Capítulo 02

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Tae

Tae ficou olhando para ela sem muita paciência.
-Não sei se me conhece, mas se um bando de adolescentes me cercasse ia ficar difícil.
-Que seja! Replicou ela na mesma impaciência. Só quero ir para casa e esquecer o dia de hoje e não seja convencido, não é por sua causa e sim por outras coisas. Ela se ajeitou nas roupas e passou a mão nos cabelos ajeitando como pode e foi olhar pelo vão do beco para ver se estava seguro.
Tae sentiu o seu coração gelar.
-PQP!!! Que dia!!! PQP! Falou irritado e chutando o chão.
-O quê foi? Posso saber? Quem deveria estar furiosa sou eu! Disse ela indignada. Olha bem pra mim? Você arrasou com o meu visual e nem posso ir ao cinema que era onde eu ia depois do meu dia hoje.
Tae começou a rir devagar olhando para ela. Realmente estava engraçado.
-Na pressa para te deixar segura e eu também tranquei o carro com a chave, o celular e a carteira dentro. Como eu irei embora?
-Ligue para alguém, ué! Simples! Disse ela dando o celular para ele.
-Obrigado, disse Tae. Quando estava teclando o número de sua assistente, o celular acabou a bateria.
Tae ria de gargalhar, nervoso.
-Eu juro, disse ele levantando a mão, eu só queria entrar em uma conveniência e tomar um sorvete ou comer uma torta doce hoje, mas parece que o destino não quer. Acabou a bateria. Como irei embora agora?
-Olha, eu moro relativamente perto daqui, vamos lá em casa, eu carrego o celular e você liga para alguém vir te buscar. E podemos levar uns doces também para comermos, o meu cinema ficará para outro dia, MASSSSS quero que me pague depois o que comermos hoje, as meias e um sapato novo, é justo o preço. Está combinado? Eu moro a três quadras daqui.
Tae olhou para ela e tomou uma decisão.
-Combinado. E se curvou.
-A propósito, eu sou a Soo Ri, e se curvou.
Tae sorriu.
-Este seu sorriso deveria ser proibido, Sr. Taehyung.
E ele gargalhou mais.
-Vamos então e ela foi andando engraçada com um sapato só.
Voltaram um bocado do caminho e entraram na conveniência.
Tae estava com o capuz do moletom escondendo o rosto.
-O quê você quer escolher? Estou por sua conta.
Ele pegou uma cesta e colocou vários sanduíches, refrigerantes e pegou umas tortas doces que pareciam gostosas e sorvete. Este por sinal é a causa desta confusão toda, pensou ele olhando para o pote.
Ela pegou uns sachês de café.
-Você gosta disto?
-Sim, eu adoro, respondeu ela.
-Eca!!! Acho horrível o sabor.
-Bem é o que eu acho de whisky e vodka. Disse fazendo uma cara de nojo.
Tae riu alto.
-Shiiii! Não vamos chamar atenção.
Ele se aprumou e fez um zíper nos lábios.
Foram para o caixa e ela pegou um cartão e pagou no crédito.
Ele foi até o seu carro e conferiu as portas se estavam mesmo fechadas e para o seu desagrado, estavam. Olhou onde estava a sua carteira e estava embaixo do aparelho de som.
Viu que não tinha jeito mesmo e foram andando até o apartamento dela que realmente ficava perto e é em um conglomerado de apartamentos minúsculos.
Quando ela abriu a porta, Tae constatou que todo o lugar cabia em sua sala de estar. Mas é arrumado, organizado e limpo. Se sentiu bem, chegou tirando os sapatos e viu que não tinha chinelos masculinos e ficou olhando para ela.
-Desculpe, terá que ficar de meias, não tenho chinelos pra você.
Ele gostou de ver que ela não recebia homens em casa. Ele gostou e nem sabia o porquê.
-Tudo bem. Posso viver com isso, disse sorrindo.
Ela olhou para ele.
-Me dê um minuto, por favor, já volto. Coloque as sacolas na mesinha alí, disse apontando a mesa na sala no chão, não tinha outra também.
-Estarei aqui à sua espera.
Ela foi para trás do biombo que aparentemente dividia a sala e o quarto e Tae escutou ela trocando de roupa.
Enquanto isso, olhou à sua volta.
A sala tinha um sofá de dois lugares, uma mesa pequena, um vaso de plantas e a tv na parede, que aos pés tinha pilhas de livros. Dividindo a cozinha tinha um balcão, depois uma geladeira minúscula, com um fogão de duas bocas e uma pia, que embaixo tinha uma máquina de lavar. Tudo arrumadinho e com plantinhas na janela. Adiante deveria ser o quarto, atrás do biombo e tinha uma porta que deveria ser o banheiro.
Tae cheirou o lugar, ele tinha esta mania, e é muito agradável, um cheiro de perfume de flores com produtos de limpeza.
Ela saiu dali uns minutos com uma calça de moletom e uma camiseta.
-Sente-se, por favor. Disse apontando para o sofá e indo para a cozinha pegar vasilhas, copos e colheres.
Tae sentou e tirou as comidas das sacolas.
Ela foi até o celular e colocou para carregar.
-Quando acabarmos o lanche, terá carregado o suficiente para você usar.
Ela sentou no chão e ele a acompanhou.

