A garota inesquecível

Não é a Emma?

Carter ficou paralisado quando a viu. Seu rosto era idêntico ao de Emma, até a pinta perto do olho e no lábio. Fiquei nervoso; quando ela me viu, também ficou me encarando, com os olhos arregalados e meio assustada. Ficamos nos olhando por um minuto até que Vanessa falou:

- Querido, essa é Emily, nossa nova vizinha da frente.

"Emily muito parecido com Emma"- pensava Carter. Ele foi até ela e a cumprimentou.

- Bem, é um prazer. Qual é o seu nome? - perguntou Emily.

- Meu nome é Carter.

Quando Carter disse seu nome, ela continuou o olhando por um tempo, ainda com os olhos arregalados.

- Tenho que ir. Foi um prazer. - Emily saiu e foi para sua casa.

Carter ficou parado olhando pro nada é pensando: "Não pode ser ela. Ela morreu, né? Mas não acharam o corpo dela. Será que ela fugiu? Não faz sentido ela fugir."

- Carter! - Vanessa o chamou, tirando-o de seus pensamentos.

- Oi, desculpe, viajei.

- Ela é bonita, né? Simpática. Ela tem sua idade, nem parece, não é?

- Ela é casada? - perguntou Carter.

- Sim, o nome dele é Michael.

- Já vou indo. Tenho que chegar cedo na reunião. O ônibus já levou Riley, ok? Tchau. - Vanessa saiu.

"Não pode ser. Deve ser coisa da minha cabeça."

Ele subiu para seu escritório, onde tem uma janela de frente para a casa de Emily. A janela do quarto dela dava direto para o escritório. Ela apareceu e sentou em sua cama, parece estar nervosa.

"Não pode ser, estou ficando louco?" Logo depois, Emily se levantou e saiu do ponto de vista de Carter. Ele começou a procurar pelo escritório todo, o álbum de fotos que tinha de Emma.

- Achei!

Carter abriu o álbum e começou a folheá-lo. Quando ele encontrou uma foto deles dois juntos na frente de um circo, lembrou-se do dia em que a beijou pela primeira vez.

Lembro como se fosse hoje. Estava tão nervoso, afinal, era nosso primeiro encontro após começarmos a namorar. Fui buscá-la em casa e ela estava linda, com um penteado que prendia parte do cabelo e o resto solto. Ela usava um vestido rosa, não muito curto, mas com um pouco de rodado. Estava magnífica. Conversamos e rimos durante todo o passeio e até tiramos uma selfie com o palhaço do circo.

Decidimos voltar para casa a pé, passando pelo parque onde havia um Ipê em plena floração. Foi perfeito, como em um filme. Sentamos embaixo da árvore, e ela deitou a cabeça no meu ombro, perguntando: "Por que está tão nervoso, Carter?" Na hora, minhas bochechas ficaram vermelhas, mas logo á respondi : "Acho que é porque você me deixa assim." Ela riu, mostrando seu sorriso encantador, e disse: "É como se nossa amizade tivesse evoluído." Eu me acalmei e, naquele momento perfeito, a beijei. Ela retribuiu, foi como estar no céu.

O interfone tocou, tirando Carter do seu passeio pelo passado. Ele olhou pela janela e viu que era Riley.

- Ah não, esqueci de buscá-la no ponto!

Carter correu para o andar de baixo e abriu a porta.

- Você me esqueceu de novo, pai! - disse Riley, cruzando os braços e batendo os pés no chão.