My childhood best friend - Jori

17

Tori Vega's POV

Antes de irmos para a escola, passamos na minha casa para pegarmos meu material escolar. Não tinha ninguém lá, pelo menos não acordado.

Quando eu estava saindo do carro, perguntei se podíamos contar para nossos amigos ou se ela queria esperar um pouco.

"Tem problema esperar? Só até contarmos para nossos pais. Eu não queria que virasse fofoca e eles descobrissem sem ser por mim."

"Não tem problema nenhum, Jade. Mas posso contar pelo menos para Trina? Ela é minha irmã e eu prometo que ela guarda segredo. Se não guardasse, eu acho que eu já estaria morta."

"Certo, mas se ela abrir a boca grande dela, eu vou fazer uma visitinha que não vai ser boa."

Eu ri um pouco.

Tentamos agir normalmente pelo dia. No almoço, arrastei Trina para o banheiro feminino, verifiquei se não tinha ninguém lá e tranquei a porta.

"Agora estou namorando."

"Me conta tudo."

"Eu cheguei lá e ela disse que não se arrependia de nada, aí eu me declarei e a gente se beijou, depois..."

"Língua?" ela me interrompeu.

Revirei meus olhos. "Sim, língua. Continuando... coisas aconteceram e vou pular essa parte. Fomos dormir, acordamos e conversamos e ela pediu para ser minha namorada."

"Ela disse se você foi melhor que o Beck?"

"Por que isso importa?"

"Ué, porque sim."

"Ela disse que ela era virgem."

"Oi?!"

"Você não pode contar isso para ninguém. Nunca."

"Minha boca é um túmulo."

"É bom mesmo. Agora vamos sair daqui."

Acho que se eu contasse para a Tori de cinco meses atrás que conto as coisas para Trina, ela não acreditaria.

Destranquei a porta do banheiro e corremos até nossa mesa de sempre. Obviamente, eu estava planejando sentar do lado da Jade. Mas Cat e Robbie estavam ao seu lado, então acabei sentando ao lado dele.

"Robbie, sai daí." Jade disse, sem nem olhar para ele.

"Por que?" ele pergunta, com aquela voz desapontada.

"Para a Vega poder sentar do meu lado."

"Mas eu quero sentar do seu lado!"

"Eu não ligo! Quero que a Tori sente do meu lado."

"Mas..."

"Eu vou contar até três..."

Ela nem precisou contar e saiu correndo... foi engraçado. Pulei para o lado de Jade e sorri.

"Então..." André começou. "Alguma novidade?"

Eu entrei em pânico. É impossível que ele me conheça tão bem assim. Consigo sentir os olhos de Jade em mim.

"Porque eu tenho! Meu tio vendeu uma casa para o Kenan Thompson e ele deixou eu dar uma festa lá!"

O susto que eu levei agora não pode ser explicado em palavras. "Ah, que legal..."

"E ai, vocês topam?"

"Ah, cara... depende do dia. Mas se eu estiver livre, com certeza." Beck fala.

Eu concordo com a cabeça.

"Mano, esse sábado."

"Estou dentro." Trina não hesitou em aceitar e eu revirei os olhos.

Olhei para Jade, minha expressão perguntando se ela iria. "Vou pensar, ver se eu realmente não tenho nada... aí eu te aviso."

"É, eu também." eu respondi.

"Olha, acho que não... você não pode reagendar a festa?" Robbie pergunta.

"Responda honestamente... você realmente acha que ele ia mudar tudo só por você?" Jade responde.

Eu e minha irmã rimos um pouco.

"E você, Cat?"

"Preciso ver com a minha nona."

'Hum..."

Nesse momento, minha namorada pegou minha mão debaixo da mesa. Achei meio arriscado, já que a mesa tinha buracos transparentes, mas nossos amigos se mostraram dispersos o suficiente para não perceberem. A conversa rapidamente se transformou em todos mexendo em seus devidos aparelhos eletrônicos. 

Recebi uma mensagem de Jade que dizia "armário do zelador."

De primeira, não entendi nada... mas logo ela se levantou da mesa dizendo que ia jogar a embalagem de sua comida no lixo, e que talvez fosse comprar água. O detalhe era que ela descaradamente foi para dentro da escola.

Para não dar muito na casa, esperei uns segundos e então me retirei, dando a desculpa que eu precisava ir ao banheiro e que provavelmente não ia voltar, já que faltavam apenas 5 minutos para o final do almoço. 

Fui até o local combinado e ela estava lá.

"Oi. Está tudo bem?"

"Sim. Eu só queria olhar para você. Tudo ainda parere tão surreal..." ela explica. "E estava chato mesmo."

"Tem razão. As duas partes." eu sorri. "Nós vamos ficar aqui conversando, ou..?"

Ela mão respondeu.

"Eu não vou matar aula." eu interrompi.

"Você ainda é muito certinha, então não era isso. Eu queria perguntar se eu podia te beijar." ela disse.

Eu arqueei as sobrancelhas e sorri. Nunca pensei que Jade West estivesse com vergonha de me beijar.

Ao ver minha reação, acho que ela entrou em pânico. "Quer dizer... eu não gosto de ficar pedindo, então em relacionamentos, eu obviamente não peço, mas você é menina, e eu não sei o que as meninas gostam nesse sentido. Fora que ainda estamos no começo do namoro... você sabe."

"Claro que você pode me beijar, Jade." eu respondi, sorrindo.

"Certo. É... agora eu vou saber e... ah, deixa para lá." foi muito bonitinho ver ela se atrapalhando com as palavras, mesmo eu falando que tudo bem.

Timidamente, ela se aproximou de mim.

O sinal bateu e sua expressão mudou.

"Vamos. Você tem música agora, não é?" ela disse, passando reto por mim.

"Você não queria um beijo?" eu perguntei, confusa.

"Não quero que você se atrade por minha causa. Pode ir."

Não entendi o que eu fiz de errado. Ela está brava comigo por quê?

"Ué. O que foi?"

"Você riu de mim."

"Não ri."

"Riu sim. Eu quis fazer o certo pedindo para te beijar e você riu."

"Eu não ri de você, Jade. Eu sorri para você."

"Tá."

Eu revirei os olhos. "Desculpa."

"Me desculpa também."

"Oxi."

"Sei lá, é que eu queria que você pedisse desculpa mesmo não estando errada, mas quando você o fez, percebi que eu ficaria mais feliz se fosse eu quem tivesse se desculpado."

"Tudo bem." eu finalmente a beijei. "Mas vamos para a aula, porque eu realmente não vou matá-la."