, mas ninguém precisava saber daquilo.
- Nem estava tão mal assim. Mas olha só, agora até dá pra respirar ar puro. - Falou enquanto saiu de frente da câmera para eles poderem observar o quarto todo. - Mas agora eu 'tô morta. - Continuei enquanto me sentava na escrivaninha na frente do PC, apoiei minha mão para encostar o rosto e suspirei. - Acho que se eu deitar agora mesmo eu durmo.
A realidade é que toda aquela energia pra mentir pro meu pai, e depois o estado que estava aquele quarto, aquill acabou comigo, parecia que eu tinha corrido uma maratona, o grande problema era que eu era sedentária.
- Amores vou desligar pra tomar um banho e dormi, realmente estou cansada.
- Tudo bem Niz, vai lá.
Jaden falou e vi todos eles concordarem. Dei tchau para eles e desliguei, agora oficialmente sozinha naquele lugar. Apenas eu e meus sonhos.
[...]
Já tinha passado algumas semanas desde o começo da aula, eu definitivamente era péssima em socializar e percebi isso estando naquele local, parecia que ninguém queria está ali comigo, conversar, ou sei lá o que pessoas novas fazem, eu só queria amigos.
- Senhores este trabalho será um trabalho em dupla, por favor se juntem e comecem. - Levantei o olhar quando ouvir o professor falar, aquilo era um azar sem igual, olhei em volta e todos pareciam ter sua panelinha menos eu.
Me levantei e caminhei na direção do professor, sentia como se fosse a caminhada da humilhação, como podia até o cara que se vestia estranhos na turma já ter companhia pro trabalho e eu não.
- Senhor Walker, posso fazer o trabalho individual? Eu fiquei sem dupla.
Falei ainda achando humilhante tudo aquilo. Com o passar dos dias eu ia perceber que o problema talvez fosse eu, ninguém nunca ia querer fazer trabalho comigo.
Aquele definitivamente era o começo para meu fundo do poço, longe de casa, sem amigos, sem família e escondendo algo que me pesava os ombros.
Quem falaria que aquele tempo que eu passei fora iam me ensinar tantas coisas e que eu ate iria gostar de algumas. A verdade é que quando voltei para casa, desejei nunca ter saído de Londres, lá pelo menos eu tinha algo que perto de casa eu não tinha.
Naquele momento eu não sabia, mas está ali por mais difícil que fosse era melhor do que voltar pra casa. Porque as vezes nossa casa não é um lar.
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Running Against Time - Em busca do pódio
FanficNão me lembro ao certo quantos anos tinha quando percebi que eu e meu pai não tínhamos mais aquela ligação. Acho que foi no momento que eu virei uma pessoa que fugia dos ideias dele. Ele queria um legado automobilístico, e eu? Eu achava que alguém q...