Daniel Marques
Eram sete da manhã e os fiéis estavam começando a chegar para a missa de sexta. Fui mais cedo para ajudar meu pai na organização.
— Você já terminou amor? — Verônica chega tocando em meus ombros perguntando.
— Amor? Desde de quando eu te dei permissão para me chamar assim? Eu tenho noiva então me respeite garota! — Digo por fim alterado.
Não era a primeira vez que Verônica ultrapassava um pouco os limites. Teve um vez que ela quase me beija na frente de alguns fiéis que meu pai estava conversando.
— Me desculpe. — Verônica diz. — Não vai me dizer que está afim daquela tal de Geovana?
— Se eu estiver isso não é problema seu Verônica. E ela é minha noiva. — Seguro no braço da mesma fortemente. — Você tem dezessete anos garota! Não ver que esta sendo maluca por querer se envolver comigo? Eu tenho idade para ser seu irmão mais velho.
— O seu pai gosta de mim e já falou para você sobre eu fazer dezoito anos e pedir a minha mão em casamento. — Ela diz se soltando do meu aperto.
— Eu não gosto de você Verônica!!! Eu nunca pediria a mão de alguém em casamento sendo que eu não a amo. — Verônica estava com lágrimas nos olhos. — Se ponha no seu lugar e me deixe em paz.
Verônica sai correndo para os fundos da igreja. Deixei essa situação de lado quando vi as pessoas entrando para a missa. Junto delas estavam Dona Tereza e a Geovana.
Abri um sorriso ao vê-las.
Geovana estava com um vestido florido de alças finas e que estava um pouco colado em seu corpo. Ela era uma carioca muito bonita.
— Bom dia sejam bem vindas! — Me aproximo das mesmas.
— Bom dia meu filho como você vai? — Minha vó sorrir pegando na mão do mesmo.
— Vou bem dona Tereza. — Respondo gentil. — E você Geovana?
— Estou bem! — Ela sorrir. — Vamos nos sentar.
— Vou me sentar junto de vocês. — Digo as acompanhando até o banco que ficava de frente para o púlpito.
Sentamos e logo a missa começou. Geovana parecia estar inquieta com alguma coisa pois não parava de balançar as pernas.
— Você está se sentindo bem? — Sussurro perto do ouvido da mesma que se assusta.
— Meu deus que susto Daniel! — Ela diz baixinho. — É que bom um número desconhecido me mandou mensagem ontem.
— Um número desconhecido? Você passou o seu número para algum homem ou algo do tipo? — Perguntei sério enquanto ela desbloqueava o celular.
— O quê? Não especifiquei se era homem ou mulher que mandou mensagem Daniel e não, eu não passei meu número para homem nenhum. — Ela diz parecer meio irritada.
Acho que mexi com a fera.
— Me desculpe se a pergunta soou mal. — Digo. — Posso ver as mensagens?
Ela me entrega o celular e eu vejo as mensagens e se tem alguém que faria esse tipo de coisa era a Verônica.
— Eu acho que tenho uma pessoa suspeita que poderia ter feito isso. — Digo entregando o celular da mesma. — Verônica.
— Ah claro como eu não pensei nela. — Geovana nega com a cabeça. — Dona Fátima não ver que a filha dela tem interesse em caras mais velhos?
— Ela sabe tanto que até apoia essa coisa de casamento arranjado com o primeiro homem que se interessar pela filha dela. — Respondo.
— Pelo visto a dona Fátima segue a tradição da antiga igreja católica? — Ela pergunta.
— É basicamente isso. — Digo. — Sei que isso nos dias de hoje parece coisa do passado mas acontece muito.
Saímos desse assunto quando meu pai pede para darmos as mãos para uma oração. E claro, peguei na mão de Geovana.
Durante a oração peguei na mão da mesma e ficava a observando de olhos fechados, no caso ela. Ela era muito bonita, os lábios, os cabelos, e até a forma que ela ficava vermelha quando fazia alguma besteira.
As besteiras, como a porta do uber que ela me atingiu no seu primeiro dia aqui na cidade. Ela era bem atrapalhada e eu me encantava por essas loucuras dela.
Meu pai terminou a oração e assim que ela abre os olhos um sorriso surge no seu rosto.
— Tem alguma coisa no meu rosto? — Ela pergunta sem entender nada.
— Só estava admirando o quanto você é bonita. — Digo.
— Para com isso eu só vivo desajeitada. — Ela diz meio sem graça.
— Como você pode ver eu ando com meus óculos. — Pego meu óculos o colocando. — Estou vendo perfeitamente o quanto você é bonita de todos os jeitos.
Ela sorrir e não fala mais nada. No final da missa me ofereci para ir até a casa dela deixar sua vó e ela.
— Vamos eu deixo vocês em casa. — Digo.
— Nós vamos de ônibus não precisa. — Ela diz.
— O rapaz quer fazer essa gentileza Geovana, para de ser ingrata. — A vó dela diz enquanto dar uns puxões de orelha na mesma.
— Ta tudo bem então vó nós aceitamos a carona do Daniel. — Ela dar ênfase no "nós" e logo entram no carro.
O caminho todo fomos conversando os três e a vó dela sempre falava sobre casamentos, namoros, homens.
— Daniel querido sabia que Geo nunca namorou na vida? Se duvidar creio que nunca beijou. — Dona Tereza diz.
Encaro Geovana que estava sem graça pela situação. Então era verdade?
— Vó pelo amor de Deus... — Diz olhando para trás.
— Você seria um ótimo partido
pra essa menina. Aproveita que ela é moça. — A avó dela diz.Geovana estava sem graça pela situação e eu estava segurando o riso pelas caras que ela estava fazendo.
— Do que você quer rir Daniel? Não vai na corda da minha vó. — Ela diz cruzando os braços com raiva.
— Eu não estou fazendo nada guria. — Solto uma risada que não consegui segurar.
Chegamos na frente da casa de Dona Tereza mas como eu tinha alguns compromissos para daqui a pouco eu não desci do carro.
— Obrigada pela carona meu filho. — Dona Tereza diz abrindo a porta do carro. — Que nossa senhora te acompanhe sempre.
— Por nada dona Tereza! Deus lhe abençoe. — Dou um tchau para a mesma que entra em casa.
— Obrigada pela carona Daniel! — Geovana diz retirando os cintos e antes dela sair seguro em seus braços.
— Só quero fazer uma coisinha... — Puxo a nuca da mesma deixando um beijo em sua testa. — Se cuida e me liga qualquer coisa. Esse é o meu número.
Entrego um papelzinho para a mesma que logo guarda em sua bolsa. Ela sai do carro e nem olha na minha cara. Fiz algo de errado.
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O filho do Padre - DANIEL G. MARQUES ( PAUSADA )
RomansDaniel Marques estudante de direito e filho de padre da pequena cidade no Estado de Goiás, um homem educado, calmo, proativo, e claro, quer formar sua família. Mas quem seria a moça certa? Geovana Rodrigues uma moça que recém se mudou para a pequen...