79 Come lo habbiamo scoperto

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Abebi ON

Helena-sabe como foi que a gente, no caso eu e o pai da Abebi descobrimos que a Abebi era alérgica a uvas?-falou e todos nós negamos com a cabeça-bem, houve uma vez, que a gente tava em um parque de diversões, na altura a Abebi tinha três anos só. Passamos por uma vitrine onde tinham vários doces. Eu levei a Abebi até lá, para que ela escolhesse um bolo. E na vitrine tinham vários bolos, inclusive havia um de frutas. Morango, laranja, banana e as malditas bolas do diabo-falou e todos rimos

Bolas do diabo foi o nome que eu e minha mãe demos as uvas por terem o efeito negativo que têm em mim

Helena-ela escolheu o bolo de frutas e assim que comprei dei pra ela-diz-ela começou pelas uvas. Pelos vistos havia gostado pois já havia comido quase todas, mas quando ia comer a última-falou e os olhos dela começaram a encher de lágimras-a Abebi começou a tossir muito. Eu achei que ela tivesse se engasgado ou algo do género. Eu batia nas costas dela pra ver se passava mas não passou. Notei que os olhos dela haviam começado a ficar inchados e vermelhos e que ela já não tava respirando direito-falou e uma lágrima escorreu de seu olho-comecei a entrar em pânico. 

-O pai dela não tava por perto, ele havia ido comprar hambúrguer em sei lá que quinto dos infernos, não lembro direito e liguei pra ele dizendo que Abebi tava passando mal e ele veio correndo e quando ele chegou Abebi caiu desmaiada no meu no colo. Fomos correndo direto para o carro e fomos para o hospital mais próximo. Ela ficou muito tempo desacordada. Foram cerca de 6 horas.  E foi então que o médico nos disse que ela fez reação alérgica à uvas. Que se nós tivessemos chegado minutos depois ela não teria sobrevivido-termina

Ethan-essa foi a mesma coisa que me disseram no hospital. Que se eu chegasse um pouco mais tarde...ela não teria sobrevivido-disse-eu só peço desculpas. Juro que se soubesse disso eu nunca teria feito tal coisa

Helena- verdade, a decisão de ela não ter vos contado foi algo que a gente acordou a muito tempo atrás

Damiano-como assim? Se é algo  que faz mal a ela, o mais conveniente seria  ela contar às pessoas quando dessem a ela. Para evitar situações dessas

Helena-também foi isso que pensei de primeira. Mas pelos vistos não foi a melhor opção-diz-com toda aquela situação da descoberta da alergia, a Abebi cresceu consciente de que sempre que alguém oferecesse uvas a ela, era para ela negar e dizer que não podia comer porque era alérgica. Quando ela tava começando o fundamental, ela teve que ir pra escola. E na escola eu não estava sempre de olho nela. E desde  pequena a Abebi tem uma personalidade muito forte. O que fazia com que as crianças não gostassem muito dela-diz

Abebi-nem precisava ressaltar né, mãe-reclamei

Helena-é necessário sim. Ela era aquela criança que sempre sabia mais que os outros. Parecia uma velha no corpo de uma criança-falou e eles se riram-a professora perguntava algo e ela sempre é que respondia. Mesmo que a pergunta não tivesse sido dirigida para ela

Damiano-aí complica né Abebi-falou e eu revirei os olhos

Helena-e tinha uma menina na turminha dela que se chamava Marta. Eu nunca vou me esquecer dessa menina. Ela sabia que a Abebi era alérgica a uvas e já farta daquele jeito de ser da Abebi, no dia seguinte ela traz aqueles doces sabe-falou fazendo um gesto com as mãos-a gente chama de bombom, escondidinho ou o raio que o parta. Vocês são estrangeiros, não devem conhecer mas eu mostro pra vocês um dia. E eram de uvas. Mas ela mentiu dizendo que eram de maçã e deu pra Abebi comer

Vic-mas que menina filha da puta-falou incrédula

Helena-filha da puta é favor-falou-e mais uma vez a história se repetiu. A Abebi foi para as urgências e isso tudo que vocês já sabem-disse-e desde então combinamos que sempre que alguém oferecesse uvas pra ela, ao invés de ela dizer que é alérgica, simplesmente dizer que não gosta

Thomas-imagino que foi por situações como essa que você também não nos contou que era claustrofóbica-diz

Abebi-exatamente

Helena-essa é outra história louca-falou-mas se baseiam uma na outra. Abebi não era muito querida pelas outras ciranças, elas descobriram que ela tinha medo de elevador e colocaram ela lá de propósito 

Abebi-eu sou uma pessoa incrível, não entendo o por que ninguém gostava de mim-falei mandando o cabelo pra tás

Helena-por atitudes como essa que você tem-falou apontando pra mim e todo mundo riu

Vic-mas amiga, agora você é adulta. O tempo passa e e as pessoas crescem. Acho que um adulto não faria isso

Abebi-é, o tempo passa mas os traumas ficam. Mas ainda assim, eu prefiro não contar a ninguém-digo

Thomas-a gente é legal. E pode deixar que connosco seus segredos e medos estão guardados 

Abebi-obrigada

Helena-e você menino Ethan-falou e ele abaixou a cabeça-tome mais cuidado da próxima vez

Ethan-eu terei sim-diz-olhando pra minha mãe com um sorriso fraco

Helena-ela é minha única filha. Se eu tivesse mais uma até que seria mais leve-falou e eles se riram

Abebi-MÃE!-repreendi

Helena-tava brincando meu tesouro-sorriu pra mim

Damiano-vocês são uma comédia

Helena-as vezes só. Mas agora vai terminar porque tá tarde e todo mundo  vai dormir-diz-cada um NO SEU DEVIDO QUARTO-enfatizou as últimas palavras olhando pra mim e pra Ethan

Abebi-nem precisava

Damiano-oh Helana, não sejas tão má assim-falou debochando

Helena-má não, só cuidadosa-falou-e se eu me aperceber que você saiu do seu quarto de noite e foi pro quarto da Abebi ou vice-versa...-falou cerrando os olhos

Misecórdia...



Trastevere|MåneskinOnde histórias criam vida. Descubra agora