prologo

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Na pequena cidade de Rosa Branca, onde os campos se estendiam até onde os olhos podiam ver, Eduardo cresceu sob a sombra de um segredo ancestral. Seu avô, um homem de rugas profundas e olhos sábios, guardava algo que nenhum outro membro da família ousava questionar. As cartas antigas, amareladas pelo tempo, chegavam regularmente à casa dos Antunes, endereçadas ao avô de Eduardo.

Eduardo, ainda menino, observava com curiosidade enquanto o avô lia cada carta com uma expressão indecifrável. Às vezes, lágrimas silenciosas escorriam pelos cantos dos olhos do velho homem. Outras vezes, ele apertava os lábios e queimava as cartas na lareira, como se quisesse apagar memórias dolorosas.

A mãe de Eduardo, antes de partir deste mundo quando ele tinha apenas cinco anos, costumava sussurrar histórias sobre o pai ausente. Um homem misterioso que desaparecera antes mesmo de Eduardo nascer. Ela dizia que ele era um viajante, um sonhador, alguém que buscava respostas nas estrelas e nos ventos que sopravam pelos campos.

Mas o avô de Eduardo não compartilhava essas histórias. Ele mantinha o segredo trancado em seu peito, como um baú de tesouros escondido sob o assoalho da casa. Quando Eduardo perguntava sobre o pai, o avô apenas balançava a cabeça e dizia: “Alguns segredos são como raízes profundas. Se você os arranca, corre o risco de perder tudo.”

As cartas continuavam a chegar, sempre no mesmo envelope amarelado, com selos desbotados e carimbos de lugares distantes. Eduardo se perguntava quem as escrevia e por que eram tão importantes para o avô. Ele imaginava um homem solitário, talvez um poeta ou um explorador, enviando mensagens através do tempo.

À medida que Eduardo crescia, a curiosidade se transformava em determinação. Ele decidiu desvendar o mistério. As cartas eram a chave para entender sua própria história, para descobrir quem ele realmente era. E assim, ele começou a investigar, a seguir os rastros das palavras escritas com tinta desbotada.

O prólogo da vida de Eduardo estava prestes a se transformar em um capítulo de aventura e revelações. Ele não sabia que, ao abrir o baú de segredos, também abriria portas para o amor, o perigo e a verdade oculta nas entrelinhas das cartas antigas.

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