Minha querida Emma

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Sabe aquele amor que... aquele amor que parece ser aquele amor de desenho animado, aquele amor inexplicável? Eu já senti esse amor. Há uns 15 anos atrás, em 16 de outubro de 2009, eu estava no 8º ano e conheci ela na escola. O nome dela era Emma. Ela era linda, tinha cabelos cacheados, e sua pele era da cor de um bombom de chocolate. Começamos a conversar e viramos amigos. Ela era muito engraçada, com um humor amargo que eu adorava. Ela amava ler e jogar videogame, principalmente jogos de luta. Tínhamos os mesmos gostos, e nossa sintonia era de outro mundo.

Começou a surgir um sentimento em mim, inexplicável, que sinto até hoje só de tocar no nome dela. Passou um ano de amizade, e eu tomei coragem para revelar meu amor por ela. Foi no cinema, enquanto passava nosso filme favorito, "Harry Potter 7". Pensei que ela ia rejeitar, mas ela aceitou e me falou que também sentia o mesmo. Parecia um conto de fadas. A cada dia que passava, eu ficava mais apaixonado. Passaram-se um mês, dois meses, três, cinco, um ano e 2 anos de namoro. Até que chegou o pior ano da minha vida: 2012.

Os primeiros meses de 2012 foram ótimos. Eu estava muito feliz por tê-la por 2 anos. Tudo parecia mágico. Comemoramos nossos 2 anos de namoro, fomos a festas juntos, vimos filmes e conhecemos gente nova. Mas tudo mudou em abril, quando a mãe de Emma começou a namorar. Emma começou a ficar estranha, aparecia com hematomas às vezes. Ela sempre dava desculpas esfarrapadas como "Eu caí da escada" ou "Bati na quina da mesa". Eu acreditava, pois não sabia nem metade do que acontecia.

Mas tudo piorou em junho, quando nossos amigos nos apresentaram a Cinthia. Emma não gostava dela e dizia que ela tinha cara de falsa. Eu tinha pena da Cinthia, pois ela contava que o namorado a havia traído com sua melhor amiga. Depois de uns anos, descobri depois que foi ela quem traiu. Cinthia aparecia "magicamente" nos nossos encontros, e por educação, deixávamos ela ficar conosco. Como ela não conseguiu fazer com que Emma gostasse dela, veio tentar uma amizade comigo. Eu não tinha nada contra, então aceitei. Ela sempre arrumava um motivo para ir à minha casa, e eu sempre dava desculpas para que ela não fosse. Mas às vezes não dava certo, e eu chamava Emma para ir também, pois não queria ficar sozinho com aquela mulher.

Depois de um tempo, Cinthia começou a ter "crises" de ansiedade. Eu acreditava nela, pois entendia sobre o assunto, já que minha mãe também tinha muitas crises. Por conta das "crises" da Cinthia, eu e Emma não ficávamos muito tempo a sós, pois ela sempre precisava de mim. "Você me acalma", dizia Cinthia. Eu ficava feliz em ajudar alguém, mas ao mesmo tempo triste por não ter tempo para ficar com minha namorada. Por esse motivo, começamos a discutir muito. "Eu também preciso de você", dizia Emma.

Eu queria acabar a amizade com Cinthia, mas toda vez que tentava, ela tinha um ataque de choro contando sobre a "triste" vida dela, e eu ficava com pena. Acabou que eu e Emma ficamos meio distantes. Ela falava que Cinthia fingia as crises dela, e eu defendia Cinthia, pois acreditava nela. Emma ficou muito brava, e eu fiquei magoado. Então Emma planejou um piquenique de desculpas, e eu fiquei muito feliz e confirmei que Eu iria sair e avisei a Cinthia que não estaria em casa. Logo após, Cinthia começou a ter crises de ansiedade segundo ela, estavam muito fortes. Preocupado, acabei perdendo a noção do tempo. Quando finalmente percebi, já estava atrasado por uma hora. Parei de conversar com Cinthia pelo celular e acabei esquecendo dela completamente enquanto me arrumava para encontrar Emma.

Chegando lá, encontrei Emma guardando as coisas do piquenique. Contei a ela o que havia acontecido, mas enquanto falava, ela não me respondia nem olhava para o meu rosto. Isso me deixou ainda mais nervoso, pois significava que ela estava muito chateada. Quando mencionei o nome de Cinthia, Emma olhou nos meus olhos, que estavam cheios de lágrimas, e disse: "Que novidade! Eu também preciso de você, Carter. Você não faz ideia do que está acontecendo. Não tenho mais acesso a você." Ela pegou suas coisas e saiu. Quando a vi partir, senti que meu coração foi junto com ela. Sabia que seria a última vez que a veria, e foi exatamente o que aconteceu.

Ao chegar em casa, a primeira coisa que fiz foi bloquear Cinthia. Desmoronei em lágrimas, sentindo que a havia perdido. Decidi dar um tempo e falar com ela no dia seguinte. Na manhã seguinte, antes de irmos para a escola, acordei mais cedo, fui à padaria comprar o doce favorito de Emma e uma rosa. Chegando à casa de Emma, sua mãe, Susy, estava regando as plantas. Notei um hematoma em seu braço, o mesmo tipo que aparecia em Emma. Cumprimentei Susy e perguntei onde Emma estava. Ela respondeu: "Ué, ela não está com você? Não voltou para casa desde que saiu para te encontrar." Entrei em desespero, e nós ligamos para todos que poderiam estar com Emma, incluindo sua melhor amiga, Melody.

Ninguém sabia dela. Susy estava prestes a ligar para a polícia quando o padrasto de Emma interviu "Não! Temos que esperar 24 horas. Eles não farão nada antes disso. Ela deve estar na casa de alguém." Na verdade, ele estava com medo de que a polícia descobrisse o que ele fazia. Mas, infelizmente, tínhamos que esperar.

Passei a noite na casa de Emma, angustiado e sentindo a perda. Susy me mandou para casa descansar e prometeu me dar notícias. Enquanto caminhava para casa, pensava em voltar no tempo para o dia em que conheci Emma o melhor dia da minha vida. Queria vê-la novamente, ouvir sua voz angelical e acariciar seus cabelos. No entanto, alguém me chamou e tirou-me dos meus pensamentos: "Carter!" Abri um sorriso, achando que era Emma, mas para minha surpresa, era Cinthia.

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