DIVISION - O Tempo não Para

Era uma vez, uma garotinha...

  Era tarde quando Aysha chegou na porta de seu prédio. Ela havia insistido para ficar no estúdio, assim poderia ser útil e ajudar Meg nos últimos preparativos para o as apresentações que ocorreriam no domingo a tarde e ela era uma delas. Estava ansiosa com a ideia de se apresentar para pessoas que não fossem sua professora e as outras alunas, entretanto esta era apenas um aquecimento para o festival dem comemoração ao dia da cidade que ocorreria dentro de quinze ou vinte dias.
  Todos estavam eufóricos.
  _ Você vai ficar bem?
  _ Sim. - Respondeu espreguiçando-se. - Só preciso descansar um pouquinho. Dia cheio.
  _ Você não precisava ter ficado. - Disse Meg em um tom quase que maternal.
  Ash a acalmou e despediu-se, saindo do carro com cuidado para não escorregar nas poças de água da calçada. O prédio onde ela e a mãe moravam era antigo e sempre tinha um cheiro de mofo e coisas antigas, mas ela aprendeu a lidar com isso ao passar do tempo.
  _ Vivian? - Chamou pela mãe ao entrar em casa. O apartamento aparentava estar imóvel e mais escuro, com sombras mais densas como se um véu estivesse tampado as janelas; o silêncio reinava e um arrepio passou pela sua espinha.
Entretanto, ao entrar no corredor que dava para o quarto da mãe, percebeu que a luz do mesmo encontrava-se acesa e que a luminosidade passava pelas frestas. Chamou novamente pela mãe e ainda não obteve resposta.
  Nunca imaginei ser a garota dos filmes de terror que vai de encontro com a morte... - Pensou.
  Aproximou-se da forma mais silenciosa possível. O coração de Ash batia freneticamente no peito quando colocou a mão na maçaneta e a girou.
  Engolindo em seco, viu que havia apenas sua mãe, com uma extravagante túnica de seda e, a sua frente sentado na cama, um homem de quarenta e poucos anos, grande e gordo. Os últimos fios que lhe restavam na cabeça estavam grudados a testa, empapados.
  _ Conheça Arthur, Aysha. Não seja mal educada. - Complementou, sorrindo falsamente para o homem de regata branca com manchas de suor.
  _ Boa noite. - Respondeu secamente. - Não sabia que estava acompanhada, Vivian. Desculpe o incômodo.
  Aysha mal tinha acabado de se virar quando Vivian a chamou novamente, alegando querer que ele fique com eles, para beber e conversar. A garota conseguiu se esquivar e foi direto para seu quarto.

  Era tarde, quando alguém entra no quarto de Aysha e a pega pelo pulso. Ela acorda em um sobressalto, assustada.
  Arthur está em cima dela, com as pernas sobre seu tronco a prendendo no lugar. Ash tremia e gritava. Gritava com todo o ar dos pulmões, voltando a enchê-los para gritar novamente.
  _ Cale a boca dela! Pelo amor de Deus! - Rosnou Vivian da porta do quarto, estava com a mesma túnica de seda e com um maço de notas na mão.
  Arthur bateu no rosto de Aysha forte o suficiente para tontea-la e começou a tlhe tirar a blusa, mas ela tentou resistir. Gritar e espernear não adiantava, então tentou atacá-lo. Arranhou a barriga e o rosto e fez vergalhões tão profundos quando suas unhas podiam.
_ VIVIAN! ALGUÉM! ALGUÉM, POR FAVOR! DEUS!
  _ Ele não está em casa agora, amor. Somos só nós. - Respondeu-lhe, com a voz empregada de êxtase. - Paguei caro e vou aproveitar o máximo.
  Ele cheirava a sebo e à gordura.
  Ela tentava, mas o homem gordo e com cabelos gosmentos agarrou seu pescoço, ao tempo que lhe arrancava os shots e a calcinha e a penetrava. A garota tentava gritar, clamando por ajuda e ao tempo que sufocava sentia que ia se quebrar em duas.
  O grandalhão continuava, sem piedade, ele estava louco e a mãe havia saido do quarto, fechado a porta e ligado o som no máximo em alguma música irreconhecível.
  A chuva escorria pela janela e mulher, que até poucos minutos era apenas uma garotinha de onze anos, estava deitada na cama com o rosto virado para ela, encarando seu reflexo: traída e quebrada.
  Uma dor tão grande assolava seu coração que nada no mundo a poderia concreta-la.
Aysha desmaiou depois da terceira vez que ele bateu nela, ainda durante o sexo.