15- Trevas

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Beka está na escola e o professor começa a falar sobre uma aluna que faleceu. Diz que ela era muito importante e que o próximo dia não terá aula em respeito a ela. No fim da aula, o professor avisa a turma que podem haver monstros nas ruas e que fiquem em casa em segurança e pra tomarem cuidado. Ela vai para casa do Leo e encontra com Rafa que está batendo num saco de pancadas.

-Beka: Oi, Rafa! (olha em volta) Cadê o Leo?

-Rafa: Ele tá meio deprimido desde que a Sara se foi... Não sai do quarto pra nada.

-Beka: Você tem que ajudar seu amigo, Rafa!

-Rafa: Eu tentei! Mas não adianta. Depois eu vou tentar conversar mais com ele...

-Beka: Tudo bem...

-Rafa: Mas vamos esquecer toda essa negatividade e pensar em algo bom! Você disse que ia estudar sobre algumas coisas pra melhorar sua magia.

-Beka: SIM! Eu estudei, e aprendi algumas coisas novas.

-Rafa: O que?

-Beka: Eu descobri que eu posso não só criar objetos, mas adicionar textura a eles. E dependendo da textura, eu posso mudar o seu estado físico. Pode ser rígido, mole, pegajoso. Eu ainda não aprendi mas testei e consegui fazer uma coisa um pouco mais mole que a outra. Então sei que é possível.

-Rafa: UAU! E o que mais?

-Beka: Bem, eu vou começar a treinar pra criar objetos que podem ser importantes pra mim, vou começar agora.

-Rafa: Tá bom, enquanto isso eu vou tentar conversar com o Leo.

-Beka: Tudo bem.

A garota vai para o centro do campo de treinamento e Rafa vai até a porta do quarto do Leo, a qual está trancada. Ele fala do lado de fora para que o amigo escutasse.

-Rafa: Ei, Leo, vem pra fora, você precisa sair de dentro desse quarto. Você vai acabar adoecendo aí dentro. Por favor, me escuta!

Rafa coloca os ouvidos na porta pra tentar escutar algo e...

Nada.

Nenhum barulho, nem nada. Apenas o ensurdecedor silêncio que preencheu os ouvidos dele.

-Rafa: Tudo bem, amigo... Vou respeitar sua vontade

Rafa volta a treinar com a Beka.

No quarto, Leo está sentado em cima da cama. E seus pensamentos borbulham em sua mente. A insônia já tomou conta da vida dele. As coisas da sua cabeça não o deixam dormir. Ele se sente sujo, ao cometer o erro de matar a pessoa que ele amava, sem contar que ele não conseguiu vingar a sua avó e isso só faz tudo piorar.

Desde sempre ele busca vingança pelo assassinato de Judite e quando ele finalmente acha que conseguiu, ele recebe um banho de água fria percebendo que ele assassinou sua amada atoa. O peso da culpa o corrói por dentro e essa rotina de treinamento, patrulha e lutas em excesso fazem sua cabeça ficar a mil por hora. Ele mal parou pra descansar e está exausto, sem forças.

Eu não consigo fazer nada certo. Não consegui salvar minha vó, não consegui vingá-la, não consegui dizer o quanto eu amei a Sara, Não consegui salvá-la a tempo, não sirvo pra nada.

Eu cometi a injustiça de matar a única pessoa que me fez bem depois de tudo o que eu passei. Assim que eu fecho os olhos eu vejo a espada fincada na Sara. E quando eu olho no espelho, meu coração para, eu não me reconheço mais, só consigo ver um monstro. Eu não consigo cuidar de mim mesmo, é injusto eu continuar vivendo enquanto eu tirei a vida de uma pessoa inocente. Eu não mereço ser feliz, não mereço nada disso.

Caçador de RecompensasOnde histórias criam vida. Descubra agora