capítulo 4

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Quando éramos crianças, Helena e eu vivíamos em um mundo de descobertas e aventuras. A fazenda do meu avô era o nosso território, e cada canto daquele lugar guardava segredos esperando para serem revelados.

Um dia, enquanto brincávamos perto do celeiro, Helena encontrou um velho baú de madeira. Estava meio enterrado na terra, coberto de musgo e folhas secas. Ela me chamou, os olhos brilhando de excitação.

“Eduardo, olha o que achei!”, disse ela, escovando a sujeira do baú.

Abri o baú com cuidado, e lá dentro encontramos um tesouro de lembranças. Havia cartas amareladas, fotografias antigas e pequenos objetos que pareciam ter sido esquecidos pelo tempo.

“Isso deve ter pertencido a alguém”, sussurrou Helena. “Alguém que viveu aqui antes de nós.”

Passamos horas examinando cada item. As cartas eram de um jovem soldado que partiu para a guerra e nunca voltou. As fotografias mostravam rostos sorridentes, agora enrugados pelo tempo. E os objetos… uma medalha, um broche, um bilhete de trem.

“Helena, isso é como um pedaço do passado”, disse eu. “Um tesouro esquecido.”

Ela concordou. “Vamos guardar essas coisas. Quem sabe um dia poderemos descobrir mais sobre essas pessoas.”

Enterramos o baú novamente, mas não esquecemos. Aquele lugar se tornou nosso tesouro escondido. Voltávamos lá sempre que podíamos, como exploradores curiosos.

Com o tempo, criamos nossas próprias lembranças. Escrevemos cartas e as enterramos no mesmo lugar. Helena desenhou um mapa imaginário, marcando o local do tesouro. E eu prometi que, quando fôssemos mais velhos, desenterraríamos o baú e descobriríamos a história por trás daqueles objetos.

Naquela tarde, enquanto o sol se punha e as árvores sussurravam, selamos nosso pacto. O tesouro escondido era nosso segredo, e ele nos lembrava que a vida é cheia de mistérios e histórias esperando para serem contadas.

As vezes me pergunto se não é dos pais dos meus avós aquelas cartas

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