5

537 45 9
                                    

Tori Vega's POV - duas semanas depois

Ouvi meu despertador tocar e abri os olhos apenas para revirá-los e colocar o alarme no modo soneca. Cinco minutinhos não fazem mal algum.

Acordei pela segunda vez e quase voltei a dormir novamente, mas fui interrompida pelos gritos de Trina. Decidi levantar para ver o que era, e foi aí que eu percebi que eu não tinha dormido cinco minutos a mais, e sim vinte.

Entrei em pânico e pulei da minha cama. O desespero foi o suficiente para me acordar por inteiro.

Fui até o banheiro do meu quarto e tomei banho o mais rápido possível. Saí do chuveiro e nem passei o creme que eu geralmente passo, apenas coloquei uma roupa qualquer e meu perfume preferido.

Escovei meus dentes e peguei minha escova de cabelo antes de descer a escada e encontrar Trina. Eu pentearia meu cabelo no carro.

"Tori! Onde você estava? Vamos chegar atrasadas por sua causa!" minha irmã irritante diz.

Não respondi nada e apenas segui meu caminho até seu carro, ela vindo logo atrás de mim. 

Ela começou a dirigir e eu fechei a janela do meu lado, apenas para tê-la aberta no mesmo segundo. Ficamos numa briguinha de fecha-abre-fecha-abre até eu explodir. "Eu preciso pentear meu cabelo! Não da para arrumá-lo se você abrir minha janela."

Trina revirou os olhos e não resistiu a quando eu fechei a janela de novo.

"Uau, obrigada irmã." eu disse, irônica.

Quando chegamos na escola, eu já tinha me arrumado. Não tinha ninguém no meu armário, que tinha virado o ponto de encontro do grupo. Encontrei André e perguntei o que estava acontecendo.

"Jade sumiu." ele diz.

"Oi?"

"Pois é. Ela estava normal até uns dez minutos atrás, quando recebeu uma mensagem e sumiu."

Franzi o cenho em confusão. "Que estranho... eu vou ajudar vocês a procurá-la."

Nós nos despedimos e fomos em direções diferentes. Fazem apenas algumas semanas que vim para cá, então não conheço muito. Mas toda a ajuda conta, não é?

Estava andando por ai até ouvir um barulho vindo de um lugar que se eu não estivesse enganada, seria o closet do zelador.

Decidi entrar e la ela estava. "Jade?" eu disse, fechando a porta e sentando ao seu lado.

Espera, ela está cortando a lata de lixo do lugar?

Sim, ela está.

"Vega." ela respondeu.

Revirei meus olhos "O que aconteceu?"

"Eu escrevi uma peça e a escola ia produzí-la, já que eu não tenho o dinheiro suficiente." ela me disse, sem hesitar.

"Mas isso não é bom?"

"Eu disse que ia, não que vai. Sikowitz disse para o diretor que iria passar um trabalho para a nossa classe."

"Como isso afeta sua peça?"

"Pense um pouco." ela bufou, irritada. "O trabalho vai ser sobre um script de peça, e a melhor peça vai ser paga. E antes que você pergunte, não, não posso usar meu script já pronto para o trabalho, porque me informaram que vai ser em dupla, e o assunto vai ser sorteado."

"Entendi..."

Ainda bem que ela me interrompeu antes de abrir a boca, porque eu realmente ia perguntar.

"Suponho de que sua peça nova seja sobre terror. Então vai que você sorteia terror e uma dupla preguiçosa?" tento animá-la.

"Nunca. Devem ter tipo... umas dez opções diferentes de gênero, o que torna a possibilidade de eu tirar terror um décimo. e eu não vou dar metade dos créditos da minha peça para qualquer nojento da nossa sala. Eu escrevi, então eu vou levar o mérito."

Pois é, não rolou. Eu já devia estar esperando isso.

"Então nós podemos tentar convencer o diretor e o Lane a fazerem a peça mesmo com o trabalho do Sikowitz."

"Nós?"

Nem eu mesma percebi que falei 'nós' e não 'você'.

"Ah, quer dizer... se você quiser minha ajuda, claro." eu sorrio nervosa.

Ela balança a cabeça. "Vem, o sinal vai tocar daqui a pouco."

--

Acabei de chegar na aula do Sikowitz. Confesso que estou bem animada por causa do que Jade falou mais cedo.

Ouvimos um barulho de fora da sala vindo da janela, e depois tudo foi esclarecido (era apenas nosso professor lunático entrando por lá).

"Bom dia! Vou começar logo a aula de hoje, porque estou bem animado e vocês também vão ficar." ele diz, sorrindo.

"Vocês vão trabalhar em duplas para fazer um script de peça em dez dias. Vocês vão sortear as duplas e o gênero da peça de vocês. Vou começar passando papéis com seus nomes pela sala. Se cair em alguém que já tem dupla, peguem outro papel."

Ele viajou pela sala com seu chapéu. Robbie caiu com uma menina chamada Suzy (ouvi dizer qela fazia bullying com ele antes de estudarem em hollywood arts, e ele desistiu de xingá-la natal passado quando teve a chance pelo simples motivo dela ser gostosa nos olhos dele). Beck caiu com a Cat, e André com uma menina chamada Kiko.

Era a vez de Jade pegar um papel e sua expressão mudou para pior quando leu quem era sua dupla.

"Vega."

Minha reação foi a completa aposta da dela. Abri um sorriso sincero e olhei para seus olhos.

Depois da sala inteira ser sorteada, era a hora de pegarmos o papel do gênero do script. Nem prestei atenção nos outros, estava ocupada demais enchendo o saco de Jade com conversas aleatórias, das quais ela ignorava e revirava os olhos. Só fui voltar para a Terra quando Sikowitz pigarreou na minha frente, cruzando os braços.

Peguei um papelzinho e o desdobrei. "Romance."

Vou escrever um roteiro de romance com a Jade? a rainha do gelo?

Quero dizer, nem tanto. Ela já se abriu para mim, mas depois do acontecimento com Beck ela voltou a ser meio má.

Enfim, já foi. Acontece.

My childhood best friend - JoriOnde histórias criam vida. Descubra agora