- O que vamos fazer para tirá-la daqui? - Pergunta Emily.
- Eu não sei. - Responde Carter.
Carter anda em círculos pensando no que fazer, e Emily se senta na cama pensando em algo também.
- Já sei! Podemos deixá-la de vela, assim ela fica desconfortável. - Fala Carter.
- Boa! - Fala Emily.
Os dois saem do quarto abraçados, e Cinthia estava sentada no sofá mexendo no celular.
- Demoraram, hein! - Fala Cinthia.
- Então.. quer comer algo? - Pergunta Emily.
- Não, flor, obrigada. - Fala Cinthia.
Carter senta no sofá, e Cinthia já ia chegar mais perto dele quando Emily senta no meio deles.
- Vamos assistir um filme de ação, e que eu me lembre você não gosta, né. - Fala Carter.
- Não íamos assistir romance? - Sussurra Emily.
- Coloca ação, ela detesta. - Sussurra Carter.
- Sim! Vamos ver um filme novo de ação "A missão: Casal Killer".
- Aah, tava querendo muito assistir esse filme! - Fala Cinthia animada.
Carter revira os olhos.
- Nossa, que coincidência.. - Fala Emily em um tom de deboche.
Emily coloca o filme, e Carter puxa Emily para mais perto dele e a abraça.
- Isso é para deixá-la de vela ou apenas carência? - Sussurra Emily.
- Os dois. - Sussurra Carter, dando um selinho em Emily.
Cinthia olha para eles de cima para baixo.
- E então Carter, ainda continua no ramo de medicina? - Pergunta Cinthia.
- Sim! Sou cirurgião plástico. - Fala Carter.
- Aí que tudo! Nessa sala só tem gente bem de vida. - Fala Cinthia rindo.
Carter dá um sorriso forçado.
- Soube que você se casou, você se divorciou? - Pergunta Cinthia.
- Sim! - Fala Carter.
- E Emma? Finalmente a esqueceu? - Pergunta Cinthia.
Carter fica em silêncio e muda sua expressão totalmente.
- E você, Cinthia, é casada? - Pergunta Emily querendo mudar de assunto.
- Não, infelizmente... - Fala Cinthia.
- Imagino o porquê.. - Sussura Emily.
- O quê? - Pergunta Cinthia.
- Nada não.. - Responde Emily.
- Ainda toma remédios, Carter? - Pergunta Cinthia.
Carter encara Cinthia com uma expressão brava.
- Remédios? Que remédios? - Pergunta Emily.
- Você não sabe? Carter teve depressão depois que Emma morreu, e tomava os remédios acima da dosagem. - Fala Cinthia.
Carter se levanta indignado.
- Você não muda, né? Eu vou embora, me perdoa Emy, outro dia a gente se vê. - Fala Carter indo embora.
Carter sai e Emily se levanta.
- Você viu o que você fez! Você acha que já não acabou com a vida dele não? - Fala Emily.
Cinthia ri sarcasticamente.
- E você? Como acha que ele vai ficar quando souber? - Fala Cinthia.
- Saber do quê? - Fala Emily ficando cara a cara com Cinthia.
- Ah boneca não seja tola! Você acha que eu não sei quem você é! Se eu fosse você pensava muito bem, porque quando ele descobrir ficará arrasado - Fala Cinthia.
Cinthia se levanta e manda um beijo debochado para Emily e sai. Emily fica em pé indignada e pensando.
Carter, quando chega em casa, se senta no sofá, lembrando das memórias pavorosas. Ele se levanta e vai até o banheiro e abre os armários procurando desesperadamente por algo. Ele acha uma caixinha com pílulas dentro.
Ele a abre e as despeja em suas mãos, o que o faz viajar completamente para o passado.
30/09/2012
(um mês depois da morte de Emma)Eu lembro de tudo, mesmo tendo passado esse tempo todo totalmente drogado com os remédios. Para mim, é como se tudo tivesse perdido a cor, as pessoas falavam ao meu redor, mas eu não ouvia, era como se mesmo com muito barulho ao redor tudo fosse abafado pela minha mente. Eu só sabia ficar deitado, embaixo dos lençóis.
Abraçando as roupas antigas da Emma, cheio de fotos dela ao redor de mim. Era o único jeito que me fazia dormir. O sol já tinha aparecido, mas para mim ainda estava escuro, já ia voltar a dormir quando a minha mãe puxa o cobertor com um homem de jaleco ao lado dela. "Ele só fica assim!" - Falava minha mãe. Ele me olhava de cima para baixo, sentou ao meu lado e começou a me perguntar várias coisas.
Eu não conseguia responder uma sem chorar, ela nem demorou muito e já me diagnosticou com depressão. Depois disso eu não tive mais paz, todo mundo me tratava como um bebê e eu só queria ficar sozinho, mas nem isso eu podia mais. Depois de duas semanas da visita do médico eu comecei a tomar os remédios. Eu queria fugir das pessoas, queria vê-la de novo.
Então todo dia quando dava a hora do remédio eu acrescentava um a mais. Era para ser apenas um a mais, até que viraram dois a mais, quatro a mais e assim por diante. Eu gostava, minha mente flutuava. Até que chegou o último dia de aula, e parece que todo mundo resolveu ter pena de mim nesse dia. Só falavam dela, "Poxa, queria que Emma estivesse aqui", "Sinto muito pela sua namorada", "Você tá bem?". Eu tava aguentando até que resolveram passar fotos da turma.
Ela estava em todas as fotos, meu coração começou a acelerar, minhas mãos tremiam, eu só queria vê-la de novo. Eu fui ao banheiro e despejei todo o pote de remédios e tomei. O sinal tocou e eu fui até o cemitério, sentei ao lado da lápide dela, e desmaiei, aí eu acordei no hospital, cheio de tubos, tive uma parada cardíaca. Eu olhei para o lado e a mãe de Emma estava me olhando com os olhos cheios de lágrimas.
Eu lembro do sermão que levei dela. "Porque, Carter?" - Falava Susy, mãe de Emma. "Eu não posso ir a mais um enterro, meu filho, como você acha que Emma ia ficar em te ver assim? Por favor, Carter, ela não quer que você morra, viva, Carter! Faça o que ela não fez!'' - Falava Susy. Eu não podia respondê-la mais eu chorei, chorei muito.
Susy me deu uma lição, depois disso eu me esforcei, por mim, pela Susy, pelos meus pais e pela Emma, eu tento viver por ela... eu tento, mas às vezes é tão difícil...
Carter já ia tomar todas as pílulas, quando ouviu a porta da sala abrir e a voz angelical de Riley gritar lá embaixo.
- Papai! Eu cheguei! Eu quero te ver! - Gritava Riley.
Na hora, Carter ri com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto e joga as pílulas no vaso e dá descarga e desce para falar com Riley.
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A garota inesquecível
RomanceCarter teve uma namorada na adolescência, o amor da vida dele, mas acabou se afastando dela no momento em que ela mais precisava e acabou a perdendo. Anos depois, Carter já estava casado e tinha até uma filha. Tudo parecia normal até que uma vizinha...