The Royal Princess And The Ducal Lady - Wenclair •

Chapter 12.

- No final das contas, eu ganhei a aposta, certo?! - Enid fala do outro lado do quarto, enquanto estou terminando minhas lições. As mesmas que ela já terminou a um certo tempo.

- Vou te dar esse prazer, já que você me salvou de um ferimento bem feio. - Fecho meus livros e guardo meu material.

- Maravilha! - Comemora sentando em sua cama, que a pouco ela estava deitada. Vou em direção ao local onde ela estava deitada. Ela, que estava deitada de lado, se arruma na cama, estando semi deitada, e coloca o travesseiro escorado na cabeceira e deixa seu corpo no local.

- Posso? - Peço permissão para me sentar em sua cama.

- Claro. - Ela bate no canto vazio da cama. Sento-me e continuamos a encarar uma a outra. Enid quebra o silêncio que pairava entre nós, mas não nossa conexão de olhares.

- Tem certeza que não está machucada? Ou seus membros ainda estão doendo? - Pergunta. Ela se ajeita ficando sentada com as pernas estiradas na cama King size. Ela quebra nossos olhares olhando para minha mão em cima das minhas coxas e tenta pegá-la, mas hesito, ficando nervosa. Ela volta a me olhar, como se pedisse permissão para esse ato simples. Mesmo com um pé para trás, aceno e ela pega na minha mão e me lança um sorriso acolhedor.

- Sim... Não precisa se preocupar. - Sussurro, aflita ao sentir o calor da mão de Enid em contato com a minha. Isso era estranho, nunca senti nada parecido por ninguém antes. Nunca senti isso por Enid. Enid, claro, sempre foi diferente das outras pessoas - tirando o fato que ela é a segunda na linha de sucessão da Inglaterra, que um dia será rainha -, ela me fazia rir por qualquer coisa boba que ela falasse. Ela me faz sentir feliz quando estou mal. Ela mesmo sempre amando o contato físico, evitava quando via que eu não estava confortável. Mesmo sendo crianças que pensavam sempre em se divertir, aproveitavamos o tempo uma com a outra, no silêncio e na presença acolhedora uma da outra.

Pensando por esse lado, isso nunca foi certo. Isso é errado, isso é errado para mim. Solto minha mão da sua, ela me olha confusa, mas releva, colocando a mesma mão para "coçar" a área de sua clavícula que estava a amostra, que o robe não conseguia cobrir.

Oh, certo, a clavícula. O robe. Enid era conhecida por ter uma pele muito branca. Branca igual as nuvens. Quem não a conhecesse - o que é tecnicamente impossível - pensaria que ela não sai do conforto de seu palácio, nem mesmo para o jardim. A clavícula de Enid era extremamente marcada, resultado dos exercícios físicos que ela fez nesses últimos anos, e ainda faz no tempo livre - dito por ela nesses últimos dias. -, e como disse anteriormente, ela tem a pele extremamente branca, então com o ato a área de sua clavícula fica levemente vermelha.

- Você sempre fez isso. - Murmuro. Ela que estava presa em seus devaneios, para de mexer na pele da sua clavícula e me olha confusa.

- O que?

- Quando você está nervosa ou pensativa, sempre fica cutucando a área do seu pescoço e clavícula. - Sorrio com minha fala.

Ela entreabre a boca, percebendo que isso era realmente verdade e ri.

- Realmente. - continua. - Falando em 'hábitos', mesmo quando crianças, o nosso lema sempre foi que nossa maneira preferida de conversar sempre foi o silêncio. O que foi um dos principais fatores que nos aproximou, aproveitarmos o silêncio juntos.

- Sim, sim! - Riu levemente. - De dia éramos crianças correndo e destruindo tudo, enquanto de noite gostávamos de ficar olhando para o céu no silêncio! - Sorrio nostálgica. Pensando sobre isso, eu nunca mereci Enid. Ela sempre esteve lá, mas nunca a afastei, e nunca tentaria, naquela época. Mas não posso dizer o mesmo de atualmente. Isso é errado. Eu não a mereço. Eu não mereço essa felicidade absurda que ela me oferece. - Bom, estou me sentindo um pouco sonolenta. Acho que já está na minha hora. - Informo e me levanto, sentindo um bolo que a pouco foi formado em minha garganta. Sempre que tudo estava bem, essa sensação de culpa voltava. Eles voltavam para me atormentar. Vou em direção a minha cama, de costas para ela. Antes de me deitar, continuo. - Boa noite, Nid!