Capítulo 12

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"O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."
AD.

Soo Ri acordou sem saber onde estava, sentia o peso do mundo em seu coração e não se lembrava do porquê, até que sentiu Tae grudado nela e com uma perna por cima da sua. Ela ficou olhando para ele tendo a certeza que sempre o amaria.

Sim, ela tinha se apaixonado.

Ela olhou gravando em sua mente e no seu coração cada detalhe, o nariz, sua boca tão perfeitamente desenhada que podia levar uma mulher ao céu, seus olhos e sobrancelhas, a suas mãos enormes e que podiam ser tão suaves como plumas. Ela sentiu o seu coração sendo esmagado e ela sabia que nunca superaria ficar longe dele.

O dia estava chegando e junto com ele, a despedida.

Ela não podia ficar, porque ela poderia prejudicá-lo e ao grupo também.

Ela virou para o outro lado e deixou as lágrimas caírem silenciosas.

Tae a abraçou, cheirou o seu pescoço e ela se deixou levar virando e o abraçando também, por uma última vez ela seria feliz.

E se entregou com toda a sua alma e o seu coração.

Não disseram nada, não havia o que falar.

Os toques e os sentimentos eram suficientes.

Depois saíram sem comer porque preferiram fazer a refeição na estrada, assim não doía tanto.

Levaram cerca de três horas para chegarem no minúsculo vilarejo pesqueiro em que nasceu.

Enquanto o tempo passava, Tae falou de seus planos para eles, sobre o plano de saúde que os seus pais teriam e sobre a segurança, ele deixou para falar sobre os seguranças dela depois, não queria começar uma discussão agora.

Seus pais praticamente viviam sem nenhum conforto da modernidade, ainda preservava o fogão a lenha na cozinha e o de gás de duas bocas de modelo ultrapassado.

Mas uma coisa que não faltava ali é amor e sentimento de família.

Soo Ri abraçou seus pais com alegria, a sua mãe estava limpando um peixe enorme que vai fazer para o almoço assado na brasa.

-Appa, omma, este é Taehyung, um amigo querido.

Tae se curvou por respeito.

-É um prazer conhecê -los, disse ele.

-Fiquei à vontade filho, disse a mãe dela oferecendo um suco.

E ele se sentiu bem naquela casa que mais parecia uma cabana, mas que era um lar de verdade.
Eles tinham nas faces, as marcas do tempo e do trabalho duro ao sol.
Ela é a cara de sua mãe, pequena e delicada, mas que tem dentro de si uma força enorme e ele se lembrou de seus pais que eram feirantes antes da fama dele.
Hoje o seu pai tem mais terras e gente para trabalhar por ele. Tae fez tudo que pode para dar luxo a sua família, nunca mediu esforço ou dinheiro.

Soo Ri ajudou a sua mãe com o almoço simples, mas delicioso.

Depois de comerem, Soo Ri disse:

-O Seunjun está de volta e a minha procura, ele liga o dia todo e como não está conseguindo o que quer, virá para cá, vocês não estão seguros e sabem o porquê.

-Eu vim aqui hoje para levá-los comigo, Tae tem uma casa de campo perto de Seul e vocês podem ficar lá por um tempo, appa, podemos ir a um médico especializado e fazer os exames que precisa, por favor appa. Vocês terão um plano de saúde, assim vocês ficam seguros e perto de mim e tem toda rede de saúde à disposição. Sabe que precisa, por favor, quero que esteja presente quando um neto seu nascer. Soo Ri sabia que tinha tocado em um ponto sensível, tudo que seus pais queriam era que ela se casasse e tivesse uma família, para eles ficarem tranquilos.

O pai olhava para a mãe dela com intensidade, parecendo conversar pelo olhar e sua mãe consentiu com a cabeça.

-Tudo bem filha, nós iremos, respondeu o seu pai.

Soo Ri nem acreditou que conseguiu tão fácil, imaginou todos os tipos de argumentos possíveis para convencer.

Ela bateu as mãos feliz.

-Eu te ajudo omma a arrumar as coisas, disse animada.

Levantaram e foram para o quarto separado por uma cortina de tecido grosso preto.

O pai dela olhou para Tae.

E chamou ele para uma volta à beira mar, quando viu que estava distante perguntou:

-Porque está fazendo isso? Eu sei que ela não tem dinheiro. Seja honesto porque eu irei saber.

-Eu a amo, e ela está nervosa por causa do irmão, ela estava desesperada com vocês longe dela. Nós não estamos mais juntos, porque ela acha que vai me prejudicar, mas isto é temporário, essa tempestade irá passar e poderemos ser felizes. Eu sou um idol sabe? E ela acha que o irmão virá atrás de mim com chantagem. Mas eu estou me preparando para o embate.

-E ele virá, tenha a certeza, ele sempre foi uma decepção para nós. Ela é uma menina muito sozinha, o seu irmão sempre ficou à sombra dela sugando. Ela merece o mundo, sempre foi estudiosa, e conseguiu tudo sem ajuda de ninguém, mas ficou presa a responsabilidade de nos ajudar e eu sinto muito por ela, não é algo de que me orgulho.

-Um dia ela terá a sua própria escola, porque eu farei isso acontecer, então o senhor tem que estar bem para vê-la cortar a fita de inauguração.

-Obrigado filho, obrigado por cuidar dela, vocês irão encontrar o caminho juntos, vocês tem a minha bênção e da mãe, eu tenho certeza. Ela nunca traria alguém aqui que ela não confiasse e gostasse, eu te garanto.

E Tae sorriu.

Chegaram em Seul já muito tarde para levá-los a casa de campo, então ficaram na casa dela, combinaram de irem ao amanhecer, assim ela não perderia o dia de trabalho.

Tae pediu comida e o lugar parecia menor com tanta gente, mas Soo Ri não quis ir para o apartamento dele e Tae não insistiu.

Depois que comeram, Tae se despediu, dando um abraço nela na porta pelo lado de fora.

-Obrigada Anjo, obrigada por tudo.

-Sempre, Princesa. Até amanhã, descanse bem tá? Agora eles estão seguros.

Ela concordou com lágrimas nos olhos.

-Eu te amo, disse ele. E a nossa história está apenas começando.

Ela olhou para ele querendo acreditar.

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