Começaram a comer conversando.
-Você faz o que da vida? Estuda, trabalha ou os dois? Perguntou ele.
-Sou formada na primeira infância, dou aulas em uma escola em outro bairro. Vou me aperfeiçoar em psicologia, um campo que amo estudar e trabalhar. Mas isso ficou para o ano que vem. E você? Além de ser um idol?
-Estou estudando inglês, saxofone e trabalhando muito.
-Não sou uma army fervorosa, mas gosto muito de algumas músicas de seu grupo. O meu gosto musical.... Muito difícil alguém gostar, bem, ainda não conheci este alguém.
-Serio isso? Porque? Você curte só hinos de países? Ou músicas celtas e galesas?
Soo Ri gargalhou.
-As músicas celtas são incríveis. Mas, é meio que bem por aí.
-Agora você atiçou a minha curiosidade. Quero escutar uma música sua preferida.
-Ah! E sorriu levantando.
Pegou o celular e colocou em uma música da Dido.
-Thank You, é esse o nome.
Tae fechou os olhos e se deixou levar por aquela voz doce e melodiosa.
Depois foi para outra deliciosa que ele nunca ouviu na vida.
-Quem é? Perguntou ele amando a voz e o instrumental.
-Uma banda escocesa que se chama Cocteau Twins. Esta música é Domino.
-Você conseguiu, você me surpreendeu.
Ela sorriu feliz.
E Tae então a observou de verdade.
Ela é pequena e mignon, com cabelos castanhos compridos e com franja. Boca bem feita e carnuda, olhos curiosos e expressivos e com cílios longos.
Ela é linda e natural.
Ele gostou muito do que viu.
Conversaram por um longo tempo, sobre músicas , livros e gostos pessoais, e quando se deram conta já ia entrar pela madrugada.
Tae pediu o celular para ligar para a sua assistente, que o celular tocou e tocou e nada dela atender.
Ele começou a ficar irritado e nervoso.
-Ela não atende.
-Quem? Perguntou Soo Ri.
-Yuna, a minha assistente, staff ou secretária como você quiser chamar.
-Dê um desconto, é sexta à noite, ela deve estar em uma balada.
-Pois então, não dá para eu ir a pé para casa.
-Eu te empresto o dinheiro para o táxi, mas é um empréstimo, ok?
-Escreva em algum lugar o número de seu celular e sua conta bancária.
-Não.... Mande entregar para mim aqui o dinheiro? A minha conta está com problemas e ainda não resolvi. Pode ser? Estou em casa sempre depois das sete da noite ou até às dez da manhã.
-Sim, senhora. Está combinado. Mas deixe seu número por precaução.
Ela escreveu em um pedaço de papel e entregou a ele.
Depois foi até a bolsa e pegou sua carteira que parecia muito velha.
Tirou umas notas e deu pra ele.
-Será suficiente? Perguntou ela.
-Sabe que não sei? Mas iremos descobrir. Ele foi calçar os tênis. Obrigado Soo Ri e desculpe as canelas roxas, disse sorrindo.
-Como você disse, irei sobreviver, vou colocar gelo agora.
-Amanhã nos falamos.
Ela moveu a cabeça não acreditando nisso.
E ele foi embora entrando em um táxi na esquina, Soo Ri ficou olhando de sua janela.

Soo Ri

O que foi esta noite? Que maluquice é esta? Se ela contar para as suas amigas, elas não acreditarão. Kim Taehyung do BTS, esteve em seu minúsculo apartamento e comeu com ela em sua mesa no chão, e não foi só isso, conversaram e escutaram as suas músicas doidas.
Mas ela sabe que isso é um segredo, é um tipo de coisa que só acontece uma vez na vida e se contar para alguém parece que perde o encanto, sei lá.
Ele é de uma beleza extraordinária. Aquele sorriso dele é uma coisa que faz você se molhar toda.
Mãos grandes. Não, ele é todo grande. Aishhhh... Não seja doida Soo Ri, ele deve ter fila de garotas para dar para ele. Você seria apenas mais uma.
-Não! Pára sua louca! Você nunca mais o verá, então se acalme.
Foi bom enquanto durou aquele interlúdio.
Assim, ela vestiu um pijama e deitou pegando o celular.
Tinha ligações não atendidas de seu irmão de hoje pela manhã.
Ela ainda não queria falar com ele. Ainda não estava pronta.






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